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Importância da sociologia na formação do cidadão

O ensino de Sociologia, no Brasil, é marcado por um processo pendular de inclusão e exclusão dos currículos escolares. O processo de exclusão deu-se com a Reforma Capanema e durante o governo ditatorial de Getúlio Vargas. Com a ditadura do grande capital (que alguns denominam de ditadura militar), o ensino médio foi transformado em curso profissionalizante retirando a obrigatoriedade da Sociologia na estrutura curricular do curso de formação de professores, acabando assim com qualquer possibilidade de atividade docente nesta área naquele momento histórico. Tanto a Sociologia quanto a Filosofia foram substituídas por Educação Moral e Cívica e OSPB. Em outros termos: substituíram a consciência pelo civismo.
Se fizermos um passeio pela história da educação no Brasil, constata-se que a Sociologia tem gerado atitudes contraditórias e paradoxais. Governos que, de um lado, alijam referido conhecimento como subversor da ordem, contratam especialistas para criarem um pensamento, uma maneira de conceber o mundo que garanta a sua forma de administrar politicamente o povo e a nação. Os maus políticos, efetivamente, agem assim. Preferem a massificação do povo e por isso impedem o desenvolvimento do pensamento sociológico. A Sociologia, agora, é disciplina obrigatória, integrando a estrutura curricular do ensino médio. O seu retorno é resultado da mobilização da Associação dos Sociólogos e daqueles que entendem ser a Sociologia a que favorece o desenvolvimento da cidadania, da tolerância, da coesão e do desenvolvimento social tornando o cidadão um potencial agente transformador da sociedade.
Essa disciplina possui a habilidade de ampliar a capacidade crítico-reflexiva do aluno, permitindo-lhe compreender-se como sujeito ativo dos processos de câmbio e transformação social, como partícipe dos acontecimentos do seu tempo, enfim, como cidadão. (Folha Dirigida, 15/10/2007: 1). Concordamos com Sarandy F.M.S. quando afirma “Se for imprescindível dominar a informática e todas as novas tecnologias para uma formação qualificada no mercado de trabalho, também se faz necessário, no universo educacional, problematizar a vida do próprio aluno, sua existência real em um mundo real, com suas implicações nos diversos campos da vida: ético-moral, sociopolítico, religioso, cultural e econômico […] e a volta das disciplinas humanísticas – Filosofia, Sociologia, Antropologia, Psicologia, entre outras – têm muito a contribuir com a formação do jovem naquilo que lhe é mais peculiar: o questionamento. Desmistificando ideologias e apurando o pensamento crítico das novas gerações, poderemos continuar sonhando, e construindo, um país não de iguais, mas justo para mulheres e homens.
Não temos dúvidas em afirmar que o conhecimento sociológico certamente beneficiará o educando na medida em que lhe permitirá uma análise mais apurada da realidade que o cerca e na qual está inserido.
Finalizando, podemos dizer que Filosofia e Sociologia são disciplinas capazes de desenvolver a capacidade de discernimento, entendimento e compreensão da vida e dos fatos. A Sociologia, assim como a Filosofia, são instrumentos de questionamento e reflexão. (Folha Dirigida, 18/07/2006:1)

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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