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IGP-M desacelera na 2ª prévia de julho

A segunda prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) desacelerou no mês de julho em relação ao mesmo levantamento feito em junho, passando de alta de 1,06% para elevação de 0,03%.
Essa variação confirma um início de segundo semestre “bem mais tranquilo para a inflação” do que os seis primeiros meses de 2010, observou o coordenador de análises econômicas da FGV (Fundação Getúlio Vargas), Salomão Quadros. Segundo ele, os resultados apurados no atacado mostram que a diminuição dos preços ao consumidor “não é tão momentânea assim”.
Os três indicadores que compõem o IGP-M apresentaram desacelerações. O IPA-M (Índice de Preços por Atacado – Mercado) caiu 0,01%, ante 1,37% em igual prévia de junho; o IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado) teve queda de 0,18% na prévia divulgada ontem, ante recuo de 0,20% na segunda leitura do mês passado; o INCC-M (Índice Nacional do Custo da Construção – Mercado) ficou em 0,72% na segunda prévia do indicador deste mês, após registrar elevação de 2,09% em igual prévia do mês anterior.

Coleta de preços

A taxa acumulada do IGP-M é usada no cálculo do reajuste dos preços dos aluguéis. O período de coleta de preços para cálculo da segunda prévia do IGP-M de julho ocorreu de 21 de junho a 10 de julho.
Quadros considera a queda nos preços do atacado, mais exatamente do item materiais para manufatura (-0,32% na segunda prévia de julho, ante 1,02% em igual prévia de junho), como o destaque do índice. “Esse dado mexe com a perspectiva futura de inflação, pois diminui a necessidade de repasse”, disse. “Essa é a melhor notícia do IGP-M na segunda prévia, por causa da perspectiva de uma inflação ao consumidor mais suavizada”, acrescentou. Esse item integra o grupo dos bens intermediários, cuja variação desacelerou para 0,02% na prévia divulgada hoje, ante 0,88% em igual prévia do mês passado.
No momento em que os preços ao consumidor estão com dinâmica mais favorável, pondera o coordenador de análises econômicas da Fundação Getúlio Vargas, os dados mostram que a desaceleração na inflação não ocorre apenas em produtos com efeitos sazonais, a exemplo dos alimentos in natura, com influências mais passageiras. “Há também impactos de queda um pouco mais duradouros, no atacado”, salientou Quadros.

Aumento nos preços do atacado ainda preocupa, destaca FGV

Segundo Salomão Quadros, além do ritmo cada vez menor de reajustes nos preços de produtos intermediários, a queda de 0,01% registrada pelo IPA-M (Índice de Preços por Atacado – Mercado), ante 1,37% em igual prévia de junho; o IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor – Mercado) (-0,01%) na segunda prévia de julho reflete também o recuo nos preços do minério de ferro, com queda de 0,73% em julho, ante 32,61% em junho do mesmo ano.
Apesar de ressaltar o cenário benigno para a inflação revelado ontem pelo IGP-M, Salomão Quadros lembra, entretanto, que há também um foco importante de aumento de preços no atacado, que diz respeito à aceleração nos reajustes das carnes. Com a proximidade da entressafra e as boas perspectivas de exportação, a carne bovina subiu, no atacado, 4,43% na segunda prévia de julho, ante uma queda de 0,44% em igual período do mês anterior.
No que diz respeito ao INCC-M (Índice Nacional do Custo da Construção – Mercado), que registrou alta de 0,72% na prévia divulgada ontem pela FGV, ante 2,09% na anterior, Quadros explica que a desaceleração ocorreu por causa do menor ritmo de reajustes em materiais e equipamentos e mão de obra, mas ressalta que não se deve esperar variações muito baixas nesse indicador, já que o setor de construção civil brasileiro está muito aquecido. De qualquer modo, as empresas do segmento registraram variações menores, de uma prévia a outra, em preços de produtos importantes como cimento (1,69% em junho para 0,29% em julho) e tijolo (2,68% para 1,41%).

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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