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Humberto Amorim mergulha nas origens dos estilos musicais na Rádio Verde Oliva

 

MARCELO PERES 

O radialista Humberto Amorim é, sem dúvida, um referencial de profissionalismo e da boa música tocada pelo rádio no Amazonas. Gentleman por excelência e poliglota, ele foi pioneiro na divulgação do jazz no Estado numa época em que praticamente nem se falava no gênero musical na região.

Foram 25 anos ininterruptos proporcionando alegria aos ouvintes, entre o meio-dia até as 14h de domingo em Manaus, falando de jazz e ainda de vinhos que distribuía ao longo de cada programação, entremeando também músicas da Bossa Nova.  E, ao final de cada edição de seu programa, contemplava aquele que apresentasse a melhor definição para a bebida nas enquetes feitas por telefone com o público.

O vinho era fornecido por patrocinadores. Desde então, o radialista manteve a sua programação com jazz e Bossa Nova por duas emissoras -22 anos na Rádio Amazonas FM 105,1 e três na Rádio Diário. Mas teve que se afastar por questões administrativas e incompatibilidade de ritmos musicais, respectivamente.

E, agora, Humberto Amorim põe em execução o seu projeto mais ousado, misturando blues, jazz, reserve blues, soul, spirits e o gospel em um só programa – ‘Blues em Harmonia’ -, transmitido todos os sábados, das 11h às 13h, pela Rádio Verde Oliva FM 98.3, tocando os melhores representantes desses gêneros musicais, todos oriundos (a maioria) de seu acervo pessoal de produções musicais norte-americanas.

E o feedback do programa vem surpreendendo a emissora. A audiência é alta em um horário em que grande parte dos ouvintes enfrenta congestionamentos no trânsito. Das 11h às 13h de sábado, condutores estão sintonizados na Verde Oliva para ouvir a diversidade de ritmos tendo como protagonista o blues, a fonte que deu origem aos outros ritmos -jazz, soul, Spirits, resolve blues e o gospel, todos reunidos em uma só grade de programação musical. A produção é rigorosa, de excelência, marcas de uma iniciativa que chama a atenção pelo sucesso que vem logrando.

Hoje, uma tendência se consolida no mercado radiofônico. A maior parte dos ouvintes sintoniza rádios quando está nos carros, ao contrário de outras épocas, motivando novos empreendimentos para manter a audiência. É nessa pegada que o ‘Blues em Harmonia’ consegue maior interação e participação do público ouvinte, somando-se a isso um bom papo sobre os mais diversos assuntos de interesse da população, enriquecendo quem os ouve, na voz agradável e cativante de Humberto Amorim. 

“Eu pego o blues, que nunca foi divulgado em Manaus, como carro chefe e ponta de lança do meu programa na Verde Oliva. É uma experiência prazerosa que me impulsiona cada vez mais a buscar a inovação”, explica Humberto.

“Hey blues people (oi pessoal do blues). Sou eu, Humberto Amorim, a casa do blues está aberta, você é muito bem-vindo, esta casa agora é toda sua”, diz Humberto, na abertura do programa, pontuando (em seguida) quais são os protagonistas do dia. “É um programa descontraído com boa música e uma produção impecável”, ressalta.

Amorim é o único civil atuando na emissora do Exército Brasileiro, que tem como slogan ‘sinal verde para a boa música’. Toda a equipe envolvida na produção, com exceção dele, é formada por militares. E o novo programa é produzido com a mesma pegada icônica da emissora –só são veiculadas músicas de qualidade, uma exigência que encontra bom respaldo e reconhecimento junto aos ouvintes.

“E o programa Blues em Harmonia é um retrato disso. São novos estilos que não tocavam na rádio e que eu toco outros gêneros, levando ao público mais opções musicais”, explica. “Eles sabem que ouvindo o programa Blues em Harmonia vão ouvir blues, jazz, soul, spiritus e resolve blues. Isso é seguro. É o que eu toco todos os sábados”, afirma.

Paixão

Ele conta que o novo projeto agrega toda a sua experiência de tantos anos de profissão. “Eu mergulhei nessa onda do trânsito, dos condutores, querendo uma boa música. Embarquei simplesmente porque a fórmula musical da Rádio Verde Oliva está no seu slogan, todo retratado, o sinal verde para a boa música”, acrescenta. “Aqui é, realmente, o pano de fundo, o backdroper da ótima programação”, diz.

Humberto transpira rádio, algo que está internalizado em sua alma, não escondendo a paixão para uma atividade que abraçou completamente ao longo de tantas décadas de atuação, tornando-se, hoje, uma das grandes referências no segmento regional. E, quiçá, até nacional. Seu círculo de amizades e intercâmbios profissionais transcendem o Amazonas. E também tem uma banda de jazz, já conhecida do público apreciador da boa música, e de qualidade.

Ao primeiro contato, Humberto Amorim demonstra ser, realmente, um homem do rádio. Um apaixonado por excelência. E, provavelmente, nasceu para exercer a atividade, levando entretenimento ao público desde tempos em que muita gente não sabia nem sequer o que era jazz em Manaus.

A emoção está no brilho dos seus olhos e na sua empatia com as pessoas. Fluente em mais de uma língua, o radialista sabe como cativar a atenção. São tantas histórias que ilustram muito bem a trajetória do rádio amazonense.

“Essa paixão em forma de programas está sendo implementada desde o dia 7 de abril de 1995, quando eu comecei com o primeiro programa de jazz da história do Rádio do Amazonas lá na Rádio Amazonas FM 101,5, da Rede Amazônica”, conta.

Por 22 anos, Humberto esteve na Rádio Amazonas FM 10,5 fazendo o seu programa de jazz, permeado ainda de músicas da Bossa Nova, que era veiculado aos domingos, do meio-dia às 14 horas. Por mais de duas décadas, o público dedicou uma boa audiência à atração, motivado pela programação de qualidade e pelos assuntos abordados e comentados pelo radialista.

COORDENADA

Um divisor de águas

Humberto cita uma situação inusitada que ainda hoje está bem forte em sua memória. “Estava no ar há dois anos. Uma menina de 15 anos ligou dizendo que adorava ouvir o meu programa e tinha uma dúvida. Disse que o jazz que ouvia na academia onde sua mãe frequentava era diferente do que eu tocava. E respondi que o jazz que ela ouvia no rádio é o verdadeiro de Nova Orleans, contemporâneo, em forma de bebop”, conta. “E eu nunca vou me esquecer disso, a menina me perguntando a diferença entre o jazz da academia e o jazz que eu tocava. É um divisor de águas”, acrescenta.

A Rádio Amazonas deu lugar à CBN, que dedica apenas poucos minutos para programações locais, impossibilitando a manutenção do programa de jazz que tem duas horas de duração, revela Humberto Amorim. Posteriormente, uma nova oportunidade surgiu na Rádio Diário, dando continuidade ao programa. Porém, a emissora foi extinta, sendo substituída por outra empresa.

Ritmos musicais como sertanejos, entre outros mais diversificados e populares, tornaram inviáveis que o radialista mantivesse a atração na nova rádio. Mas outra opção surgiu com a Rádio Verde Oliva, que prima pela boa música e pela qualidade dos ritmos musicais veiculados.

Humberto é um homem que investe constantemente na inovação, não importando o quanto uma nova ideia seja desafiadora, algo muito peculiar de seu caráter, como ser humano, homem, e partícipe de um mundo tão diverso, com um olho sempre voltado para o futuro.

“Sigo aquilo que acredito piamente desde sempre –o melhor está sempre por vir, o melhor será sempre entregue e servido por mim aos ouvintes da Rádio Verde Oliva”, afirma. “Então, o que me reserva o futuro? O futuro sabe, mas o que eu estou entregando no presente para o meu futuro é música de qualidade, profissionalismo e muita paixão por tudo aquilo que eu e todos da equipe fazemos e usamos para desenhar o que nós queremos entregar para nossos ouvintes”.

Marcelo Peres

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