Com a aproximação da Copa do Mundo os hotéis de Manaus vivem a expectativa de quais serão escolhidos pelas delegações e comitivas dos países e pela Match Serviços e Eventos, agência da FIFA que faz análise dos hotéis, para hospedar as autoridades que virão a Manaus. Para os hotéis businnes, que focam no público executivo do Distrito Industrial, ser escolhido representaria grande incremento de receita durante o mundial.
A Match vai bloquear diversos apartamentos em hotéis de Manaus que queiram participar como hotéis oficiais da Copa do Mundo. Esses bloqueios ocorrem até abril, quando a entidade pode cancelar ou fazer o pagamento da demanda requerida. Em alguns hotéis, essa demanda corresponde a 50% da carga total. Segundo o executivo de contas do Sleep In Hotel, Jairo Junior, esse será o principal fato gerador de receita para os hotéis business em Manaus durante o período do mundial.
A expectativa é de que a demanda corporativa diminua no período. “Nos dias de jogo no país será feriado. Então, aqueles que viriam a trabalho nas empresas do DI não virão. Um feriado no meio da semana já compromete a semana inteira. Imagina durante a Copa”, comenta. No entanto, essa menor demanda não deve afetar o faturamento dos hotéis que trabalharão com valores maiores nas diárias. “Entendemos que haverá um incremento de diária média. Hoje trabalhamos com uma média bem inferior do que trabalharemos para Copa do Mundo. A ocupação deve diminuir. Mas teremos incremento considerando a diária média”, ressaltou.
Outra demanda que suprirá a ausência dos executivos em negócios no PIM é a de empresas estrangeiras que compram pacotes para o mundial. “Ontem mesmo recebemos representantes da Inglaterra pra fazer inspeção no empreendimento. Um dos principais geradores de receitas virá de empresas voltadas para Copa do Mundo”.
A Copa também deve aumentar a taxa de ocupação desses hotéis durante os outros períodos do ano. Com a antecipação das férias de algumas indústrias e menos dias úteis, a expectativa é de que o aquecimento no setor, que costuma começar após o Carnaval, ocorra já a partir de janeiro. “Como haverá uma antecipação de algumas férias coletivas. Então haverá certa antecipação de visitas, consultorias, aprovação de projetos. Com isso, o aquecimento deve ser adiantado. Normalmente, só conseguimos aquecer depois do Carnaval. Ano que vem isso deve acontecer com maior agilidade e rapidez. Em janeiro já deve haver uma demanda boa”, complementou.
Ano difícil
Com uma taxa de ocupação 9% abaixo de 2012 o ano não é considerado bom pelo setor. O presidente da Abih-AM (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Amazonas), Roberto Bulbol já havia declarado que durante o ano a maioria dos hotéis trabalhou com apenas 50% da taxa de ocupação. Motivados, sobretudo, pelo aumento na oferta de leitos, que não foi acompanhada pelo crescimento de clientes.
Para Jairo Junior a situação dos hotéis com perfil business foi ainda mais delicada devido às oscilações das empresas do PIM. “Foi um ano difícil para o setor hoteleiro, até porque tivemos uma oscilação de empresas sendo instaladas e outras que viriam, depois não viriam mais. Houve uma queda na demanda e aumento na oferta o que, consequentemente, prejudicou o resultado dos empreendimentos”, destaca.
