Pesquisar
Close this search box.

Greve de fiscais federais deve resultar em declínio das exportações

https://www.jcam.com.br/18032008_CAPA_A5.jpg

A greve deflagrada oficialmente ontem pelos auditores fiscais do trabalho e da Receita Federal pode impactar em mais de 15% na queda das exportações no Amazonas. A conclusão é das principais lideranças empresariais que vêem com apreensão a sexta edição consecutiva de paralisação do setor público fiscal.
O temor é justificado por vários fatores, já que sem a participação dos grevistas, implantações, como a do Siscomex Carga (módulo do Sistema Integrado de Comércio Exterior voltado para o controle aduaneiro informatizado da movimentação de embarcações, cargas e unidades de carga nos portos alfandegados), poderão afetar o desempenho das atividades de fiscalização da Receita.
O presidente do Sinaees (Sindicato da Indústria de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares de Manaus), Wilson Périco, disse que uma vez mais as empresas do PIM (Pólo Industrial de Manaus) estão de mãos atadas diante de um desacordo que já se arrasta há seis anos sem uma clara definição para permitir investimentos consistentes com segurança no Amazonas.
O dirigente considerou insensato o período da greve dos auditores por culminar justamente com a preparação da indústria local para atender o alto volume de pedidos de eletroeletrônicos destinados ao Dia das Mães. “Uma greve não poderia ser pior do que essa neste período do ano, quando as indústrias já preparam o envio de eletroeletrônicos para as vendas no Sul e Sudeste”, resumiu Périco.
O presidente da Aficam (Associação das indústrias e Empresas de Serviços do Pólo Industrial do Amazonas), Antônio Carlos Lima, também mostrou-se insatisfeito pela queda-de-braço entre o governo e auditores fiscais. O executivo disse lamentar que o impasse ainda não tenha uma resolução plausível depois de seis anos, exceto pelos resultados negativos que vêm se repetindo continuamente no comércio exterior da capital. “É lamentável que as partes ainda não tenham chegado a um acordo depois de tantos anos. Quem mais perde com isso é o Amazonas, já que muitas empresas, como a Nokia, por exemplo, já transferiu os setores de exportação para outros países”, ressaltou o dirigente.
Acompanhando a onda de paralisação que tomou conta de todos os auditores fiscais do país, no Amazonas os profissionais parecem buscar uma equiparação dos seus vencimentos mensais a todos os salários do funcionalismo público federal.
O superintendente regional do Trabalho e Emprego no Amazonas, Dermilson Carvalho das Chagas, refletiu que essa busca pela equiparação de salários é algo justo, embora o governo federal não tenha dado mostras de que resolverá o problema em curto prazo. “Se todos os setores públicos recebessem o mesmo teto em todo o país, não existiria corrida pelo salário e as profissões seriam exercidas apenas por aqueles que tivessem vocação. Por isso, torço que essas reivindicações sejam atendidas o quanto antes”, ressaltou.

Movimento
paredista

Mas o cabo-de-guerra parece longe de tender para um dos lados. A presidente da Agitra-AM (Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho no Amazonas), Creuza Barbosa, disse que o movimento de paralisação é uma ofensiva após oito meses de negociações. A dirigente afirmou que a postura adotada pelo governo foi sempre de postergar as reuniões com os comitês, não cumprindo a promessa de apresentar proposta conclusiva à classe. “Entre as desculpas apresentadas pelo governo estava a questão da CPMF, da qual não se tinha certeza da aprovação de sua continuidade. Agora, chega de promessas. O governo insistiu em colocar à mesa de negociação apenas o que era do seu interesse, por isso optamos pela greve”, afirmou a representante.
O vice-presidente do Unafisco (Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal), Gelson Myskovsky, garantiu que a paralisação deverá atingir diretamente o controle de bens e mercadorias que chegam ao território nacional, especialmente nos portos e aeroportos, onde ocorre a liberação das cargas perecíveis e medicamentos. “Não queremos prejudicar nenhum setor

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar