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Furtos preocupam lojistas,apesar da queda nas estatísticas

A elevada quantidade de roubos e furtos praticados no comércio varejista de Manaus tem deixado lojistas preocupados com a situação da segurança no ambiente de trabalho. Apesar de os números da SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) apontarem para uma queda de 2,65% no total de ocorrências do gênero registradas de janeiro a julho de 2009 contra o mesmo período do ano passado, dirigentes das entidades representativas do setor disseram ao Jornal do Commercio que não sentiram nenhuma mudança positiva nos últimos meses.
Apesar da “invisível diminuição” das ocorrências no comércio -como classificou a presidente da Alasc (Associação dos Lojistas do Amazonas Shopping Center), Mercedes Braz-, os empresários do setor se dizem temerosos sobre a possibilidade de entrarem para as estatísticas de crimes contra o patrimônio. O temor diz respeito a crimes com e sem violência, inclusive clientes que furtam pequenos objetos.
O presidente da CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus), Ezra Benzion, disse que recebe reclamações de vários comerciantes sobre a ocorrência de roubos em várias zonas da cidade. “Os roubos e furtos acontecem em todas as zonas da cidade. Não há ocorrências somente no Centro de Manaus, onde há mais lojas, mas também nos grandes shoppings centers”, salientou.
Benzion lembrou ainda que até mesmo os pequenos delitos praticados por clientes significam uma grande perda no faturamento mensal de um ponto comercial. “Quando um cliente rouba um objeto de uma loja, geralmente escolhe peças de valor alto e tamanho reduzido para esconder em bolsas e mochilas ou mesmo na roupa”, contou.
Os números disponibilizados pela gerência de estatística e análise criminal da SSP apontam inexistência de variação quanto ao ranking das zonas urbanas com mais ocorrências, entre os meses de janeiro e julho. A zona norte da capital amazonense marcou 1.065 roubos e furtos em 2008, contra 1.070 neste ano.
A segunda colocada na lista foi a zona sul, com 902 atos no ano passado e 843 em 2009, diminuição de 6,54%. A zona leste ficou em última posição nos dois anos analisados: 508 crimes tipificados como roubos ou furtos em 2008 e 499 neste ano, diminuição de 1,77%.

Demora no atendimento faz dono de loja evitar registro de
ocorrência

O comparativo entre roubos e furtos, especificamente, mostra que a quantidade de roubos (ações executadas com violência) é menor que aquelas feitas com uso da força física e resultam em algum tipo de agressão. No ano passado o índice de roubos foi 75,75% menor que a quantidade de furtos na zona sul. Esta região da cidade permaneceu como líder entre as outras áreas de Manaus, com 64,90 pontos percentuais a mais de roubos registrados que o número de furtos.
De acordo com a presidente da Alasc, apesar da administração do centro de compras não divulgar informações sobre a quantidade de crimes nem para a associação, as reclamações mais recorrentes são das grandes lojas de departamentos e roupas, além do supermercado do local. O Amazonas Shopping Center possui 270 lojas.
“Quem sofre mais são as grandes empresas, onde o fluxo de pessoas é mais intenso e isso ocorre mais nas datas comemorativas como Dia das Mães e Natal”, disse Mercedes.
A empresária reclamou do atendimento da polícia aos comerciantes que, segundo ela, às vezes permanecem mais de seis horas nas delegacias para registrar o boletim de ocorrência e garantir a punição aos infratores. “Precisamos de um atendimento mais ágil. Na maioria dos casos, o dono na loja não registra a ocorrência para não ter de paralisar ou diminuir as atividades comercias do seu trabalho”, desabafou.

FCDL/AM alerta empresários para o golpe do “constrangimento moral”

O presidente da FCDL/AM (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Amazonas), Ralph Assayag, estima que Manaus concentra quase a totalidade dos roubos e furtos ocorridos no comércio varejista do Estado. “Cerca de 75% do comércio é realizado na capital, sejam os de grande ou pequeno porte. Por isso, acontecem mais roubos e furtos na capital que no interior”, assegurou.
Segundo Assayag, a federação reúne os lojistas periodicamente com os associados para informar sobre as formas de prevenção, como a instalação de câmeras de seguranças ou etiquetas magnéticas. Há também, alertou o dirigente, clientes que furtam objetos e depois se desfazem dos produtos para dizer que foram falsamente acusados de crime. O intuito seria o de processar a loja por danos morais, devido ao hipotético constrangimento sofrido durante a abordagem pelos funcionários ou seguranças do estabelecimento. “A federação já recebeu várias reclamações de empresas que passaram por isso e tiveram que provar, através de gravações do circuito interno de segurança, que o cliente montou o fato”, lamentou Assayag.
A Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações informou que esses atos são previstos no Código Penal Brasileiro, com punição de quatro a dez anos de reclusão e multa. Caso a violência resulte em lesão corporal grave, a pena é de prisão de sete a 15 quinze anos, além de multa; se terminar em morte, o período de encarceramento é maior, variando de 20 a 30 anos, porém sem pagamento de multa.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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