Já tem compromisso para esse final de semana? Se não, agende uma visita a Autazes, a terra do leite e do queijo, localizada às margens do rio Autazes. O Festival do Leite acontece no último final de semana de julho, mas agora em abril, de sexta-feira (19), a domingo (21), a cidade recebe a primeira edição do Fest’Art Autazes, no Ginásio GM3. O Festival foi contemplado no edital da Lei Paulo Gustavo 2023.
“Trata-se do primeiro Festival de Artes Integradas, que reunirá vários segmentos culturais como dança, literatura, música, teatro e artes visuais. O evento traz, em sua programação, danças performáticas ancestrais por um grupo de indígenas que apresentará a magia da floresta entre o sagrado e a arte perpetuada por gerações comunicando os saberes através dos ritmos e movimentos, enquanto na literatura o escritor/poeta Miguel de Souza fará uma manhã de autógrafos das obras ‘Maximínimas’, ‘Autobiografia’ e ‘Kigo – as quatro estações’, que serão doadas a bibliotecas da cidade e sorteadas ao público presente”, revelou Álvaro Smont, curador do evento.
Álvaro também irá autografar três antologias poéticas: ‘Onde canta o sabiá’, ‘Uma poesia para cada noite’, e ‘É primavera’.
“Em seguida Miguel de Souza ministrará uma oficina de escrita literária e ao fim promoverá um concurso literário estudantil para o público. No segmento musical acontecerão os shows de Ellen Fernandes cantando músicas autorais de seu álbum ‘Batelão’, e do ícone das canções amazônicas, Torrinho, que promete fazer uma noite inesquecível. Encerrando, a apresentação do DJ Dennys Costa. A arte cênica estará representada pelo ator Fabrício Mendes com performances. Fabrício ministrará uma oficina de técnicas de interpretação cênica paralelamente às oficinas de grafismo corporal e de confecção de biojoias. Ao final da oficina de teatro os alunos irão apresentar ‘esquetes’, para exercitar o aprendizado”, completou a também curadora Luma Maya.
Flávio de Souza
A data do evento é alusiva ao Dia dos Povos Indígenas e o Fest’Art Autazes é uma oportunidade para celebrar a cultura ancestral e reverberar os saberes por intermédio do artesanato, do grafismo corporal e da produção de biojoias.
“O Festival foi pensado principalmente para o público juvenil visando aproximá-los e conscientizá-los sobre a conservação e preservação do conhecimento das etnias que sobrevivem ao tempo moderno”, falou Luma Maya.
Durante os três dias do Fest’Art Autazes acontecerão exposições de artes visuais dos artistas Aya Abe, exibindo desenhos ilustrativos na técnica da aquarela; Bruna Marinho apresentando trabalhos expressionistas e com a técnica da colagem mostrando ícones amazônicos; Maira Mura expondo a moda indígena e os acessórios criados a partir de sementes silvestres transformadas em biojoias; Tuniel Mura, em acrílica sobre tela expressando elementos nativos e o cotidiano dos povos da floresta; e a pequena Sophia Diniz que faz das cores, em seus traços primários, com acrílica sobre tela, um registro assimétrico do mundo sob sua ótica. Sophia, com apenas dez anos, tomará posse na Academia de Belas Artes de Rio Grande do Sul, em maio.
Durante todo o Fest’Art Autazes o grande homenageado será o poeta, compositor e músico Flávio de Souza, 94, autor do hino do município. Flávio de Souza foi escolhido pela curadoria do Festival pelo seu legado artístico e cultural para o Amazonas e para Autazes tendo, ainda, construído uma trajetória de sucesso no futebol amazonense como preparador físico, auxiliar técnico e técnico do Olímpico, Rodoviária, Rio Negro, São Raimundo, Fast e Nacional, sendo o autor do hino deste último, grande sucesso no final da década de 1960 e que até hoje emociona os torcedores do Leão da Vila Municipal. Em 2021 o escritor José Rocha lançou o livro biográfico ‘Flávio de Souza, uma vida feita de futebol e música’.
O que visitar
“Na cidade de Autazes temos como atração a agrofazenda Paiva e o laticínio Autalac, que produzem vários derivados do leite. O nosso cartão postal é a praça da Cidade onde está localizada a igreja de São Joaquim e Sant’Ana, os padroeiros do município, cuja festa em sua honra acontece em agosto”, informou Mário Fernando, secretário de Turismo, de Autazes.
“Tem ainda a pracinha do Cristo Redentor, de frente pra igreja da comunidade de São Pedro, com uma bela vista para o rio. Também para quem gosta de rio, o porto com um píer é uma boa indicação. É o melhor lugar para se ver o pôr do Sol. Indico ainda a Casa da Cultura e o Parque de Exposições Jair de Menezes Tupinambá, onde acontece o Festival do Leite”, listou.
Como chegar lá
De barco, as embarcações saem às segundas, terças, quintas e sextas-feiras, da Manaus Moderna, às 18h. A chegada à cidade é na manhã do dia seguinte.
De carro, atravessa-se na balsa, no porto da Ceasa. Segue-se pela BR-319 até chegar à AM-254, que se estende por 94 km até o porto da balsa que irá até o porto de Autazes.
Os rios Juma e Mutuca são repletos de pousadas e hotéis de turismo, mas o acesso mais fácil até estes é através do Careiro Castanho.
Informações: 9 9521-2221.
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