Pesquisar
Close this search box.

Festival Folclórico do Amazonas quer mais atenção dos órgãos de cultura

Uma das festas populares mais antigas do Estado, com mais de 60 anos de existência, o Festival Folclórico do Amazonas, até hoje busca por maior atenção dos órgãos de cultura do Estado e do município. Idealizado pelo jornalista Bianor Garcia, em 1957, vários grupos folclóricos, que existiam dispersos pela cidade, foram reunidos num festival realizado no então campo do quartel do 27º BC (Batalhão de Caçadores), atual Colégio Militar de Manaus. Por mais de 20 anos, durante os festejos juninos, o Festival aconteceu no local atraindo a população manauara até que, em 1979, com a instalação do Colégio Militar, o espaço foi fechado para tais apresentações.

Por mais de 20 anos o Festival aconteceu no General Osório, onde ganhou fama – Foto: Divulgação

“Desde então o Festival Folclórico, sem datas definidas, vagou pelo Parque Amazonense; Estádio da Colina; Vivaldão; estacionamento do Vivaldão; área onde hoje está a Arena Amadeu Teixeira; Bola da Suframa; sambódromo, tanto na área de concentração das escolas de samba quanto na ferradura, onde aconteceu a última edição, em 2019”, listou Raimundo Nonato Negrão Torres, historiador, folclorista, e um dos organizadores do Seminário.

“Por isso, do dia 20, segunda-feira, ao dia 25, sábado, iremos realizar o ‘Seminário de Análise Crítica e Técnica do Festival Folclórico do Amazonas’ para, de uma vez por todas, definirmos data fixa e local permanente para as apresentações dos grupos folclóricos no Festival”, completou.  

O Seminário vai acontecer no Salão Solimões, anexo ao Palácio Rio Negro, e dele participarão representantes da SEC (Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas), da Manauscult (Fundação Municipal de Cultura e Turismo) e de todos os 137 grupos folclóricos existentes em Manaus.

137 grupos folclóricos existem hoje em Manaus – Foto: Divulgação

Há 17 anos       

Os 137 grupos estão divididos em três categorias (bronze, prata e ouro), onde bronze e prata são de eventos de responsabilidade da Manauscult, e ouro, da SEC. Os grupos integram as seguintes associações: LIGFM (Liga Independente dos Grupos Folclóricos de Manaus), com 89 danças sendo 16 na categoria bronze, 35 na prata e 38 na ouro; Associação Boi Bumbá Corre Campo, com 13 danças, sendo três na categoria prata e dez na ouro; AFCAM (Associação Folclórica Cultural do Amazonas), com 13 danças, sendo uma na categoria bronze, três na prata e nove na ouro; LIQUAJUAM (Liga das Quadrilhas Juninas do Amazonas), com 16 danças, sendo uma na categoria bronze, sete na prata e oito na ouro; UNAQJ (União Amazonense de Quadrilhas Juninas), com uma dança na categoria ouro; os bumbás integram associações independentes: os bumbás Master A (Brilhante, Garanhão e Corre Campo) e os Master B (Galante de Manaus, Carinhoso e Clamor de um Povo).

“A última revisão do Festival foi realizada há 17 anos. Desde lá mudaram o formato das apresentações, locais e datas e nunca mais nada foi avaliado para ver se estava dando certo, ou não. E não estava. Manaus cresceu bastante. Vários bairros começaram a organizar festivais próprios e o Festival de Parintins ofuscou o Festival de Manaus. Queremos voltar a ter um protagonismo sem rivalizar com os festivais locais, nem com Parintins”, destacou Nonato.

A última revisão do Festival foi realizada há 17 anos – Foto: Divulgação

Nonato acredita que a não evolução do Festival Folclórico do Amazonas em termos de organização fez com que os órgãos de cultura dessem menos atenção ao espetáculo, o que está mudando agora com Marcos Apolo à frente da SEC, e Alonso Oliveira, na Manauscult.

Ter atenção como antes    

Entre os objetivos que serão avaliados durante o Seminário, está a relação do Festival com a atração de turistas para Manaus; fixar locais e datas no calendário cultural do Estado; redefinir regulamento único para todas as categorias, com critérios de desempate, visando proporcionar forma justa para acesso e descenso; discutir novas formas de premiação; determinar o equilíbrio do quantitativo de danças por modalidade; sugerir a capacitação dos grupos folclóricos, através de cursos e oficinas relacionados à preparação e execução de seus temas quanto a cênica, iluminação, coreografia, musical, cenografia, entre outros.

A programação conta com as palestras ‘Reflexão sobre a evolução do folclore e sua relação com o turismo’, com José Nogueira; ‘Danças folclóricas e danças parafolclóricas’, com André Durand; ‘A espetacularização das festas juninas no espaço urbano’, com Frank Brandão; ‘As perspectivas em tornar o FFAM em produto turístico’, com Sabá Moura; ‘Termos de fomento’, com Anne Paiva; ‘Prestação de contas’, com Alderlani Oliveira; ‘Visão acadêmica no julgamento do festival folclórico’, com Amanda Pinto; e ‘Imersão do acadêmico no processo criativo de uma dança folclórica’, com Francis Baiardi.

“Queremos que o Festival Folclórico do Amazonas volte a ter a atenção da população manauara, como tinha em décadas passadas, mas que agora seja um grande centro de atração turística para Manaus e uma importante fonte de renda para os grupos e quem faz o Festival acontecer”, concluiu.

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar