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Faturamento encolhe 14,87% em 2008

A falta de aprovação de projetos de manejo florestal é apontada como a causa da retração de 14,87% sentida pela indústria madeireira local que, em 2008, fechou com um faturamento de R$ 41,08 milhões se comparado aos R$ 48,25 milhões obtidos no ano anterior.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Madeiras Compensadas e Laminados do Amazonas, Moyses Israel, disse que não haveria prejuízos no setor, caso os projetos de manejo empresarial fossem aprovados, o que não vem acontecendo, recaindo no fechamento de algumas empresas há algum tempo. “A última foi a CIM (Companhia Industrial de Madeiras), no ano passado”, contou, lembrando que hoje em Manaus não existe nenhuma empresa fabricante deste setor.
No município de Itacoatiara, considerado o grande polo produtor de madeira, fecharam todas as empresas, permanecendo apenas uma parte da Mil Madeireira. Moyses Israel informou que, no passado, o setor gerou cerca de 10 mil empregos diretos e 20 mil indiretos. “Hoje talvez gere 200 empregos diretos”, disse.
Quanto às projeções para o setor em 2009, diante do cenário de crise financeira internacional, o dirigente respondeu que se desenha um quadro cinzento se forem mantidas as dificuldades na aprovação de projetos de manejo florestal. Segundo Moyses Israel, a alternativa para driblar a crise é apoiar a campanha do sindicato do setor denominada “Plantar é a Solução”. “Nossas autoridades não querem entender, mas esse é o caminho que daria emprego e renda, além da garantia de suprimentos no futuro, assegurando contribuição para a nossa economia”, defendeu.
Empresários que atuam com exploração e venda de madeira também reclamam do rigor da legislação ambiental que os impede de trabalhar porque os planos de manejo não são aprovados pelos órgãos ambientais, a exemplo do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e do Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas) que impõem exigências consideradas pesadas.
Um empresário que pediu para seu nome não ser revelado, para evitar represálias, disse que possui um fornecedor que há dois anos não consegue liberar uma tora de madeira. Mesmo possuindo plano de manejo, os projetos não são liberados pelos órgãos ambientais. “Se as normais fossem mais flexíveis ficaria mais fácil trabalhar, porque da forma como está tem muita gente desistindo de atuar no ramo”, desabafou, ressaltando que o mercado está sendo impactado pelo excesso de preservação.

Questão ambiental

O superintendente regional do Banco da Amazônia, no Amazonas e Roraima, Antonio Carlos Benetti, avaliou que o problema do polo madeireiro passa pela questão ambiental. Ela informou que hoje só é permitido fazer exploração madeireira em área de manejo. Isso fez com que grandes empresas do setor, que não conseguiram se ajustar às exigências da legislação ambiental, tiveram suas produções reduzidas e em algumas fecharam porque não tinham matéria-prima para trabalhar.
Para Benetti, a alternativa é trabalhar projetos de manejo para o segmento de móveis. “Em vez de trabalhar madeira para exportação, pode-se voltar para projetos menores de manejo, o que é um bom negócio”, apontou.
O setor madeireiro na Amazônia é considerado o maior empregador industrial e um dos que mais arrecadam impostos. O bom desempenho da atividade coloca o país na condição de maior produtor e consumidor mundial de madeiras de florestas tropicais
Conforme levantamento do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2005, os principais Estados produtores de madeira são Pará (9,9 milhões de m³), Mato Grosso (1,7 milhão), e Rondônia (1 milhão). No ano anterior, mais de 70% da madeira em toda explorada na Amazônia foram oriundas de áreas de terceiros e o restante das próprias empresas: 28% vieram de pequenas propriedades; 31 das médias e 41% das grandes. Cerca de dois terços a três quartos da madeira saíram de floresta nativa e o restante, oriundas de planos de manejo.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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