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Falta de recursos dificulta trabalho do Dieese na cidade

O escritório regional do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) está sem recursos financeiros, humanos e equipamentos para ampliar a abrangência da pesquisa mensal sobre a cesta básica da capital amazonense. A análise atual é feita pela economista e supervisora técnica da organização sindical, Alessandra Cadamuro, além de uma agente de campo.

De acordo com Alessandra, o Dieese não possui estrutura para aumentar a aferição de preço dos produtos da cesta básica. Em outubro de 2008, o escritório regional enviou um relatório à Seplan (Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico) para verificar a possibilidade de a secretaria auxiliar, de alguma forma, no levantamento de preços. A resposta da Seplan foi que a proposta seria muito cara.

O Dieese enviou outra proposta menos dispendiosa, em junho do ano passado, mas a retorno foi o mesmo. Entretanto, o órgão estadual não enviou uma contraproposta de acordo com as possibilidades financeiras da secretaria. “Enviamos dois relatórios e só disseram que era muito caro. Sendo que não pedimos dinheiro especificamente, e sim algum tipo de auxílio para fomentar a pesquisa”, disse Alessandra.

Relatório deferido

A Seplan informou que não recebeu qualquer documento sobre pesquisas envolvendo cesta básica oriundo do Dieese. A equipe de reportagem do Jornal do Commercio apurou que o relatório foi entregue à secretaria e deferido, pois o governo do Estado, por meio do órgão, está formulando uma pesquisa própria para calcular o custo da cesta básica em Manaus.

Inicialmente, a pesquisa seria aplicada em Manaus e depois nas cidades próximas e com maior quantidade de habitantes -e maior expressão eleitoral. O levantamento da Seplan ainda não tem nome definido e deve ser apresentado até o final do primeiro semestre.

A amostragem atual do Dieese é composta por 12 itens: carne bovina, leite, feijão, arroz, farinha de trigo, tomate, pão francês, café em pó, banana prata, açúcar, óleo de soja, manteiga. No total, 130 estabelecimentos-chave são averiguados, bem como pontos comerciais adjacentes com produtos alimentícios; além de 12 grandes feiras fixas da capital.

Caso o Departamento consiga ajuda para garantir uma nova e maior pesquisa, produtos, como peixes regionais, frutas amazônicas, verduras e legumes usados tradicionalmente no Estado, integrarão a pesquisa.
“Essa pesquisa mostra o poder de compra dos trabalhadores em relação ao salário mínimo e comércio de alimentos local, impedindo um super-reajuste no preço dos produtos vendidos em grandes e médias redes de varejo, já que a análise também é nacional”, explicou a economista Alessandra.

Área de ação vai ser expandida

Outros órgãos públicos serão consultados sobre a possibilidade incrementar a pesquisa da cesta básica. Conforme os recursos reunidos, há possibilidade de expandir a área de atuação para algumas cidades da Região Metropolitana de Manaus.

Para o titular da SRMM (Secretaria da Região Metropolitana de Manaus), René Levy, ações de cunho econômico contabilizam dados importantes sobre os municípios da região, ainda carentes de levantamentos. “Caso a nova pesquisa seja concretizada, teremos um importante parâmetro para constatar como está a economia nas cidades próximas de Manaus e poderemos, inclusive, utilizar esses números para aplicar políticas públicas para aumentar a circulação de capital e a geração de riqueza na região metropolitana”, afirmou.

A pesquisa mensal da cesta básica é verificada em Manaus há 15 meses e compara o custo dos 12 produtos com as outras capitais do Brasil, para sugerir um salário mínimo – atualmente em R$ 510 – condizente com as despesas de uma família com dois adultos e duas crianças. O relatório referente ao mês de janeiro, divulgado na semana passada, apontou o mínimo ideal de R$ 1.987,26, para custear alimentação, moradia, saúde, transporte, educação, higiene, lazer, vestuário e previdência, como prevê a Constituição Federal. A cesta básica de janeiro ficou em R$ 216,53, aumento de 0,27% sobre o mês anterior.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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