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Falta de insumos afeta produção no PIM

A escassez de navios e de contêineres, em razão do fechamento de portos na China, tem provocado o desabastecimento de insumos em todo país e essa crise intensifica  ainda mais a demora no fornecimento de materiais ao PIM (Polo Industrial de Manaus). Na tentativa de manter o plano de produção, as fabricantes do Polo estão antecipando os pedidos para 2023.

De acordo com o  presidente do Cieam (Centro da Indústria do Estado do Amazonas), Wilson Périco, é  mais de um ano e meio pela frente para tentar garantir insumos para suas linhas de produção. “Os fabricantes de componentes e insumos, principalmente de eletroeletrônicos precisaram paralisar durante o pico da pandemia. A retomada aconteceu simultaneamente no mundo todo para atender uma demanda reprimida que se criou. Os fabricantes não têm a velocidade para atender num tempo hábil os que precisam desses produtos. A demanda supera a capacidade nesse pequeno espaço de tempo”.

O tempo de atendimento dos pedidos desses fornecedores aumentou muito. “Além das empresas estarem colocando pedidos para 2023, o tempo de trânsito também se agrava. O congestionamento grande de navios oriundos da China. Inclusive, o transporte por contêineres que nós pagamos US$ 2.500  hoje chega a até US$ 23 mil. Sem ter confirmação da data de embarque porque precisa da disponibilidade de navios.

Périco enfatiza ainda que além do aumento lead time, o aumento de custos desses componentes tem também o aumento do custo logístico. “Isso está impactando a indústria local, tanto que algumas anunciaram férias coletivas aos seus trabalhadores durante um período para tentar equilibrar os seus estoques”. 

Antonio Silva, presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), demonstra preocupação. “As importações advindas de outros países não enfrentam problemas tão graves quanto as provenientes da China. Certamente essa tem sido uma das principais preocupações do segmento industrial. As indústrias necessitam, fundamentalmente, de previsibilidade para suas operações. A escassez de insumos e a inconstância no fornecimento das matérias-primas têm impactado sobremaneira a atividade fabril”, declara. 

Gargalos

O diretor-geral da empresa I-Sheng Brasil Ltda, Renato Montalbo, que fornece insumos para alguns segmentos, diz que mesmo pagando muito caro está difícil regular o abastecimento em Manaus. “Manaus não tem quase exportação, isso faz com que os containers na maioria voltem vazios. Estamos tendo escassez de contêiner, a nível mundial. Falta espaço em navios. Manaus não tem quase exportação, isso faz com que os containers na maioria voltem vazios”. 

Ele também relata o aumento no custo dos materiais. “Além da alta no valor do cobre, as resinas que a gente usa é PVC para produção dos cabos tiveram aumento em mais de 100%”. 

Setor está atento

O  polo de duas rodas do PIM é o mais afetado pela falta de insumos. Ao divulgar os números mais recentes do setor, o presidente da Abraciclo informou  que todas as associadas acompanham atentamente as dificuldades na cadeia logística, devido ao fechamento de alguns portos em decorrência dos casos da variante Delta do coronavírus. “Estamos acompanhando atentamente as dificuldades de logística para o fornecimento de insumos. Houve casos de fechamento de alguns portos, principalmente na China, devido aos casos da variante Delta do coronavírus. Esse é um problema global”, reiterou o presidente da entidade, Marcos Fermanian.

Consumo

O vice-presidente da Fieam, Nelson Azevedo, não descarta que  os desajustes na questão dos suprimentos afetem os aumentos de preços ao consumidor final. “Esse cenário traz aumento no custo de produção, uma escassez de produtos e, consequentemente, aumento de preços ao consumidor final.  De acordo com ele, é a lei da oferta e da procura quando tem uma demanda insatisfeita por falta de produtos no mercado a tendência é aumentar os preços naturalmente. “O mercado com certeza sofre com essa variação. Caso o cenário não mude, nós teremos uma variação mais acentuada do que estamos enfrentando”. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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