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Estado tem o pior desempenho do país

Os números da produção industrial do Amazonas, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (6), apresentaram no último mês de junho recuo de -9,3% em comparação com o mês anterior. Este número representa a quarta taxa negativa consecutiva neste tipo de comparação, período em que acumulou perda de 19,2%. Também houve queda – ainda maior – na comparação com o mesmo mês do ano passado: – 16,1%, a terceira taxa negativa consecutiva e a mais intensa desde julho de 2012 (-24,3%).
Ambos os resultados colocam o Amazonas como o Estado com o pior desempenho entre todos os Estados nas duas comparações, superando inclusive os resultados nacionais, que foram de -1,4% em comparação com o mês de maio e de -6,9% em relação a junho de 2013.
Assim, segundo o IBGE, o índice para o fechamento do segundo trimestre do ano mostrou queda de 7,6%, recuo mais acentuado desde o terceiro trimestre de 2012 (-10,3%), e interrompeu quatro trimestres consecutivos de crescimento, todas as comparações contra iguais períodos do ano anterior.
Já o saldo do primeiro semestre fechou com alta de apenas 1%. Enquanto o acumulado nos últimos doze meses, assinalou crescimento de 4,8%. Apesar de positivo, este último índice apontou o resultado positivo menos intenso do que os observados em março (8,5%), abril (7,2%) e maio (6,1%).
O presidente da Fieam (Federação da Indústria do Estado do Amazonas), Antonio Silva, atribui os resultados ao desaquecimento da indústria em junho, principalmente no setor eletroeletrônico, que teve retração nas vendas de televisores com a chegada da Copa do Mundo. Por isso, ele adianta que o desempenho poderá continuar negativo no mês de julho, antes de retomar lentamente o crescimento no segundo semestre, influenciado pela promulgação da prorrogação do modelo ZFM.
“Tivemos uma performance muito negativa. Caímos mais do que caiu a indústria brasileira que sofreu com quedas no setor automotivo. Nossas esperanças estavam no polo eletroeletrônico em função das grandes vendas de TVs. Portanto, nós ainda vamos amargar quedas no mês de julho em função deste desaquecimento da indústria. Agora, com a promulgação da prorrogação da Zona Franca de Manaus, a segurança jurídica que estava faltando, nós poderemos ter um retorno. Acreditamos que no segundo semestre iremos retomar o crescimento, mas não um crescimento dentro do que foi registrado antes. Estamos em um ano eleitoral e no segundo semestre todo mundo vai pensar em campanha política”, explicou.
Para a segunda metade do ano, no entanto, Silva aponta que a salvação para a indústria local poderá ser verificada já no mês de agosto, impactada pelas vendas no setor de bebidas.
“Acreditamos ainda em um crescimento no segundo semestre, a partir de julho ou agosto, especialmente no setor de bebidas, já que vamos entrar no período do verão. O sol é o maior gerador de rendas”, avaliou.

Setores
Os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-43,8%) e de outros equipamentos de transporte (-46,9%) mostraram as influências negativas mais relevantes para o total da indústria, pressionadas, sobretudo, pela menor produção de televisores, telefones celulares, receptor-decodificador de sinais de vídeos codificados e de relógios, no primeiro ramo; e de motocicletas e suas peças, no último. Vale mencionar também os recuos vindos de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-33,6%), produtos de borracha e material plástico (-17,9%) e de máquinas e equipamentos (-28,3%), explicados, em grande parte, pela menor produção de aparelhos elétricos de alarme para proteção, fios, cabos e condutores elétricos para capa isolante, fornos de micro-ondas e baterias e acumuladores elétricos, no primeiro ramo, de peças e acessórios de plástico para a indústria eletroeletrônica, garrafas, garrafões, frascos e artigos semelhantes de plástico, cartuchos de plástico para embalagem e pré-formas de garrafas plásticas, no segundo, e aparelhos de ar-condicionado de paredes, no último.
Por outro lado, bebidas (61,1%) e indústrias extrativas (1,5%) exerceram as contribuições positivas nesse mês, impulsionadas, especialmente, pela maior produção de preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais e de gás natural, respectivamente.

Nacional
A produção industrial caiu em 11 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na passagem de maio para junho deste ano. Além do Amazonas, as principais quedas foram registradas nos Estados do Paraná (-7,5%), de Pernambuco (-7,4%) e do Ceará (-5,4%).
Outros locais que tiveram recuo mais intenso do que a média nacional (-1,4%) foram a região Nordeste (-4,4%), Santa Catarina (-4%), Rio Grande do Sul (-2,3%), Pará (-2%) e Minas Gerais (-1,7%). Completam a lista dos locais com queda na produção industrial, os Estados da Bahia (-1,1%) e de São Paulo (-1%).
Apenas três Estados tiveram comportamento diferente da média nacional e apresentaram variações positivas da produção industrial: Rio de Janeiro (5,4%), Espírito Santo (3,5%) e Goiás (0,4%).
Na comparação de junho deste ano com o mesmo período do ano passado, 12 dos 15 locais pesquisados (o Mato Grosso também é pesquisado neste tipo de comparação) tiveram queda na produção, com destaque para Amazonas (-16,1%). No acumulado do ano, dez locais registram queda, sendo a maior em São Paulo (-5%). No acumulado de 12 meses, a produção recuou em cinco locais.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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