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Empresas pressionam por maior oferta de tubos de imagem no AM

A possível instalação de de uma unidade fabril que atenda à demanda por tubos de imagem para televisores com alta definição é o principal motivo da viagem de uma comitiva formada por representantes sindicais de operários e executivos do PIM (Pólo Industrial de Manaus) para a Seul, na Coréia. Entre as propostas inclusas na bagagem dos emissários amazonenses, a ampliação das linhas de cinescópio da Samsung SDI ou a implantação de uma fábrica coreana de vidro em Manaus serão a tônica do encontro.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valdemir Santana, os planos da visita dos representantes da classe operária envolvem diretamente a redução do ritmo de demissões causado pela quantidade insuficiente de cinescópios que hoje é destinada à demanda das empresas Philips, Semp CCE, IBT (antiga Cineral), Gradiente e Envision. “A Gradiente, por exemplo, quer pagar os funcionários demitidos, mas para isso precisa produzir. Acontece que, a empresa tem uma dívida com a Samsung SDI, que não quer liberar 40 mil tubos para o reinício da produção de TVs. Esse é um dos impasses que pretendemos negociar”, ressaltou.
Na opinião do diretor industrial da IBT, João Gilberto Fernandes, apesar da franca expansão dos televisores de LCD (Display de Cristal Líquido), a grande procura por modelos tradicionais nas regiões Norte e Nordeste do país deixa claro que a preferência por TVs de cinescópio ainda vai persistir por algum tempo entre os consumidores brasileiros. Segundo o executivo, com a baixa oferta de tubos catódicos na região, as empresas instaladas no PIM vêm buscando na importação a saída para não paralisarem as linhas. “Não faltam empresas interessadas em produzirem tubos de imagem no Amazonas. O que falta são fábricas de vidro em número suficiente para atender à indústria nacional. Hoje, mais de 80% dessa commodity vêm do exterior”, asseverou.
Embora não tenha divulgado números fechados, o gerente de controladoria da Samsung SDI Brasil, Edmar Andrade, negou que a empresa tenha reduzido a oferta de cinescópios no Amazonas, dizendo que a Samsung SDI tem investido fortemente na produção de tubos este ano de forma a não afetar a cadeia produtiva de televisores convencionais do PIM. Na conversa com o executivo, ficou claro que a Samsung deve cumprir a meta anunciada no início do ano de investir mais de US$ 10 milhões no Estado destinados à implantação de uma linha de cinescópios ultraslim (45% menor que o convencional) para TVs de 21 polegadas. “Fizemos um estudo estimado no qual acreditamos que, neste ano, dos 10 milhões de modelos de TV que serão vendidos nas lojas de todo o país, mais de 80% serão aparelhos de cinescópio”, assegurou.

Tubos usam versão modificada

Na disputa de mercado contra a tecnologia LCD e plasma, a diversificação para televisores de tubos com alta definição de imagem tem favorecido empresas que apostaram nos mercados regionais. Conforme Andrade, diferente dos modelos de LCD, os de tubo não sofrem de image lag (o efeito de arrasto que acontece quando imagens se movem rapidamente na tela), nem estão sujeitos à latência de imagem (burn-in) que já atacou alguns displays de plasma.
Andrade explicou que, ainda neste ano, as novas TVs de tubo com alta definição com apenas dois terços da espessura dos modelos de tubo catódico atuais chegarão ao mercado. A Samsung espera, segundo o executivo, que estes novos aparelhos sejam bem sucedidos por uma razão: preço. “Enquanto muitos observadores da indústria prevêem a iminente aposentadoria dos modelos com tubo de imagem em favor de tecnologias como LCD e plasma, o alto custo das TVs de tela plana demonstra que ainda resta longo tempo de vida para as TVs tradicionais”, assegurou o gerente.
Além da Samsung, a LG Electronics vai lançar um modelo de tubo reduzido com 30 polegadas até o fim deste mês. Especula-se que o lançamento aconteça durante a 4ª Feira Internacional da Amazônia.
De acordo com o consultor de engenharia industrial, Marcos Hiroshi Furukawa, os novos tubos reduzidos de TV usam uma versão modificada da tecnologia que permite reduzir a profundidade. O especialista explicou que as TVs de tubo também podem reproduzir uma maior gama de cor comparado aos displays LCD, além de serem mais condescendentes quando estão exibindo imagens de qualidade inferior. “Transmissões em definição padrão ainda são a esmagadora maioria em todas as redes de TV e frequentemente parecem pior nos dispendiosos displays de plasma e LCD. Esse diferencial aliado ao preço final pode corroborar para o sucesso de vendas dos novos modelos durante as festas do fim de ano”, analisou Furukawa.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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