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Empresários da PanAmazônia ouvem o pré-candidato à prefeitura de Manaus, Amom Mandel

A associação PanAmazônia deu prosseguimento à sua agenda de reuniões com os pré-candidatos à Prefeitura de Manaus, na tarde desta quarta (3). O político ouvido, desta vez, foi o deputado federal Amom Mandel (Cidadania). A entidade sem fins lucrativos representa parte significativa do empresariado dos Estados amazônicos, e busca maior interlocução com os políticos que estão no páreo das eleições municipais das capitais regionais neste ano, além de apresentar a eles as expectativas e recomendações do setor produtivo.

Amom Mandel é um dos postulantes à cadeira do prefeito David Almeida (Avante), que busca reeleição. Também estão no páreo o também deputado federal Capitão Alberto Neto (PL), e os deputados estaduais Roberto Cidade (União Brasil) e Wilker Barreto (PMN) – que já participou de encontro na PanAmazônia. Os nomes de Israel Tuyuka (PDT) e de Maria do Carmo Seffair (Novo) também foram anunciados por suas siglas. Recém-filiado ao PT, o ex-deputado federal Marcelo Ramos é a peça mais recente desse quebra-cabeças, ao despontar como escolha da direção nacional do partido para disputar o pleito.

Assim como no encontro anterior, o político recebeu uma carta com uma agenda de 12 pontos considerados essenciais pela entidade para a agenda do futuro prefeito. A lista inclui eficiência da gestão pública; economia e retorno do investimento público; enxugamento da máquina administrativa; liberdade econômica e segurança jurídica; redução da carga tributária; celeridade na emissão de licenças; diálogo permanente com o setor empresarial; regularização de imóveis; tratamento equânime aos profissionais liberais no âmbito do ISS; regulamentação das APPs; restauração do Centro Histórico com inserção no turismo internacional; e obras para melhoria do trânsito e infraestrutura fluvial.

“Gestão técnica”

Durante a abertura dos trabalhos, o diretor executivo da Associação PanAmazônia, Belisário Arce, reforçou que a entidade não tem posição política partidária. O dirigente esclareceu, no entanto, que a associação fará uma reunião para definir sua posição no atual pleito, após ouvir todos os candidatos que queiram conversar com os associados. E acrescentou que o processo será o mesmo nas demais capitais amazônicas onde a Associação se faz presente. 

“Somos uma organização da sociedade civil, com 14 anos de atuação e dois objetivos. O primeiro é a promoção do ideal do liberalismo econômico. Acreditamos que o desenvolvimento ocorre a partir da livre iniciativa. O segundo objetivo é fomentar o ideal da cooperação e da integração panamazônica. Acabamos formando um grande networking empresarial. Hoje, são mais de 150 empresas associadas, a maioria no Amazonas, mas também no Pará, Roraima, Rondônia, Acre, Mato Grosso e Maranhão”, sintetizou.

Buscando convergência com os interlocutores, Amom Mandel iniciou sua fala dizendo que define que a condução da máquina pública seja feita “de maneira técnica”. “É claro que temos necessidade de manter interlocução política com a Câmara Municipal de Manaus, por exemplo. Mas, há uma ciência por trás da administração, e quero me ater a essa metodologia, durante uma eventual gestão da minha parte”, justificou, sem entrar em mais detalhes. 

O parlamentar, que é um dos políticos mais jovens do país, destacou que não está na vida pública para fazer carreira, mas para fazer com que outras pessoas tenham mais oportunidades. “Para isso, é necessário combater a corrupção e colaborar para que o mercado se desenvolva, com geração de emprego e renda. Ideologicamente, fico entre o liberalismo social – de centro-direita – e a social-democracia – de centro-esquerda. Sou de centro e tento absorver o que há de melhor dois espectros políticos”, definiu-se Mandel, garantindo que busca associar liberdade econômica com bem estar social. 

Compliance e austeridade

Ao problematizar a gestão pública, listou estatísticas apontando que, embora seja dona do quinto maior PIB do país, Manaus “é a terceira pior capital brasileira em arborização” e “a segunda no país que mais despeja esgoto irregularmente em igarapés, rios e córregos”. “É preciso ter visão centrada nos princípios do direito administrativo e boas práticas de gestão, que são as normas de compliance e controle interno. Minha principal proposta é que a gestão seja obcecada em transparência, com o cidadão podendo acompanhar as obras públicas em tempo real, com uso de tecnologia para fiscalização e descentralização do poder”, frisou.

Amom Mandel avalia que os pilares centrais da administração pública são saúde, educação e segurança. E ressalta que seu plano de governo engloba ainda um quarto ponto que está na demanda dos empresários: a infraestrutura. Ele defende também uma postura mais aguerrida na defesa da ZFM, embora defenda a abertura de caminhos para ampliar o leque econômico de Manaus. Ao comentar mais especificamente um dos 12 pontos listados pela carta da PanAmazônia, mencionou que o tratamento igualitário para os profissionais liberais no âmbito do ISS está entre suas propostas.

O pré-candidato defende maior protagonismo do município em fóruns e discussões mundiais, inclusive em pauta ambientais. E informou que suas propostas estão em construção mediante interlocução com a sociedade civil e com o auxílio de um corpo técnico composto por acadêmicos da UnB e da Ufam. Mas reforçou que um de seus principais focos é a organização e a austeridade nos gastos públicos. “O nível de complexidade do sistema tributário é alto e o próprio Estado brasileiro tem dificuldade de entender quanto vai ter de receita para gastar. É preciso organizar as contas públicas e melhorar as ferramentas tecnológicas”, defendeu. 

Na rodada de perguntas, o político respondeu questões relativas aos impactos logísticos na ZFM; e o potencial turístico e a necessidade de revitalização do Centro; entre outros temas. Ouviu também sugestões e queixas dos empresários. Encerrado o evento, o parlamentar disse à reportagem que considerou que o diálogo com o empresariado foi proveitoso. “Precisamos alavancar os debates sobre desburocratização e melhorias no mercado, que garantam o crescimento econômico da nossa região. Tivemos um encontro produtivo e espero que possamos manter o relacionamento com entidades desse nível, que são de grande importância pro desenvolvimento local”, encerrou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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