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Emprego formal volta a crescer, em maio, no interior do Amazonas

O saldo de empregos formais voltou a crescer no interior do Amazonas, pelo terceiro mês seguido, em maio. Na série com ajuste, as contratações (+956) superaram as demissões (-679), com a criação de 277 postos de trabalho com carteira assinada – em número pouco superior ao do mês anterior (211). O acréscimo sobre o estoque anterior (426.240), contudo, foi pouco superior a 0,06%. O desempenho perdeu de longe, mais uma vez, pelo dado registrado em Manaus (+3.566 e +0,92%) – que mais uma vez sustentou a alta do Estado (+3.843 e +0,90%). 

O número de cidades amazonenses com mais admissões do que desligamentos chegou a 33, ficando acima da estatística apresentada em abril deste ano (25), mas com resultados novamente irrisórios na maior parte das localidades. Ao menos 13 foram na direção contrária e as 15 restantes estagnaram – contra 19 e 17 no mês anterior, respectivamente. Os dados são da edição mais recente do ‘Novo’ Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O desempenho do interior na geração de vagas celetistas entrou no campo positivo, no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, em sintonia com os desempenhos do Estado e da capital. Enquanto Manaus conseguia gerar 7.238 vagas com carteira assinada entre janeiro e maio de 2021, correspondendo a 92,34% do total do Amazonas (7.838), os demais municípios amazonenses criaram 600 postos de trabalho formais, dado o predomínio das admissões (+4.495) sobre os desligamentos (-3.895).

No acumulado de 12 meses, os municípios do interior do Amazonas apresentam acréscimo de 1.102 empregos com carteira assinada, com um total de contratações (+11.237) também acima dos desligamentos (-10.135) neste caso. Em paralelo, a capital amazonense já acumula 32.408 postos de trabalho formais, correspondendo a 96,71% do total gerado pelo Estado (33.510), no mesmo período.

Estoques dos municípios

Entre as 33 localidades amazonenses que conseguiram contratar mais do que demitir, apenas 11 conseguiram saldo de dois dígitos no número de vagas registradas na variação mensal, na série sem ajustes – contra sete, no mês anterior. Iranduba (+69 vagas e alta de 3,56% ante abril), Itacoatiara (+61 e +1,31%) despontaram à frente. Em compensação, apenas um município apresentou cortes de dos dígitos em números absolutos: Presidente Figueiredo (-25 e -0,83%), revertendo ganho anterior. 

Em cinco meses, 35 municípios do interior amazonense ficaram no azul e 23 no vermelho, enquanto três estagnaram – contra 24, 29, e 8 no mês anterior. Manacapuru (+150 e +4,96%), Humaitá (+127 e +6,31%), lideraram a lista de criação de empregos formais, seguidos de longe por Presidente Figueiredo (+71 e +2,44%) e Iranduba (+70 e +3,62%), entre outros. No outro extremo, as maiores perdas se concentraram em Maués (-34 e -1,72%), Santo Antonio do Iça (-28 e -19,58%), Parintins (-22 e -0,91%) e Codajás (-21 e -27,27%).

Em termos de estoque de empregos com carteira assinada, excluída a capital, os seis maiores municípios do Amazonas – que contabilizou 395.734 postos de trabalho, em maio – continuam respondendo por mais de 50% de todo o volume de empregos com carteira assinada contabilizados no interior: Itacoatiara (4.744), Manacapuru (3.169), Presidente Figueiredo (2.985), Tabatinga (2.744), Parintins (2.297) e Humaitá (2.058). 

Indústria em queda

Assim como ocorrido no mês anterior, todos os cinco setores econômicos pelo “Novo Caged” conseguiram saldos positivos no Amazonas, na passagem de abril para maio. No interior, entretanto, nem todos fecharam no azul. O melhor desempenho, em termos absolutos, veio do comércio, que ampliou sua base de empregos com a criação de mais 148 vagas celetistas. Foi seguido por serviços (+87), agropecuária (+26) e construção (+22) – que reverteu ao campo positivo, após o dado negativo de abril. A única retração veio da indústria (-6). 

No acumulado dos cinco meses iniciais deste ano, construção (-73) e indústria em geral (-31) seguem com retrações nos estoques de empregos. Na outra ponta, a melhor performance em termos de geração de postos de trabalho com carteira assinada no período ainda está no setor de serviços (+456), que foi seguido de longe por comércio (+186) e agropecuária (+84).

Líderes de crescimento na variação mensal, Iranduba e Itacoatiara tiveram dinâmicas diferentes. O primeiro foi alavancados por indústria, serviços (ambos com +23) e serviços (+20), enquanto o segundo foi impulsionado por agropecuária (+37) e comércio (+21). Municípios que se saíram melhor no acumulado do ano, Manacapuru e Humaitá tiveram suas contrações movidas pelos serviços (+44 e +8), em ambos os casos, além da indústria (+99) e construção (+32), respectivamente.

Cheia e contracheques

O presidente do Sindecon-AM (Sindicato dos Economistas do Estado do Amazonas), Marcus Evangelista, atribuiu os resultados negativos de construção e indústria aos efeitos da cheia recorde deste ano, que teria deixado “oito olarias alagadas”, além de eventualmente comprometer a continuidade do andamento das obras públicas em diversos municípios do interior do Amazonas. 

Já Humaitá teria se beneficiado novamente da força ascendente de seu agro negócio e de seu impulso em outros setores. O economista observa que a economia segue concentrada na capital e, em muito menor grau, nos municípios da RMM (Região Metropolitana de Manaus), com destaque para pequenos negócios dos setores de comércio e serviços e, atipicamente, investimentos pontuais de indústrias de beneficiamento de matérias primas regionais e mineradoras. 

“De uma forma geral, o crescimento dos empregos no interior ainda segue no estágio vegetativo. A movimentação da economia da maior parte dos municípios ainda vive dos contracheques das prefeituras, especialmente os mais distantes. Enquanto não houver implementação de políticas de atração de investimentos para o interior, possivelmente com a extensão de benefícios fiscais, teremos sempre essa dependência de empregos nos órgãos municipais”, arrematou. 

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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