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Em energia, cinzento é melhor que céu de brigadeiro

Os prognósticos de falta de energia que pode vir a acometer o Brasil nos próximos anos, com ênfase maior voltada para o ano de 2011, parece que, à luz da pesquisa realizada pelo anuário Análise, recentemente publicado pela Análise Editorial, não devem se concretizar, a menos que os projetos em andamento ou previstos para entrar em fase de execução sofram atrasos consideráveis em seu cronograma de execução.
De acordo com os 77 cenários montados pelo relatório Análise, os quais consideram variáveis como o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), a oferta e a demanda de energia elétrica no período compreendido entre 2008 e 2012, em menos de 30% deles surgem a possibilidade de apagão energético no país, com 23 ocorrências. Destas, o mais próximo seria ainda no decorrer de 2008, caso o crescimento da economia atingisse nível de 6% ou superior, fato a denotar um baixo nível de risco, uma vez que todas as prospecçôes para antecipar o crescimento do PIB neste exercício dão indicações de que ficará em torno de 4,5%.
As definições de novas estruturas de geração de energia já aprovadas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) no período de 2008 a 2012 prevêem plantas a acumular 13.859 MW até aquele ano, com a seguinte distribuição: neste exercício devem entrar em atividade no parque energético nacional mais 3.101 MW; em 2009 serão mais 2.726 MW; em 2010, quando está previsto o menor índice de novas geradoras, o sistema ganharia mais 1.934 MW, enquanto em 2011 a previsão é de 2.948 MW; e, finalmente em 2012 o sistema seria reforçado em mais 3.150 MW.
Nesta projeção estão contempladas usinas hidrelétricas, pequenas centrais hidrelétricas, termelétricas e unidades eólicas, geradoras a partir da força dos ventos.
As regiões Sudeste e Centro-Oeste do país, em conformidade com os dados do relatório, parecem estar de fora da possibilidade de sofrer com apagão ainda neste ano a depender do comportamento histórico do nível dos reservatórios das hidrelétricas daquelas regiões, uma vez que estes estavam com 48% de sua capacidade represada, enquanto no fim de 2000, ano antecedente ao blecaute de 2001, este nível era de 23%. No Nordeste, onde em dezembro de 2007 o nível dos reservatórios era de 28%, no fim de 2000 estava em 14%, logo, as condições atuais parecem trabalhar a favor da hipótese otimista: não vai haver apagão.
A torcida dos responsáveis pela implantação de novas unidades geradoras e mesmo pela administração das já existentes é de que quanto mais o horizonte estiver cinzento –com prenúncio de chuvas– melhor. Enquanto isto, o número de unidades geradoras de energia elétrica em construção, no fim de 2007 era de 107, fato a demonstrar a existência de iniciativas firmes no sentido de prover o país deste insumo tão necessário a seu crescimento e desenvolvimento.
Uma outro constatação positiva a emergir do estudo da Análise Energia é o fato de que a matriz energética brasileira é composta, hoje, de 55% de energia renovável, enquanto no restante do mundo este indicador é de apenas 13%.

Brasil tem terceira maior capacidade hidrelética
O perfil da matriz energética brasileira reserva algumas boas notícias quando comparado às médias mundiais. Visto como fonte suja, o uso de carvão mineral no país é de 6% (mundo, 25,1%); o petróleo é responsável por 37,9% da matriz, (mundo, 34,3%); usinas hidrelétricas geram 14,8% da energia no país (mundo, 2,2%); o gás natural tem participação de 9,6% (mundo, 20,9%), enquanto a energia nuclear no Brasil responde por 1,6% da matriz, no mundo, o nível é de 6,5%. Ainda no campo da geração de energia a partir de usinas hidrelétricas, o Brasil tem a terceira maior capacidade do mundo aferida a partir dos dados de 2006, com a geração de 349 TWh. À sua frente estão a China, que gerou no mesmo período 413 TWh, e em segundo lugar, o Canadá, com geração de 352 TWh no mesmo ano.
Quanto à auto-suficiência energética, o Brasil aparece muito bem na foto. No país, o domínio da tecnologia para produç

Eustáquio Libório

Jornalista
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