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Em defesa da Amazônia

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Com a missão de controlar, defender e integrar a Região, a Força Aérea Brasileira (FAB) vem desenvolvendo um importante papel na Amazônia. Em 2019, cerca de 500 toneladas e mais de sete mil passageiros foram transportados pela Ala 8. 

De acordo com o Brigadeiro Maurício Carvalho Sampaio, foram realizadas todas as missões previstas e solicitadas pela Força Aérea Brasileira. “Fizemos missões de transporte aéreo, busca e salvamento, levamos vacinação à regiões distantes, entre outras. Todas essas missões foram desenvolvidas e as metas, atingidas”, explicou.

Devido à limitação geográfica do Estado, por estar localizado em uma região com muitos rios e florestas, o transporte aéreo se torna caro e a FAB, em aproveitamento das missões, coloca as aeronaves à disposição da população.

A ajuda vem do Céu: Operação Gota

Por meio da Operação Gota do Ministério da Saúde, cerca de 12 mil pessoas foram vacinadas e atendidas, esse ano, entre populações ribeirinhas e comunidades rurais e indígenas. A missão consistiu no transporte de profissionais de saúde e de vacinas até comunidades de difícil acesso, para a imunização da população. O esquadrão transportou as vacinas e os agentes de saúde que fazem as aplicações. 

As tripulações partem para comunidades do interior isoladas, onde, geralmente, apenas aeronaves conseguem pousar, garantindo que populações indígenas e ribeirinhas possam receber as vacinas para controlar e manter a eliminação ou erradicação de doenças imunopreveníveis no território brasileiro.

Esquadrão de Busca e Salvamento

A FAB possui um esquadrão especialmente treinado para cumprir missões. Os helicópteros estão sempre em alerta para decolagem e equipados para atender a qualquer situação de emergência, seja na terra ou no rio.

Em agosto desse ano, por exemplo, um avião de pequeno porte com destino a Maués, a 276 quilômetros de Manaus, caiu em região de mata, nas proximidades do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. Das dez pessoas que estavam no voo, cinco foram resgatadas pela FAB e encaminhadas a hospitais na capital. 

“Tivemos êxito de resgatar cinco passageiros e os bombeiros resgataram os demais. Foi uma missão em que pudemos mostrar para a nossa população que estamos prontos para atuar em qualquer momento, apoiando e salvando vidas na Região”, explicou.

Programa Forças no Esporte

O Programa Forças no Esporte, de iniciativa do Ministério da Defesa (MD), em parceria com os Ministérios da Cidadania (MDS); da Educação (MEC); e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MDH), conta, no Amazonas, com 100 alunos da Rede Pública de Ensino. As crianças participam de atividades em contraturno, que inclui higiene, civismo, recreação, esporte, musicalização com militares da Banda de Música, educação cidadã, educação ambiental e em alguns casos, participam de desfiles nas cerimônias.

Pela grande capilaridade das Forças Armadas, o Programa está presente em 132 localidades de todos os Estados, das quais se destacam as comunidades indígenas no interior da Amazônia. No total são atendidas cerca de 28 mil crianças.

Para o Brigadeiro Maurício Carvalho Sampaio, a jornada de trabalho das equipes, em 2019, foi intensa. Mas ao final, todas as missões tiveram êxito. Tanto que para 2020, a meta é continuar apoiando e proporcionando suporte à população, seja no transporte de carga ou de pessoal. “Temos um planejamento traçado e a certeza que ao final de 2020 teremos a possibilidade de dar uma entrevista dizendo que cumprimos as metas de 2020”, declarou. 

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ENTREVISTA: Maurício Carvalho Sampaio, brigadeiro comandante da Ala 8

1. Para o senhor, o que significa comandar a Ala 8 e qual a importância desta guarnição?                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   É um prazer muito grande para qualquer integrante da Força Aérea ter a possibilidade de comandar, seja um esquadrão, um núcleo ou uma sessão. Desde que entramos na Força Aérea somos treinados e preparados para comandar e, ao longo do tempo, aumentar o nosso escopo de comando. Então, a possibilidade de comandar a Ala 8 na Região Amazônica é muito importante e gratificante. É uma Região do país para a qual, atualmente, os olhos do mundo estão focados e o Brasil passou a olhar um pouco mais para a Amazônia, que é uma Região muito rica, com muita beleza, mas também com muitas dificuldades. A Força Aérea facilita essa locomoção na Região e é muito importante sabermos que toda atividade desenvolvida aqui, é sempre em parceria e coordenada com as demais Forças Armadas. Atuamos em conjunto com a Marinha e Exército, um apoiando o outro, auxiliando e trabalhando para ter o melhor resultado para a Região. 

2. Qual foi o maior desafio da Ala 8 em 2019?

Todas as missões, por menor que pareçam ser, são desafiadoras. A Região tem o desafio natural, que são as distâncias e as poucas comunicações. Não existe um desafio maior, cada um tem a sua peculiaridade e nos sentimos satisfeitos ao ver, ao final de uma missão, que todos os desafios existentes foram superados, e que já existe uma preparação para os novos objetivos. 

3. A FAB realiza há décadas um papel fantástico em proveito das populações desassistidas da região, levando ajuda nas regiões mais remotas. Fale um pouco dessa atuação.

Nós fazemos missões de apoio à população. Levamos a vacinação, as provas do ENEM, fazemos transporte de urnas eleitorais. Estamos com o trabalho de fazer a biometria para que toda a Região esteja ligada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Transportamos os técnicos, pois eles tem a dificuldade de chegar na localidade e nós damos esse suporte. Nas eleições, levamos os fiscais e equipamentos, depois recolhemos tudo. Fazemos o Brasil chegar a pontos distantes. Nós damos a condição para quem está distante da capital, por conta das dificuldades de acesso. Sabemos que a Região é bem suprida por rios, mas as distâncias se tornam muito longas e o meio aéreo é o mais rápido de se chegar a determinados pontos. Fazemos apoio aos pelotões de fronteira e normalmente próximo a eles tem uma população indígena ou uma comunidade. Em alguns desses locais, o acesso é exclusivo por meio aéreo, não há nem rios próximos. 

4. A Ala 8 conta com alguns programas de esporte. Fale mais sobre esses Projetos que aproximam a guarnição da sociedade.

Nós contamos com um programa chamado Força no Esporte, onde mantemos aqui dentro, no contraturno escolar, 100 crianças. Não somos nós que escolhemos, são as escolas que indicam os alunos. Nós ensinamos a parte de higiene, civismo, música, atividades esportivas e em alguns casos, essas crianças participam de desfiles nas cerimônias. São muitas atividades desenvolvidas. Nesse ano eles participaram de um acampamento de treinamento de sobrevivência, onde tiveram a oportunidade de vivenciar as atividades na nossa área de treinamento, com técnicas que nós treinamos e adaptamos à idade delas. O efetivo que trabalha no projeto é composto por voluntários para atuarem como instrutores, o que gera uma boa integração com as crianças e com a comunidade. Além disso, temos uma escola que se chama Brigadeiro Camarão, administrada pela Força Aérea e que possui 1.200 alunos. É uma parceria antiga que temos com a Secretaria de Educação do Estado, onde as crianças apresentam um desempenho excelente na parte de ensino. 

5. Qual a importância dos 116 anos do Jornal do Comércio para a cidade de Manaus?

Quando cheguei a Manaus fui muito bem recebido pelo presidente do Jornal do Comércio e senti muito o falecimento dele.  O Jornal do Comércio é um grupo que tem um envolvimento grande com as Forças Armadas e nós agradecemos. É um veículo de comunicação importante para o Estado, para as Forças Armadas e para o país.  

Ala 8

A Ala 8, localizada em Manaus (AM), foi criada em 02 de fevereiro de 2017, fruto da reestruturação da Força Aérea. Sendo composta por quatro Unidades Aéreas (1°/4° GAV, 7°/8° GAV, 7° ETA e 1°/9° GAV), responsáveis pela Defesa e pela Integração do nosso território na região. Fazem também parte da estrutura da Ala o Grupo Logístico (GLOG 8) e o Grupo de Segurança e Defesa (GSD-MN).

No interior do Amazonas, existem ainda outras unidades subordinadas a esta Ala, sendo todas voltadas à atividade aérea, quais sejam: o Destacamento de Aeronáutica de São Gabriel da Cachoeira, o Destacamento de Aeronáutica de Eirunepé, o Terminal Tático Logístico de Tabatinga e dois Postos de Combustível Lubrificante, nos Municípios de Barcelos e Manicoré.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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