Pesquisar
Close this search box.

Duas Rodas busca estabilidade em cenário recessivo

https://www.jcam.com.br/1512_A5.png

Fechando 2016 com saldo negativo, o setor brasileiro de Duas Rodas espera que o ano de 2017 seja de estabilidade. A Abraciclo (Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares) prevê essa estabilidade para o segmento de motocicletas, onde se espera um crescimento de 2,2% na produção e 66,1% nas vendas externas. Quanto a vendas no atacado e varejo, as projeções são negativas, podendo registrar quedas de 4,1% e 1,1% respectivamente.

A previsão de 2017 em patamares similares aos de 2016, repetem o que foi previsto também em 2015. Para o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian a estabilidade já é um sinal de fortalecimento. “As quedas vêm sendo registradas já há alguns anos e temos trabalhado para manter o quadro estável. Ainda não podemos falar em crescimento real no setor, a não ser em um ou outro segmento. As quedas registradas são inerentes ao mercado como um todo, não podendo ser de responsabilidade de uma modalidade de vendas ou de cilindradas”, afirma.

Instabilidade econômica impacta setor

No acumulado do ano, as vendas internas no atacado registraram (até novembro) 801.563 unidades vendidas, bem distantes das 1.120.580 do ano passado. Os números regionalizados mostram uma queda ainda mais acentuada. O varejo regional teve quedas de -30,8%. No Amazonas e na capital, esses números foram de -35,7% e -33,3%, respectivamente.

“O comércio é impactado, sobretudo pelo receio do consumidor em se endividar e não conseguir honrar o compromisso. As expectativas de estabilidade que tínhamos com o governo Temer e sua equipe econômica ficaram para trás. O temor de se endividar e não conseguir manter o emprego e as dificuldades de obtenção de crédito afastaram o consumidor”, disse Fermanian.

A instabilidade econômica e política também causou uma diminuição das exportações que vinham numa sequência de altas até junho passado, mês que registrou 7.657 unidades vendidas para o mercado externo. Já no mês seguinte, este número caiu para 3.798, uma variação de -55,7. Nos dois últimos meses da pesquisa, outubro e novembro, as exportações foram de 4.911 e 3.957, respectivamente. Já no acumulado, a queda foi de 16,7%, quando comparado ao volume de 2015. Foram 63.179 motos exportadas no ano passado contra 52.620, em 2016.

“As quedas nas exportações coincidem com a chegada do governo Temer, o que significa que as promessas de uma economia estável falharam. Com isso, nossas apostas mais uma vez ficam para mais tarde. Para 2017, nossa projeção é de 93 mil motocicletas exportadas, ou 37 mil mais que as 56 mil vendidas ao exterior em 2016, um crescimento de 66, 1%”, comenta Fermanian.

Produção retraída

De janeiro a novembro de 2016, o segmento de motocicletas que tem as maiores players instaladas em Manaus, fabricou 854.839 unidades, 29,5% a menos da produção do mesmo período do ano anterior que teve 1.212.075 motos fabricadas. Já no comparativo mensal, as 70.320 motocicletas fabricadas em novembro, representam uma queda de 1,7% comparadas a outubro e suas 71.520 unidades.

Emplacamentos

Em novembro, os emplacamentos de motocicletas (menos ciclomotores), segundo levantamentos do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores) atingiram 69.122 unidades, contra 62.554 em outubro, o que corresponde a um crescimento de 10,5%. Com mesmo número de dias úteis, as médias diárias de vendas foram de 3.456 motocicletas em novembro, frente a 3.128 do mês anterior, registrando alta de 10,5%. No acumulado, o volume foi de 818.956 unidades em 2016, ante 1.116.735 em 2015, correspondendo a uma queda de 26,7%.

Bicicletas

Também impactadas pela situação econômica, as fabricantes de bicicletas instaladas no PIM, registraram um recuo de 4,5% em novembro, com 68.850 bicicletas produzidas contra as 72.085 de outubro. Novembro último tem um número positivo quando comparado ao mesmo mês de 2015, quando se produziram 55.515 bikes, um crescimento de 24%. Já no acumulado de janeiro a novembro, foram produzidas 591.783 bicicletas, uma retração de 9,7% em relação ao mesmo período de 2015, com 655.545 bicicletas. “Nossas melhores projeções vão para este segmento, que ganhou um reforço com a consciência de que é necessária uma nova mobilidade urbana, criando-se ciclofaixas e ciclovias.

Apostamos em um crescimento de 18,1%, saltando das atuais 674,597 unidades para 797.000 bicicletas em 2017”, afirmou Fermanian.

Adequação aos novos tempos

Com uma substancial fatia no mercado brasileiro de duas rodas, a Moto Honda vem se adequando às constantes variações econômicas para se manter competitiva, explica o diretor-executivo de Relações Institucionais da Honda, Paulo Takeuchi. “Mesmo com um pequeno aquecimento registrado em novembro e dezembro, creditamos isso a fatores sazonais, como a injeção do 13º salário e a chegada do verão em algumas regiões. Mas não vivemos de temporadas e, há quatro anos, fabricantes, fornecedores e concessionárias vêm sofrendo perdas consecutivas, tendo que se ajustar ao mercado enquanto o consumidor não se sente seguro e sofre com o difícil acesso ao crédito”, conclui.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar