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Despedida emocionante a Phelippe Daou

Familiares, amigos e autoridades prestaram homenagem ao jornalista amazonense Phelippe Daou durante velório realizado, nesta quinta-feira (15), no Centro de Convenções Studio 5. O corpo do fundador e diretor-presidente do grupo Rede Amazônica chegou em Manaus no final da manhã e seguiu em cortejo pela cidade. O empresário tinha 87 anos e morreu na quarta-feira (14) em decorrência de um infarto no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde estava internado. A cerimônia foi reservada apenas à família em um primeiro momento e depois aberta ao público e admiradores. Uma missa foi realizada durante o velório presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Manaus, dom Sérgio Castriani. O enterro está marcado para hoje, às 15h, no cemitério São João Batista.

Os filhos de Daou publicaram uma nota de pesar em homenagem ao pai. No comunicado, ressaltaram a dignidade do jornalista e o legado que o mesmo deixa como herança para cada amazonense. Além disso, eles agradeceram as manifestações de carinho dedicadas aos amigos e familiares do empresário. Emocionados durante o velório, os familiares se despediram do patriarca.

Daou era viúvo de Magdalena Arce Daou, que faleceu em 2010. O casal deixou dois filhos, Cláudia Daou e Phelippe Daou Júnior. Muito cedo, iniciou no jornalismo como repórter do Jornal do Comércio, e um ano depois foi para a empresa Archer Pinto, onde exerceu diversas funções redacionais. Atuou ainda como redator da Rádio Rio Mar. Em 1968, fundou junto com Milton Cordeiro e Joaquim Margarido o embrião empreendedor que abrange, entre outras emissoras, a Rede Amazônica de Televisão.

Legado

Para amigos e profissionais, o pioneirismo na comunicação na região Norte e a luta pela Amazônia serão seus maiores legados.

O vice-presidente de operações e logística, Aluísio Daou, que esteve ao lado do jornalista desde o início da empreitada, lamentou sua partida. “A vida tem seus percalços, nem sempre ela é bem pavimentada, muitas vezes tem as pedras pelo meio. Esperamos em Deus que os sucessores tenham o pensamento do pai e mantenham o mesmo ritmo da empresa que ele montou, construiu e desenvolveu”, disse.

O presidente do Jornal do Commercio, Guilherme Aluízio, também lamentou a perda do amigo que segundo ele, é irreparável. “Eu mantinha uma convivência há mais de 50 anos com Phelippe e muito mais agora estreitada pela parceria operacional que temos com o nosso órgão de comunicação. É uma perda irreparável e muito sentida por nós, só espero que os seus descendentes tenham forças para preencher essa lacuna deixado por ele e, que o grupo da Rede Amazônica continue sempre forte lutando pelos interesses da Amazônia e de todo o seu povo”, destacou.

O pioneirismo e a humanidade são os principais legados deixados por Daou, comentou emocionado o jornalista e historiador, Abrahim Baze. “Ele foi um pioneiro e foi um gestor humano, não era patrão e sim companheiro. São muitas histórias de caridade, gentilezas que eu convivi nesses 20 anos. Foi um homem que só deu bons exemplos, uma pessoa generosa que escreveu a história das comunicações com empréstimo de US$ 350 mil sem ter um centavo no bolso, pagou o banco e espalhou a rede cobrindo a Amazônia. Mas o doloroso é a perda seguida, foram três: Margarido, Milton e agora Phelippe”, disse. E completou. “Ele formou seus sucessores, especialmente os dois filhos que haverão de continuar o legado e manter os funcionários dedicados que sempre tiveram”.

Para o piloto Antônio Pizzonia, a história de Daou sempre foi transparente e lembrou do incentivo dado no início de sua trajetória nas pistas. “Eu tenho uma gratidão enorme porque eu sei o quanto que ele me ajudou no começo da minha carreira, abrindo as portas da casa. Sabe-se que quando um atleta ainda está no início no esporte, o quanto a imprensa é importante.

E ele sempre me apoiou de todas as maneiras possíveis, sou fã pela pessoa e caráter. O seu legado é a maneira de viver e ser, espero que a Rede Amazônica continue traçando o mesmo trilho com ética e profissionalismo”, declarou.

O vice-presidente do Jornal do Commércio, Sócrates Bomfim Neto, também lembrou da partida de Joaquim Margarido, Milton Cordeiro e Phelippe Daou neste ano. “Foram em um prazo tão curto, uma amostra de como eram unidos. A televisão na região Norte começou praticamente com os três e o legado deixado é o pioneirismo, desbravando e abrindo caminhos na área da comunicação na região. A dificuldade e facilidade de hoje nem se comparam com o que eram no começo, imagino como que era fazer televisão no início da década de 70. O maior exemplo que eles nos deixam é da perseverança, trabalho árduo e contínuo”, frisou.

Amigos há mais de 40 anos, o empresário Aldenor Ernesto de Lima relembrou o último encontro com Daou. “Foi em um sábado e como de costume foi almoçar no meu restaurante, ele adorava comer a bisteca do tambaqui. E ontem cheguei a comprar um cartão de Natal e de aniversário para mandar, mas infelizmente ele partiu antes de receber. Ele era apaixonado pela Amazônia e sua preservação, além de grande incentivador da BR-319, inclusive sempre falava que íamos a inauguração dela. Vou sentir muita a sua falta, porque nós tínhamos contato constantemente”, comentou.

Autoridades, oficiais da Marinha, Aeronáutica e Exército também estiveram presentes. O general Antônio Miotto, do CMA (Comando Militar da Amazônia), disse que Philippe Daou era um grande amigo do Exército Brasileiro e lamentou sua morte.

“Ele foi um homem que acreditou no potencial da área e tem um legado extraordinário na Amazônia. Foi um dos incentivadores da Zona Franca de Manaus, acreditou que poderia ter uma rede de comunicação essencialmente do Amazonas.
Ele sempre foi preocupado com os fatos não com a invenção deles e isso é um legado extraordinário nos dias de hoje, que estamos tão carentes de ver um homem que tenha caráter e ética.

Era um grande amigo do Exército, um incentivador do nosso trabalho e sentiremos muito a sua falta. Nós somos muito gratos e é uma perda irreparável para todos”, declarou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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