Afastando os casos de depressão, que hoje também acomete os pets, um cão apático e recolhido pelos cantos pode indicar que está com a doença do carrapato. Se não tratada a tempo e devidamente, ela pode evoluir para casos graves e culminar subitamente na morte do animal. Conhecida popularmente por ‘tristeza canina’, a erliquiose é uma enfermidade infecciosa, generalizada e transmitida através da picada do carrapato contaminado pela bactéria Ehrlichia Canis, que parasita os cachorros.
O transmissor da doença é o carrapato marrom, do gênero Rhipicephalus Sanguineus, que abriga e transporta o principal vetor da erliquiose. Em geral, a maioria dos tutores só descobre que o cão está doente já em estado avançado, o que dificulta o tratamento e a possibilidade de um melhor prognóstico.
Então, se o seu cão começa a ficar triste, desanimado, não responde mais a comandos, não interage e tem perda súbita de apetite, desconfie, principalmente se for encontrado um carrapato no animal. Não precisa o pet estar infestado de carrapatos para contrair a doença. Basta só que um esteja contaminado pela bactéria para desencadear o problema, cujo tratamento é caro e longo. Então, o melhor é investir na prevenção.
Depois que a bactéria chega ao sangue do animal, ela destrói as células da corrente sanguínea (brancas e vermelhas) e as plaquetas, cruciais para combater hemorragias. Pode ocorrer uma súbita síndrome hemorrágica e causar o óbito. O pet pode desenvolver uma anemia profunda, severa, e muitas vezes é necessária até transfusão para salvá-lo.
A erliquiose costuma ter três fases e geralmente manifesta sintomas característicos nessas situações, mas a doença pode chegar a um nível subclínico, quando a bactéria passa a viver no interior do baço e ficar por meses ou até anos no órgão. Então, é aí que mora o perigo – ou o animal elimina o microrganismo do corpo ou a infecção pode evoluir para uma fase crônica e fatal.
Geralmente, o diagnóstico acontece por exame de hemograma e pesquisa de hematozoários (parasitas). E o tratamento é à base de antibióticos específicos (como a doxiciclina) por até 21 dias, dependendo do caso. Faz-se ainda administração de soro, seguida de uma alimentação balanceada, entre outras medidas de primeiro suporte.
O mercado disponibiliza hoje um grande acervo de medicamentos contra carrapatos, pulgas e outros parasitas. Os mais eficazes são os remédios orais de última geração – basta uma dose única com um reforço periódico para combater a infestação. As drogas têm ação prolongada no organismo e matam o carrapato durante o processo de hematofagia, quando o parasita tenta se alimentar do sangue do animal.
POR DENTRO
Fique de olho nos sintomas
– Dificuldade de respirar
– Perda de peso e apetite
– Edemas pelo corpo
– Febre frequente
– Inchaço dos gânglios (ínguas)
– Secreções ou sangramento nos olhos e narinas
– Equimoses (manchas roxas) e hematomas na pele
DICA ANIMAL
Alimentação irregular: resista a esses olhos pedintes
Se você é daqueles que costumam encharcar seu pet com todo tipo de comida, industrializada ou não, como uma forma de atender aos apelos daquele olhar pedinte fixado no seu, então muita atenção e cuidado. Hoje, muitas dermatites têm como causa o consumo de certos alimentos que podem desencadear alergias e outras tantas doenças de pele.
Frango, pão, doces, outros itens derivados de trigo e até algumas frutas são extremamente nocivos a animais alérgicos. Alimentos muito temperados também costumam desencadear problemas. Por falta de informações ou orientação, muitos proprietários alimentam pets com a mesma refeição consumida por humanos em casa. E os condimentos são uma porta aberta para o aparecimento de alergias.
Não é necessário recorrer, portanto, a essas práticas. As rações balanceadas contêm praticamente todos os nutrientes necessários para o organismo dos pets e também proporcionam uma melhor qualidade de vida. Fica a dica!
Foto/Destaque: Divulgação