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Demissões em alta no país durante a pandemia

Demissões em alta no país durante a pandemia

Apesar dos esforços de vários setores em manter o quadro de funcionários ativos durante a pandemia, muitos não resistiram e precisaram dispensar ao menos um funcionário por estabelecimento no Amazonas. O dado faz parte do estudo realizado pela fintech BizCapital, empresa que concede empréstimo online para pequenas e médias empresas. Apontando ainda que houve, em média, queda de 39% nas receitas do pequenos negócios no estado. 

O levantamento da empresa revela que, ao menos 40% das empresas precisaram demitir de 1 a 3 funcionários durante a pandemia. O levantamento foi feito com mais de dois mil empreendedores em todo país, revelando que a pandemia atingiu cerca de 90% dos empresários no país. evidenciando que os setores de turismo, transporte e restaurantes demitiram metade dos seus quadros de colaboradores.

“O impacto da crise também atingiu o Amazonas, os pequenos empreendedores tiveram cerca de 40% de suas receitas comprometidas e precisaram demitir pelo menos um funcionário para conseguirem se manter sem comprometerem seus caixas. Esses empreendedores estimam um tempo de recuperação pós-crise de 3 meses”. afirma Francisco Ferreira, sócio-fundador da BizCapital. 

Ele diz ainda que os pequenos empresários estão fazendo o possível para não haver corte de pessoal. Apesar de não serem maioria, as demissões vêm acontecendo, infelizmente. O estudo mostra que a média de demissão por empreendimento é de um a dois funcionários, mas, como são pequenas empresas, a média de funcionários por estabelecimento entrevistado é de três colaboradores. “Isso significa que mais da metade do quadro acaba sendo prejudicado”.

Após a demissão e afastamento de parte dos colaboradores e com a queda no faturamento de 35% no restaurante, o empresário Eldino Junior se depara com uma nova realidade. O retorno de serviços no salão do estabelecimento estão fora dos planos. “Infelizmente foi necessário os cortes dos funcionários. Eu não vou voltar com a operação no salão. Vou manter o delivery provavelmente o restante do ano. 

Com a atividade cem por cento paralisada, foi impossível preservar os postos de trabalho no setor hoteleiro. 

Na contramão dos dados, o empresário Sérgio Avelino, proprietário de uma  cafeteria, optou por preservar os empregos, mesmo tendo quatro funcionários com menos de 30 dias (experiência). Por outro lado, não foi possível segurar os mais de 180 funcionários que tinha na empresa do ramo de serviços terceirizados de limpeza, segurança e manutenção.

“Tivemos perdas em torno de 22%,. Devido à redução no efetivo precisamos demitir, até o momento, cerca de 35 funcionários. Mas o número pode chegar a até 80. São funcionários bons, se o contrato voltar iremos contratar. Mas também acho importante ressaltar os pontos positivos, reorganizamos ainda mais a empresa e estamos mudando de endereço, vamos enxugar custos e proporcionar um ambiente melhor para nossos funcionários”. 

Conforme os números da pesquisa, o setor de turismo e transporte teve, em média, 72% de queda na receita no mês de maio, enquanto que os serviços de beleza 68%. Até mesmo os bares e restaurantes, que que reforçaram sua produtividade ou começaram a usar delivery, tiveram uma perda de 62% no faturamento.

Ao avaliar os números do estudo, o presidente do Sindihotel-AM, Gerson Almeida, afirma que ao menos 300 colaboradores dos meios de hospedagens foram demitidos e outros assegurados por meio do auxílio do governo federal. 

“Muitos foram amparados pelo plano emergencial do governo federal. Alguns empresários precisaram demitir mesmo porque não tinham condições de recontratar, dado que a atividade ficou cem por cento suspensa”. Em razões das determinações impostas pelo governo, o setor hoteleiro deve amargar ainda mais baixas em relação aos postos de trabalho. “A situação é ainda mais complicada porque a retomada vai ser bem mais lenta. Este ano já consideramos perdido. Talvez reaja só no ano que vem com a chegada de uma vacina. Mas até lá vai sofrer bastante”. 

Sobre as demissões nos restaurantes e bares, ele afirma que as demissões foram bem maiores, pelo menos mil baixas. “As empresas não comportam mais a mesma quantidade de funcionários. Elas precisaram reduzir e vão diminuir ainda mais o quadro de colaboradores”. 

A pesquisa aponta também que empresas com menos receitas acabam sendo afetadas diretamente. Cerca de 60% dos negócios que demitiram entre 1 a 3 funcionários, possuem uma receita mensal menor que R$ 50 mil. Já as empresas com receita maior que R$200 mil, foram 7%. “A verdade é que as micro e pequenas empresas foram muito prejudicadas, mas estão buscando capital para manter os seus negócios e conseguir retomar no segundo semestre”, finaliza Francisco.

Em números 

Demissão de 1 a 3 funcionários: 

– 60% das empresas possuem uma receita menor que R$ 50 mil

– 7% das empresas possuem uma receita maior que R$200 mil

Demissão de mais de 6 funcionários:

– 17% possuem uma receita menor que R$50 mil

– 35% possuem uma receita maior que R$200 mil

Por segmento (nacional): 

Bares, lanchonetes e restaurantes: Média de demissão de dois funcionários por estabelecimento.

Turismo e Transporte: Média de demissão de dois funcionários por estabelecimento

Varejo de roupas e acessórios: Média de demissão de um funcionário por estabelecimento

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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