O Amazonas contribuiu, no primeiro bimestre de 2014,
com um deficit de aproximadamente US$ 2,32 bi para a
balança comercial brasileira. No total, o Estado
importou um montante equivalente a US$ 2,48 bi entre
os meses de janeiro e fevereiro deste ano, enquanto as
exportações ficaram em apenas US$ 153 milhões.Os
números, divulgados pelo Mdic (Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior),
representam uma queda de -2,5% das exportações em
relação ao mesmo período do ano passado, ao passo que
as importações apresentaram incremento de 46,5%.
Para o presidente do Corecon/AM (Conselho Regional de
Economia do Amazonas), Marcus Evangelista, este
deficit –que já vem se repetindo ao longo dos anos –
“sempre vai existir”, devido às características
intrínsecas da indústria amazonense.
“Nosso Polo Industrial utiliza muitos insumos
importados. Por dificuldades logísticas, muitas vezes,
os empresários compram grandes quantidades de insumos
para formar estoque –e isso não é vendido
imediatamente. Esses produtos ficam estocados e só
depois são comercializados”, explicou.
De acordo com Evangelista, esse saldo negativo do
Amazonas acaba puxando o resultado nacional para
baixo, por conta do grande volume de produção
industrial do PIM.
“É relevante porque nós temos, graças ao Polo
Industrial de Manaus, uma participação considerável no
PIB (Produto Interno Bruto) Industrial. A partir do
momento que a balança amazonense apresenta deficit,
isso impacta na balança brasileira”, garante.
Exportações
Entre as empresas que tiveram destaque negativo no
período, no Amazonas, estão a Petrobras Distribuidora
S.A, com uma redução de -36% nas vendas externas, e a
Mineração Taboca S.A, responsável por um decréscimo de
34%. Curiosamente, a Petróleo Brasileiro S.A Petrobras
teve um saldo positivo de 118,18% nas exportações. A
Recofarma Indústria do Amazonas Ltda., principal
exportadora do PIM, com participação de 26,13%, também
apresentou queda: – 7,85%. Já as empresas do setor de
duas rodas Moto Honda da Amazônia Ltda (+3,72) e
Yamaha Motor da Amazônia Ltda (+115,75) demonstraram
recuperação com números positivos.
Como resultado, as motocicletas com motor pistão foram
o segundo produto mais vendido ao exterior no período,
com um faturamento de US$ 28,7 milhões, um aumento de
37,14% em relação a 2013. Já o nosso principal produto
de exportação, prepara ações para elaboração de
bebidas, teve queda de 4,68%.
Argentina, Venezuela, Colombia e Estados Unidos são os
principais destinos dos produtos fabricados no Polo
Industrial de Manaus.
Importações
Por outro lado, as empresas sul-coreanas instaladas no
PIM foram as grandes importadores da Zona Franca:
Samsung e LG Eletronics foram, juntas, responsáveis
por pouco mais de 30% de todo volume de importações do
PIM no bimestre, com 19,36% e 10,77% respectivamente.
Por conta disso, o país asiático aumentou em 96,88%
seu volume de vendas para o Estado e já é o segundo
principal importador de matérias-primas para o PIM, só
perdendo para os chineses – que são responsáveis por
39,45% de todas as importações amazonenses.
Já a empresa Masa da Amazônia Ltda. foi a que
apresentou a maior variação positiva, com um acréscimo
de 413,70% nas importações. Dentre todos os itens
importados pelo Estado no primeiro bimestre, tiveram
destaque as partes para aparelhos receptores de rádio
e televisão, com uma participação de 28,49% do total.
Brasil
A balança comercial brasileira registrou deficit de
US$ 2,1 bilhões em fevereiro, o pior resultado para o
mês na série histórica, que começa em 1994, informou
nesta quinta-feira (6) o Mdic (Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
No mês passado, o Brasil exportou um total de US$ 15,9
bilhões e importou US$ 18 bilhões –a diferença entre
os dois valores, de US$ 2,1 bilhões, é o deficit
registrado no intervalo.
Esse deficit supera o verificado em fevereiro do ano
passado, que foi de US$ 1,27 bilhão. Mas é menor que o
deficit de janeiro de 2014, que atingiu US$ 4 bilhões.
No acumulado do ano, o deficit na balança comercial
(exportações menos as importações) já é de US$ 6,18
bilhões, superando os US$ 5,3 bilhões de deficit
registrados no primeiro bimestre de 2013.