Pesquisar
Close this search box.

Defesa do ambiente faz parte das propostas dos candidatos ao Governo do Amazonas

sustentabilidade
Divulgação

MARCELO PERES

Face: @marcelo-peres  Twitter: @JCommercio 

O Amazonas tem oito candidatos ao governo nas próximas eleições. Ao contrário de outros pleitos, praticamente todos eles se identificam em uma peculiaridade –a exploração sustentável da rica biodiversidade amazônica, que pode se somar às atividades da ZFM (Zona Franca de Manaus), abrindo grandes possibilidades para a geração de mais empregos e renda à população.

Mesmo antes do início da campanha eleitoral, os novos postulantes já se manifestavam em defesa dessa bandeira, tão alardeada em um momento em que a comunidade mundial se volta mais para a Amazônia, principalmente após o assassinato do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, que foram emboscados e mortos na região do Alto Rio Javari, no município de Atalaia do Norte, no Amazonas.

E ainda hoje o Brasil é cobrado para esclarecer um episódio que não está muito transparente. Suspeitos presos podem ser apenas bodes expiatórios de mandantes poderosos, com tráfico de influência na mais alta cúpula do poder público.

Os candidatos trazem o tema amazônico como o principal mote de campanha para angariar votos, abrindo espaços para a conquista de maior cacife em uma corrida eleitoral que promete ser muito acirrada. Tanto os representantes da velha política como os da nova geração consideram o ambiente como mola propulsora para alavancar o desenvolvimento regional.

Hoje, a população está mais consciente sobre a importância de manter a floresta em pé, mas também clama por mais empregos a partir da exploração sustentável das potencialidades regionais com foco nas matérias-primas e insumos, agregando valor, tornando a ZFM mais competitiva.

Em tese, o maior oponente do governador Wilson Lima (UB), Amazonino Mendes (Cidadania) defende a otimização dos licenciamentos ambientais. Em seu plano de governo, cita a captação de recursos a partir da floresta em pé para garantir o desenvolvimento com sustentabilidade.

“A biodiversidade é hoje o principal vetor para alavancar o desenvolvimento regional, somando-se às atividades da Zona Franca de Manaus”, ressalta o ex-governador.

Ricardo Nicolau (Solidariedade) e Wilson Lima, candidato à reeleição, têm propostas semelhantes para o crédito de carbono, algo que ainda não tem tanta ressonância junto à população menos esclarecida, impactando mais nas camadas de maior poder aquisitivo, e ainda do topo da pirâmide social.

Nicolau propõe a implantação de um centro de crédito de carbono em Manaus, configurado na ‘Plataforma Amazonas’. Hoje, uma tonelada de gás corresponde a um crédito de carbono.

Ele demonstra grande entusiasmo pelo projeto. “Vamos implementar o Sistema Estadual de Reed (Redução de Emissões por Desmatamentos e Degradação Florestal) como ferramenta para receber pagamento por serviços ambientais no Amazonas”, destaca o candidato.

Lima apresenta o programa Reed-Amazonas, criando o marco legal para o mercado de carbono atendendo às diretrizes estabelecidas pelo Ministério do Meio Ambiente e aos padrões internacionais do segmento sustentável.

O atual governador entende que pode fortalecer as unidades de conservação com políticas públicas voltadas à bioeconomia. Outra proposta, aponta, é remunerar moradores dessas áreas pelo Programa Guardiões da Floresta. “A bioeconomia é o novo viés que pode fortalecer a Zona Franca”, diz Lima.

Indústria

O candidato Eduardo Braga (MDB) foca na exploração de recursos minerais. Ele defende a exploração do gás natural para a indústria química. “Com essa matriz energética, o Amazonas ganhará mercado nacional e internacional ao produzir fertilizantes sem derrubar árvores”, avalia.

Ele ainda inclui em seu plano de governo explorar os produtos florestais madeireiros e não madeireiros de forma racional e inteligente com tecnologias inovadoras para transformar o interior em polos descentralizados de emprego e renda.

Henrique Oliveira (Podemos) sugere incentivar a economia de baixo carbono com a redução das emissões na atmosfera através do uso de energias limpas, alavancando a vida econômica regional.

Carol Braz (PDT) defende incentivo às políticas sustentáveis em parceria com os empresários. Ela propõe criar o Cedam (Centro de Educação Ambiental do Amazonas), priorizando cursos de empreendedorismo agroflorestal e alternativas de renda com responsabilidade ambiental.

A candidata apresenta ainda o ICMS Verde – incentivo fiscal a empresas com economia baseada na sustentabilidade, desenvolvendo atividades como turismo, cosméticos, fármacos, peixes, entre outras potencialidades.

Nair Blair (Agir) que fomentar a formação técnica em Design Amazônico de Mobiliário, Construção Civil sustentável e Luthieria para produção de instrumentos musicais com madeira e objetos de madeira certificada, entre outros. Outra proposta é criar um polo de cosméticos com insumos amazônicos.

Porém, Israel Tuyuka (Psol) difere dos outros candidatos por não relacionar preservação ambiental e atividade econômica. Entre suas propostas, o destaque vai para a reciclagem do lixo. Ele propõe implantar coleta seletiva, usinas de beneficiamento do lixo e produção de adubo orgânico. E criar cooperativas de logísticas reversas para reaproveitamento ou descarte apropriado de materiais.

O candidato também quer instalar lixeiras ecológicas para a correta separação dos resíduos sólidos em parceria com as prefeituras dos municípios.

Marcelo Peres

Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar