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Crise é reflexo dos problemas econômicos

A atual onda de nervosismo dos mercados financeiros internacionais, que culminou com a grande queda dos mercados europeus após quedas também fortes nos mercados asiáticos (nos Estados Unidos os mercados estão fechados), não reflete de fato nenhum evento novo. Sua causa última são os problemas da economia americana originados da crise do mercado de crédito imobiliário desse país.

A maior instabilidade foi detonada pelo impacto negativo dos enormes prejuízos acumulados pelas instituições financeiras, sediadas principalmente nos EUA, que agora, seis meses após o início da crise, vieram a público com a divulgação dos resultados do último trimestre de 2007.

Trata-se, portanto de um efeito retardado, porém, previsto por vários analistas, dessa mesma crise.

Os mercados financeiros apresentam costumam alavancar os efeitos reais de acontecimentos importantes, para mais ou para menos, pois reagem com muita lentidão às reais ocorrências na economia, especialmente, se estas ocorrências não são favoráveis aos negócios do setor.

Era evidente a gravidade da crise desde que esta se revelou ao mundo em julho do ano passado. Para não nos estendermos demasiadamente, esse foi o teor de advertência de vários economistas de fora dos mercados financeiros e mesmo de pronunciamentos e ressalvas feitas pelo presidente do FED norte-americano, Ben Bernanke e do ex do próprio FED, Alan Greenspan, os quais não foram ouvidos devidamente pelos mercados.

Os mercados reagiram com pouca intensidade de queda e com episódicos e exagerados otimismos à crise internacional e apostaram fichas em demasia em medidas parciais que foram adotadas pelos bancos centrais liderados pelo FED. Estes procuraram evitar perdas maiores derivadas da crise e atuaram para impedir que problemas de liquidez de proporções globais ganhassem força, realizando operações de financiamento de curto prazo dos bancos.

O Banco Central norte-americano, assumindo claramente uma defesa da economia real, promoveu três seguidas reduções da taxa de juros, que já acumula um ponto percentual de queda. As medidas evitaram o pior, mas nenhuma delas foi capaz de neutralizar o cerne do problema que levou à crise do mercado de hipotecas: o grande prejuízo causado pela incapacidade de pagamento das dívidas por parte dos mutuários dos créditos imobiliários.

Ou seja, a situação presente tem contorno inegavelmente de uma crise de insolvência e não de uma crise de liquidez.

Uma crise com essa característica é capaz de paralisar o mercado de crédito, deprimir as expectativas de consumidores e jogar a economia norte-americana em um processo de desaceleração que pode chegar a uma recessão.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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