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Copom atende mercado e reduz Selic

Apesar das críticas vindas de alguns países do G-20, em relação à taxa de juros brasileira, o BC (Banco Central) apostou na política monetária do país e reduziu para 11,5% a Selic – taxa básica de juros – durante reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), finalizada ontem à noite.
Em nota, o comitê declarou que a decisão dá seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias. “O Copom entende que, ao mitigar os efeitos vindos de um ambiente global mais restritivo, um ajuste moderado no nível da taxa básica é consistente com o cenário de convergência da inflação para a meta em 2012”.
Ao contrário da surpresa da última reunião, quando o índice foi reduzido de 12,5% para 12% ao ano, dessa vez, a redução de 0,5% já era aguardada. A aposta dos especialistas entrevistados pelo Jornal do Commercio durante o dia, era de que mesmo com a inflação acima da média, o BC faria um novo corte de até 1%.
Para o conselheiro titular do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazona), Francisco de Assis Mourão Júnior, o objetivo do corte foi ‘calibrar’ os juros, para evitar uma desaceleração da economia sem disparar os índices da inflação. “Apesar de alguns especialistas apostarem em uma redução de até 1%, minha aposta é que o Banco Central vá agir com cautela, cortando apenas 0,5 ponto percentual por enquanto”, afirmou o economista, acertando o palpite.
Ele explicou que, apesar de os juros ainda serem os maiores do mundo, para o cenário nacional, a redução já ajuda a fazer ‘girar a roda’ da economia, “porque cada vez que o juros baixam, isso estimula a produção industrial, o comércio, a geração de empregos etc., e para nossa economia é importante em função da produção industrial para o período natalino”, explanou.
A expectativa do presidente do Sinmen (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Eletrônicos de Manaus), Athaydes Mariano Felix, também foi de que o comitê agiria com prudência. “O mercado está dando sinais de desaquecimento devido à crise mundial, então pra evitar uma freada brusca não tenho dúvida de que o BC vai proceder com o corte. Acho 0,5 ponto percentual, uma decisão razoável”, avaliou.
Já o assessor econômico da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Gilmar Freitas, arriscou que a redução seria ainda mais ‘suave’ – 0,25%. “Em razão da crise internacional, em países como Grécia e Itália, o Banco Central deverá certamente efetuar o corte para prevenir que o cenário desaqueça nossa economia de maneira preocupante, mas acredito em um corte mais leve, 1% seria exagero, além de arriscado”, destacou.
Ele ressaltou ainda que para a economia amazonense, em especial, o corte é benéfico aos investimentos, mais particularmente ao setor industrial. “Como as nossas taxas são muito altas, essa diferença entre os juros internos e os externos faz com que nossa economia seja prejudicada, por isso, para nós, qualquer queda é salutar”, detalhou.
No entanto, o economista lembra que o corte não terá nenhum reflexo imediato, podendo ser sentido após, no mínimo, 30 dias.
Mourão Júnior acrescentou ainda que a partir de agora, o Governo deve acompanhar mais de perto o índice de inflação. “Dependendo de como ele se comportar, na próxima reunião, a Selic pode ser mantida ou até aumentar”, concluiu.
Esse foi o segundo corte da Selic feito pelo Banco Central durante o governo de Dilma Rousseff.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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