Pesquisar
Close this search box.

Consumo em restaurantes segue abaixo dos patamares pré-pandemia

Os restaurantes do  Amazonas ocupam o terceiro lugar na lista das capitais que tiveram  queda -34,9% no consumo no mês de agosto em relação a igual período do ano passado.  O estudo divulgado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) em parceria com a Alelo, bandeira especializada em benefícios e despesas corporativas, revela que o setor ainda  absorve os efeitos da crise causada pela pandemia. 

No país, estabelecimentos como restaurantes, bares, lanchonetes e padarias registraram aumento de 3,5% em quantidade de vendas em agosto, em comparação com o mesmo mês de 2020. Contudo, ao avaliar o desempenho dentro do cenário de crise, comparando os resultados de 2021 com 2020, os ICR (Índices de Consumo em Restaurantes) mostram ainda diminuição de 1,8% no valor gasto e um aumento de 1,1% no número de estabelecimentos que efetivou pelo menos uma transação no mês de agosto. Por outro lado, quando observamos as variações calculadas em relação à 2019, período pré-pandemia, notamos queda nos três indicadores: -28,9% no valor gasto, -46% na quantidade de vendas e -3,7% no número de estabelecimentos que realizou transações.  

O presidente da Alelo concorda que os restaurantes ainda não conseguiram recuperar os níveis registrados antes da chegada da pandemia, mas considera que houve avanços relevantes nos últimos 12 meses, principalmente na quantidade de transações e estabelecimentos que efetuaram pelo menos uma venda.“Com o avanço da vacinação, é esperado que aos poucos a população retome seus hábitos de consumo com segurança”, pontua. 

Os números coincidem com o panorama avaliado pelo conselheiro da Abrasel-AM Rodrigo Zamperlini, ao avaliar que a queda no nível de consumo é evidente. “Estamos acompanhando  o retorno das atividades e operações de base dos restaurantes, que estão ganhando fôlego, mas a queda  vem de diferentes perfis econômicos. Muitas  pessoas estão impossibilitadas de consumir e a atividade foge daquilo que é essencial”. 

Ele reitera que o comprometimento nos níveis de renda e aumento dos insumos, gêneros alimentícios, além do combustível, energia elétrica são muito maiores que a taxa da inflação. O que contribuem para que as pessoas deixem de consumir. Outro fator que pesa negativamente é que a faixa de renda do estado do Amazonas é ainda menor que a dos outros estados. 

Um fator positivo para que os próximos meses sejam favoráveis é que o Amazonas está com um controle  grande em relação a pandemia, com disponibilidade de leitos o que ele acredita que seja um indicativo favorável, mas confronta com o poder de consumo que  caiu.

“Isso pesa muito. A vacinação tem aumentando bastante, apesar do cenário positivo em em relação à Covid, a dificuldade de equilibrar o orçamento é bem complicado. Muitas pessoas têm receio do que estar por vir. É diferente a percepção dentro de cada faixa econômica da sociedade, as pessoas menos favorecidas estão sofrendo muito, itens básicos estão caros e não dá pra fugir dessas contas. Mas eu acredito que com mesmo essa dificuldade, a perspectiva é que o fim de ano melhore. As pessoas aproveitam a época para sair.  A nossa expectativa é que possa ter essa melhora nos próximos meses”, ressalta ele. 

O segmento segue buscando equilíbrio após uma somatória de prejuízos chegar a 70% tanto no número de receitas e empregos quanto o de estabelecimentos que encerraram as atividades em definitivo. De acordo com a Abrasel-AM, cerca de 37% dos  associados operam em meio a prejuízos. 

Severamente impactados devido aos decretos impostos em razão da pandemia, o setor, segue demonstrando quedas contínuas. Além do estudo  do índice Fipe e Alelo, referente a maio, a  Abrasel-AM revelou ao longo do semestre, que o consumo estava longe dos patamares pré-pandemia, inclusive com perdas significativas em suas receitas. 

Outros números

Conforme o levantamento,  em termos regionais, adotando como parâmetro a variação do valor gasto em restaurantes entre agosto de 2019 e agosto de 2021, é possível evidenciar um maior impacto na região Centro-Oeste (-35%). Entre as demais, a queda no valor total gasto em agosto foi de:  Sul (-28,9%), Sudeste (-28,7%), Norte (-27,6%) e Nordeste (-27,6%). 

Individualmente, as unidades federativas mais impactadas em agosto foram: Distrito Federal (-42%), Rio de Janeiro (-38%), Amazonas (-34,9%), Piauí (-34,4%), Bahia (-34,3%) e Rio Grande do Sul (-33,9%). Já entre as unidades com aumento ou quedas menos expressivas, destacaram-se: Acre (+17,9%), Roraima (+13,8%), Rondônia (+2,9%), Maranhão (-7,1%) e Espírito Santo (-9,7%). Finalmente, vale a pena citar as variações apuradas em: São Paulo (-26,9%), Minas Gerais (-24%), Paraná (-28,7%), Santa Catarina (-23,6%) e Pernambuco (-27%). 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar