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Confiança do Empresário do Comércio de Manaus registrou quarta elevação seguida

Os comerciantes de Manaus voltaram a reforçar a confiança em março. Foi o quarto mês consecutivo de alta para os números locais do Icec (Índice de Confiança do Empresário do Comércio) da CNC, em linha com a média nacional. No mês da Páscoa, e em meios aos preparativos para o Dia das Mães, os lojistas da cidade aumentaram suas expectativas para os próximos meses e suas intenções de contratar, além de estarem mais satisfeitos com os estoques. Foram registrados recuos, no entanto, na percepção do momento atual e nos planos de investir.

Manaus aparece com 115,6 pontos no levantamento, sendo que valores acima de 100 pontos indicam satisfação. O indicador cresceu 1,5% sobre fevereiro (113,9 pontos). O otimismo ainda é maior nas empresas com até 50 funcionários (115,9 pontos) e que vendem bens semiduráveis (119,3 pontos). A confiança dos comerciantes ainda ficou 4,1% abaixo do patamar do mesmo mês de 2023 (120,5 pontos). Na média brasileira (109,2 pontos), o indicador também avançou na variação mensal (+2,2%), pelo terceiro mês seguido, e continuou refratário no comparativo anual (-2,7%).

A nova inflexão positiva do Icec ocorre em paralelo com a retomada da ICF (Intenção de Consumo das Famílias), medida pela mesma CNC. Diferente dos meses anteriores a recuperação veio dos consumidores com renda acima de dez salários mínimos, sendo favorecida pela percepção sobre renda, perspectivas profissionais e acesso ao crédito. Já a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), da mesma entidade, aponta elevação na quantidade de famílias manauenses embarreiradas por contas a pagar (83,4% e 551.890) e já negativadas (53,1% e 351.469).

Empregos e investimentos

Cinco dos nove subcomponentes do indicador pontuaram expansão em Manaus. A dois meses do Dia das Mães, e já com as vendas de Páscoa em andamento, a melhora mais acentuada veio do indicador de contratação de funcionários (+12,8% e 129 pontos). Outros destaques vieram das expectativas com a economia brasileira (+3,1% e 143,1 pontos) e com o comércio (+2% e 149,9 pontos) e da situação atual dos estoques (+0,8% e 87,3 pontos). Mas, as perspectivas em relação às próprias empresas (0% e 159,3 pontos). 

No outro extremo, as visões sobre as condições atuais da economia (-2,6% e 72,5 pontos), do setor (-2% e 87 pontos) e do próprio negócio (-2,5% e 107,2 pontos) colecionaram baixas significativas – sendo que dois deles já estão no patamar de insatisfação há meses. O mesmo se deu com o subindicador relativo ao nível de investimento das empresas (-0,5% e 104,7 pontos).

A maioria dos varejistas locais ainda considera que as condições atuais da economia “pioraram muito” (34%) ou pioraram pouco (30,7%). O segmento dos que apontam que “melhorou um pouco” (27%) estabilizou e somente 8,3% cravam que “melhorou muito”. As visões predominantes a respeito do comércio e das empresas, entretanto, seguem sendo de melhoras relativas (36% e 42,8%, respectivamente). 

A pesquisa ainda mostra um panorama melhor para as expectativas de um futuro sempre adiado. A maior parte dos comerciantes de Manaus redobrou as apostas de que a economia brasileira vai “melhorar muito” (44,9%) ou “melhorar um pouco” (32,1%). Já os grupos que dizem que vai “piorar muito” (12,6%) ou que vai “piorar um pouco” (10,3%) perderam adeptos. As projeções que pesam mais para o setor e os estabelecimentos também ainda são de progressos mais significativos (45,5% e 51,4%, na ordem). 

No subindicador de contratação de funcionários, a parte majoritária dos lojistas aponta que seus quadros devem “aumentar um pouco” (53,4%). A parcela dos que dizem que pode “reduzir um pouco” caiu dez pontos percentuais, para 26,4%. Apesar da queda do subindicador, as visões predominantes para investimentos passaram a cravar que pode ser “um pouco menor” (35,8%). O entendimento sobre a situação dos estoques avançou pouco, mas 59,1% dizem que está “adequado”. Outros 25,9% informam que está acima do ideal – em função de vendas fracas – e 13,2% apontam que está abaixo dessa marca – dado os problemas logísticos que seguem no pós-vazante.

“Consumidor combalido”

O presidente em exercício da Fecomercio-AM, Aderson Frota, avalia que o Icec de Manaus “não teve grandes alterações”. “O índice de confiança caiu um pouquinho e depois mostrou certa estabilidade em alguns panoramas. Mas, acontece que o consumidor ainda está combalido pelo endividamento e pelos juros. Isso tudo cria embaraços para o desenvolvimento da atividade comercial, refletindo no desempenho da economia. Nós, que respondemos pela maior parte do ICMS do Amazonas, sofremos uma queda também em função dos efeitos drásticos da estiagem”, lamentou.

Texto distribuído pela assessoria de imprensa da CNC informa que o encarecimento do crédito também derrubou a intenção de investir do comerciante no âmbito nacional. Ao menos 50,7% dos empresários brasileiros pretendem reduzir os aportes. “Embora a avaliação das condições atuais seja de que o ano está pior do que 2023, a percepção é de melhora para os próximos meses, principalmente no que diz respeito à economia”, amenizou o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.

O mesmo texto destaca que os subindicadores relativos ao momento atual da economia, comércio e empresa tiveram os maiores acréscimos nos números nacionais da sondagem. “Isso reforça as expectativas favoráveis para os próximos meses, que dependem, no entanto, de melhora das condições de crédito aos consumidores, que estão com menor intenção de compra”, concluiu o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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