Os pátios das concessionárias de veículos continuam cheios em Manaus. Promoções e estratégias para trazer de volta o movimento estão sendo usadas, mas até o momento não surtem o efeito desejado, segundo comerciantes do setor.
Consumidores da nova classe média (C e D), jovens e pessoas que gostariam de adquirir seu primeiro carro compõem o grupo de clientes ‘perdidos’ pelas revendedoras nos primeiros quatro meses do ano.
“Notamos uma mudança de comportamento no salão de vendas. Saíram os clientes da classe C e D e aquele consumidor que buscava o primeiro veículo zero quilômetro e em contrapartida, observamos um aumento de fluxo nas vendas para as classes mais privilegiadas (A e B). Deixamos de vender carros populares e passamos a vender unidades de maior valor agregado”, destacou a consultora de vendas da Garcia Veículos, Leia Lima.
Segundo ela, a transição de público das concessionárias conseguiu segurar parte do movimento, mas a queda foi inevitável. O volume de vendas na concessionária caiu 30% nos primeiros quatro meses do ano. Ela afirma que a intenção é trazer de volta o cliente mais popular.
Para reverter a situação, ela conta que a revendedora tem utilizado desde estratégias como oferecer café da manhã aos clientes até as melhores condições de pagamento que ainda são oferecidas parcialmente aos clientes.
O gerente de vendas da Via Marconi, Antônio Carlos de Costa Lima, confirma a má fase do segmento. “Tivemos um início de ano terrível. As vendas deixaram muito a desejar para todas as montadoras. Todos os estoques estão lotados”, apontou.
Ele diz que a saída é fazer promoções com bônus da própria fábrica e oferecer boas taxas de juros.
“O problema é que sem crédito, nenhuma dessas soluções funciona. Antes os bancos procuravam um motivo para dar o crédito, agora qualquer ponto é usado para negar o financiamento. Não adianta ter juros zero se o crédito não for aprovado”, constatou.
A expectativa do gerente é que essa postura de rigor nos financiamentos bancários se estenda até agosto. “Até lá vamos tentar segurar as vendas”, contou.
O vice-presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Francisco de Assis Mourão Junior explica que de uma forma geral a estratégia adotada para minimizar os prejuízos são acordos entre as montadoras e as concessionárias. “Juntas elas estão dividindo a diferença dos valores dos automóveis para poder baixar o preço para o cliente”.
Apesar da situação atual, o economista aposta em uma melhora de cenário para os próximos meses. “A tendência dos juros é cair ainda mais e os bancos, pressionados pela presidente Dilma Rousseff, começam a acompanhar o corte nas taxas”, explanou.
Ele acrescenta que alguns bancos já estão oferecendo taxas menores para incentivar a compra de carros novos.
A Caixa Econômica e o Banco PanAmericano, por exemplo, iniciaram na última sexta-feira, a oferta de melhores condições de juros para cerca de 800 concessionárias de todo o país. O Banco do Brasil já havia reduzido as taxas na semana anterior.
“Esperamos que outros bancos tenham a mesma atitude. Apostamos que é uma questão de tempo, até as concessionárias recuperarem o fôlego”, projetou.
Concessionárias apostam em promoção
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:
Qual sua opinião? Deixe seu comentário
Notícias Recentes
Grupo social lança projeto cultural em comunidade indígena
26 de abril de 2024
Morre o cantor Anderson Leonardo, do grupo Molejo
26 de abril de 2024
Manauara Shopping lança promoção com maior prêmio de sua história
26 de abril de 2024
Incêndio mata 10 pessoas em pousada de Porto Alegre
26 de abril de 2024
Evento destaca o turismo espanhol e busca incentivar o intercâmbio
25 de abril de 2024