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Varejo popular ganha espaço neste Natal

Basta andar no Centro de Manaus para comprovar que o varejo de rua, o tradicional comércio popular,  demonstra ser a  preferência dos consumidores quando o assunto é ir às compras neste fim de ano. Opções variadas,  preços mais acessíveis, o ambiente torna-se ideal para negociações, além de ser considerado espaço comercial democrático.

É dessa forma que o economista Eduardo Souza avalia esse comportamento. “Tanto o empresário está tentando vender o seu produto quanto o cliente está disposto a comprar. Em período de mercado aquecido a tendência é que haja mais negociações, tanto descontos, vantagens, mais vendas e todo mundo saia ganhando. A gente pode considerar um polo democrático por ter produtos acessíveis a todos os bolsos”. 

A valorização desse comércio está associada à qualidade, a marca e o valor agregado dos produtos. Enquanto os custos de determinado produto nos shoppings são mais caros devido a uma série de impostos que as empresas precisam remunerar e repassar ao consumidor final, as pessoas tentam economizar um pouco mais buscando as vantagens financeiramente viáveis do centro da cidade. “A gente percebe esse período de sazonalidade economicamente positiva, com o  aumento da procura por determinado produto num determinado período de tempo. A tendência é que produtos de vestuário, alimentação, itens de festas natalinas e serviços voltados a esse mercado vão ter uma procura maior. Por isso a gente percebe um grande volume de fluxo no Centro. As pessoas estão saindo de casa e consumindo um pouco mais num ambiente considerado mais vantajoso”, analisa o economista. 

Galerias têm maior fluxo

Essa onda de compras no comércio de rua e nas galerias populares vem ganhando espaço ano a ano. A procura é observada pelo Sincovam  (Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes de Manaus). “É uma prática que vem ao longo de muitos anos. A gente tenta desvincular com o projeto das galerias populares para que as pessoas tenham consciência de comprar com mais segurança, às vezes a falta de fiscalização faz a gente ter uma concorrência desleal, porém com a crise que o país se encontra a gente entende que o índice de desemprego gera esse tipo de comércio de rua”, descreve José Assis, presidente do Sindicato. 

Segundo ele, as galerias populares estão tendo um bom amparo e investimento; existe uma campanha natalina promovida pela prefeitura, com premiação de brindes para estimular as vendas nas galerias. “A população está começando a entender e se adequar ao modelo de comércio dentro do local”. 

Ele admite que o movimento do comércio nas ruas do centro é cada vez maior, mas também ressalta que o fluxo nas galerias segue em ritmo de ascensão.”Nós registramos um aumento grande ainda mais alinhado aos serviços públicos. Não comparado ao fluxo do comércio nas ruas porque é tradição algumas vias concentrarem esse público. Mas a gente registra um aumento de vendas maior nas galerias, com exceção a 2020. Este ano, estamos com uma expectativa de venda alta porque a gente vem de uma crise muito forte em razão da pandemia”. 

Ainda segundo ele, a tendência é investir cada vez mais nesses espaços para que garantam maior opção de compras. Em 2022 já há planejamento para que sejam mais fortalecidos. “Vamos trabalhar ao longo do ano. Enfrentamos uma recessão muito grande com impacto significativo, vencemos o ano de 2021 com muito sacrifício hoje é uma esperança muito grande porque temos uma expectativa de um público  melhor este ano”. 

Preferência

A empresária Mary Campos, assume que as compras de fim do ano são realizadas no comércio da região central. Ela diz que compra tanto nas ruas, quanto nas lojas. “Não vejo diferença entre marcas e nem qualidade. Além disso, o atendimento nas bancas ou camelôs é excelente. Não deixo de comprar no Centro para comprar nos shoppings. Só vou nos centros de compras em último caso.

Adepto das compras no centro, o representante comercial, Wilson Oliveira, afirma que essa  valorização do consumidor pelas compras no centro da cidade é atribuída a crise  econômica que atinge o país. “É um movimento contrário. Quem tem dinheiro sobrando vai optar por comprar produtos mais baratos. Os próprios vendedores, lojistas, estão atendendo a essa demanda. Isso é uma tendência”. 

Para ele, os shoppings têm as suas vantagens, mas segue um fluxo daquelas que visitam mais para ver vitrines, ir ao cinema ou fazer um lanche. “O comércio está se reinventando e o centro vem demonstrando cada dia esse potencial”.  

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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