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Com a crise, consumidores aumentam os saques na poupança

A crise está levando a população a fazer mais saques na poupança. É a opção para continuar enfrentando adversidades nesta época de dinheiro curto. A inflação dispara e, em contrapartida, o governo aumenta os juros básicos para controlar a alta inflacionária, impactando nas compras e nos bolsos dos consumidores.

Ontem, o BC (Banco Central) divulgou dados mostrando os impactos desse cenário negativo. A aplicação financeira mais tradicional dos brasileiros está batendo recorde de retiradas em 2022. Nos seis primeiros meses do ano, os clientes sacaram R$ 50,49 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança, segundo a instituição. O volume é o mais alto desde o início da série histórica, em 1995.

Por causa da greve dos servidores do BC, a divulgação do relatório estava paralisada por quase três meses. Com o fim do movimento, na terça-feira, a apresentação de estatísticas está sendo gradualmente retomada.

Poupança tem captação recorde de R$ 166,31 bi em 2020

Apenas em junho, os brasileiros sacaram R$ 3,76 bilhões a mais do que depositaram na poupança. A retirada líquida, diferença entre saques e depósitos, é a maior registrada para o mês desde 2015. O BC também divulgou os dados de abril e de maio. Em abril, a caderneta registrou retirada líquida de R$ 9,88 bilhões, o maior volume da série histórica. Em maio, a aplicação reagiu e teve captação líquida (depósitos menos saques) de R$ 3,51 bilhões, o maior valor desde 2020.

Em 2020, a poupança registrou captação líquida recorde de R$ 166,31 bilhões. Contribuiu para o resultado a instabilidade no mercado de títulos públicos no início da pandemia de Covid-19 e o pagamento do auxílio emergencial, que foi depositado em contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal.

No ano passado, a poupança tinha registrado retirada líquida de R$ 35,5 bilhões. A aplicação foi pressionada pelo fim do auxílio emergencial, pelos rendimentos baixos e pelo endividamento maior dos brasileiros. A retirada líquida só não foi maior que a registrada em 2015 (R$ 53,57 bilhões) e em 2016 (R$ 40,7 bilhões). Naqueles anos, a forte crise econômica levou os brasileiros a sacarem recursos da aplicação.

Até recentemente, a poupança rendia 70% da Taxa Selic (juros básicos da economia). Desde dezembro do ano passado, a aplicação passou a render o equivalente à taxa referencial (TR) mais 6,17% ao ano, porque a Selic voltou a ficar acima de 8,5% ao ano. Atualmente, os juros básicos estão em 13,25% ao ano.

O aumento dos juros, no entanto, foi insuficiente para fazer a poupança render mais que a inflação, provocando a fuga de alguns investidores. Nos 12 meses terminados em junho, a aplicação rendeu 5,75%, segundo o Banco Central. No mesmo período, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor-15), que funciona como prévia da inflação oficial, atingiu 12,04%. Hoje, o IPCA cheio de junho dever ser divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Perfil

População quer mais segurança

A greve é um recurso que pode ser utilizado pelas mais diversas categorias insatisfeitas com qualquer situação. Nada contra um mecanismo que, inclusive, tem respaldo constitucional. Porém, aproveitar momentos em que a população vive sobressaltada com uma violência desenfreada, como acontece hoje em Manaus, é submeter os manauaras a ficarem mais expostos à criminalidade. Agiu muito bem a Justiça do Amazonas em suspender o indicativo de paralisação da Polícia Civil, que seria deflagrada nesta sexta-feira (8). Vale uma reflexão por parte da classe.

O sentimento de insegurança é muito grande, situação que abre precedentes e põe em xeque a eficácia dos aparatos policiais. Criminosos desafiam autoridades, cometem assassinatos de formas tão audaciosas que espalham o terror na cidade. Nada se compara à Manaus de ontem, não faz muito tempo, em que se podia circular livremente pelas ruas. Ao contrário, muitos preferem ficar em casa, teoricamente mais segura para prevenir ações de bandidos. Praticamente, ninguém quer correr riscos.

Confisco

Ontem, o Gaeco confiscou uma pousada de luxo em Presidente Figueiredo (distante 107 quilômetros de Manaus), município que faz parte da Região Metropolitana da capital. Segundo a operação, o dono do estabelecimento sonegava impostos. E já havia sido preso outra vezes por envolvimento no mesmo crime. Agentes apreenderam dólares e euros escondidos no prédio. A ação aconteceu simultaneamente com a representação do órgão no Paraná. Provavelmente, há outros envolvidos.

Erros

O deputado Sinésio Campos (PT) protestou, ontem, contra a liminar que impediu a sanção do projeto proibindo a instalação dos novos medidores de luz. O parlamentar argumenta que a justiça foi induzida a erros ao acatar o recurso da Amazonas Energia. A decisão judicial diz que a “matéria foi aprovada na Assembleia de forma açodada, sem seguir os trâmites do regimento interno”. Porém, Sinésio lembrou que uma CPI investigou a empresa. E que vai recorrer. Qual será o desfecho de tanta pendenga?

Velho?

Amazonino Mendes usou as redes sociais para criticar as especulações sobre a sua saúde e também pela idade avançada. O cacique já passa dos 80 anos. E é pré-candidato ao governo do Amazonas pela confederação entre Cidadania e PSDB. Em resposta aos ataques, ele lembrou o então presidente dos Estados Unidos, Franklin Delano Roosevelt, que conduziu o país durante a Segunda Guerra Mundial estando em uma cadeira de rodas. E não se surpreendam se o ex-governador vencer de novo.

Renúncia

Aquela imagem de bufão, com os cabelos desorganizados e gravatas tortas, provavelmente não terá a mesma a atenção da mídia internacional, embora caísse com muito agrado junto à comunidade mundial. Ontem, o premiê Boris Johnson anunciou que deixará o cargo no Reino Unido, envolvido por uma avalanche de crises e abandonado por seus aliados. Ele indicou que permanecerá na função até que um novo líder do Partido Conservador seja escolhido. O primeiro-ministro fez história.

Fecomércio

Acontece, hoje, a posse da nova diretoria da Fecomércio-AM, ocasião em que também será lançado o livro ‘Tadros – Trajetória de uma família’. A obra conta a história de imigrantes gregos que chegaram em 1869 ao Amazonas. Ao longo dessa trajetória, suas gerações vêm contribuindo para alavancar o comércio e o desenvolvimento da região, tendo hoje como seu principal representante José Roberto Tadros, um empresário de sucesso, também presidente da CNC. O legado continua atuante.

Covid-19

A Covid-19 avança no Amazonas. Mesmo assim, parcelas da população não atendem aos apelos para a vacinação contra a doença. Postos foram montados em áreas estratégicas de Manaus para vacinar o maior número de pessoas. Porém, a recusa de negacionistas atropela as metas dos mutirões. As ações também acontecem no interior do Estado. Agentes atuam para aumentar a cobertura vacinal até em áreas de difícil acesso. Todos devem reunir esforços para combater a disseminação do vírus.

Shows

Nesta época do ano, shows continuam sendo alvos de polêmicas no Amazonas, a exemplo de outros Estados. Muitas apresentações foram canceladas por intervenção do Ministério Público, alegando prejuízos ao erário. No entanto, o TCE-AM concedeu liminar liberando Wesley Safadão para se apresentar em Autazes com um cachê de R$ 600 mil. O artista não teve a mesma sorte em Tabatinga, onde se apresentaria por R$ 700 mil. Prefeitos apostam nos eventos para movimentar a economia. Compreensível.

Bondades

Os pacotes de bondades têm respaldo no Congresso. Ontem, a Comissão da Câmara aprovou a PEC dos Auxílios com custos de R$ 41,2 bilhões, depois de passar pelo Senado. A proposta aumenta valores de programas sociais e cria benefícios para caminhoneiros e taxistas, algo que sofre resistência sob o argumento de que são estratégias eleitoreiras para turbinar Bolsonaro, segundo a oposição. Ontem, a matéria iria ser votada ainda em plenário pelos deputados. Tudo pela campanha de reeleição.

FRASES

“Há muito o que desvendar”.

Plínio Valério (PSDB-AM), senador, sobre CPI para investigar atuação de ONGs.

“Um dos piores brasileiros que existem no planeta”.

Casa Grande, ex-jogador e comentarista, falando sobre Bolsonaro.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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