A crise econômica começa a afetar o bolso do consumidor brasileiro, consequentemente a gerar prejuízos para o mercado varejista. O número de cheques honrados no país caiu, pelo segundo mês consecutivo, segundo a última pesquisa da TeleCheque, empresa de concessão de crédito no varejo. Em outubro, o Brasil registrou 96,65% cheques honrados, índice 0,35% inferior ao mesmo mês de 2007. “Os reflexos da crise começam a agir sobre lojistas e consumidores”, afirmou José Antonio Praxedes Neto, vice-presidente da TeleCheque. “O varejo está repassando o aumento dos custos de crédito, principalmente o de capital de giro, para os preços dos produtos. E o consumidor, que não estava preparado para esse aumento, vem retraindo o consumo e perdendo o controle de seus compromissos financeiros”, explicou.
Apesar da queda no índice Brasil, o Estado do Rio Grande do Sul manteve-se pelo 2º mês consecultivo na liderança do ranking de bons pagadores, com 98,53%, sendo 0,95% a mais que em outubro do ano passado. As grandes surpresas deste mês foram os estados da Paraíba (98%) e do Amazonas (95,61%), que subiram, respectivamente, quatro e cinco posições no ranking. A maior queda ficou por conta do Rio Grande do Norte (97,44%), que desceu cinco posições.
Crescimento em setembro
Depois de o índice de cheques fraudados cair nos meses de agosto e setembro, esse número apresentou crescimento de 46,15% de setembro para outubro deste ano, atingindo 0,19% no mês. Conforme dados do Banco Central, as operações com cheque no país movimentaram R$ 85,5 bilhões em agosto e saltaram para R$ 93,3 bilhões, em setembro. “É natural que a fraude acompanhe esse crescimento, principalmente nesta época, em que o comércio tem uma das suas melhores datas comemorativas do ano. Devido ao grande movimento do varejo nesse período, o lojista acaba não adotando todos os procedimentos de segurança necessários na recepção dos pagamentos”, completou José Antonio Praxedes.
Em relação aos Estados, houve surpresas no índice de fraudes. Espírito Santo ficou em primeiro lugar com 1,3% dos cheques fraudados, seguido de São Paulo (0,34%), Ceará (0,33%), Paraíba (0,29%) e Pernambuco (0,17%).
