Diante do esfriamento dos negócios imobiliários por conta da crise financeira mundial, que atacou em cheio a classe A que estava sendo assediada pelas construtoras, já que grande parte dos lançamentos são voltados para a população de maior poder aquisitivo, a expectativa agora é que a MP (Medida Provisória) 445 consiga ajudar as companhias a darem continuidade aos seus empreendimentos.
O Diário Oficial da União traz a Resolução n.º 3.635 que define as regras das operações de empréstimos para construtoras habitacionais, prevista na MP 445, permitindo que a Caixa Econômica Federal empreste até R$ 3 bilhões ao setor para capital de giro.
A MP 445 prevê a criação de um fundo de reserva da Caixa para garantir as operações de empréstimo de capital de giro. O fundo vai cobrir 35% do risco de crédito dessas operações e é restrito a construtoras habitacionais.
O impacto da crise internacional provocou uma redução nas vendas, por consequência da cautela dos clientes e às restrições ao crédito. Com isso, algumas companhias já registraram resultado menor no terceiro trimestre deste ano – sendo que a crise teve seu ápice no final deste período.
É o caso da Cyrela Brazil Realty que anunciou, ter registrado lucro líquido de R$ 72,3 milhões no terceiro trimestre deste ano, o que representa uma queda de 19,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em virtude deste cenário, a companhia decidiu revisar para baixo a previsão de lançamento de R$ 7 mil para até R$ 5,6 mil e a expectativa para vendas contratadas de R$ 5,5 mil para até R$ 4,9 mil. Já o guidance para 2009 está em avaliação.
Já a Agra apresentou lucro líquido de R$ 9,619 milhões entre julho e setembro, uma redução de 34,8% em relação ao mesmo período de 2007. No entanto, as vendas contratadas atingiram R$ 334,6 milhões no último trimetre, 272% superiores ao mesmo período de 2007 “apesar do cenário econômico desfavorável, resultado da crise financeira”.
A Brasil Brokers, empresa que atua no mercado de intermediação e consultoria imobiliária, registrou queda de 62% no lucro líquido do terceiro trimestre de 2008, para R$ 11,3 milhões, ante abril e junho.
Das companhias que divulgaram resultados, apenas a Company informou crescimento (84,4%) no lucro líquido para R$ 10,3 milhões no terceiro trimestre.
Porém, vale destacar que a companhia não registrou lançamentos neste período por conta das negociações que resultaram na fusão com a Brascan Residential Properties anunciada em setembro, o que as coloca entre as três maiores empresas do setor imobiliário no Brasil.
Governo busca ajudar setor em desaceleração
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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