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Cheia precoce ameaça produção

Com a inesperada cheia que atinge os municípios de Envira, Parintins, Barreirinha, Apuí, Anamã e Anori em pleno mês de fevereiro, a Faea (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas) começa a se mobilizar na tentativa de evitar que produtores rurais do estado sofram prejuízos.
De acordo com o presidente da Faea, Muni Lourenço, até o momento não foram registradas perdas na safra, mas que a antecipação e o ritmo acelerado da subida das águas têm preocupado os agricultores.
“Essa semana tive contato com produtores de Manacapuru e do Solimões que me garantiram que não houve prejuízo na produção de juta, malva, hortaliças e frutas. Mas nós estamos acompanhando porque se esse ritmo for mantido poderá gerar prejuízos. Caso isso venha a ocorrer, nós vamos elaborar medidas a serem apresentadas perante os órgãos para minimizar o prejuízo dos produtores atingidos –como renegociação de dívidas, concessões de linhas de créditos especiais –mas só poderemos fazer isso quando tivermos uma situação mais concreta”, disse.
Os únicos prejuízos registrados, segundo Muni, foram no município de Apuí, isolado devido à interrupção no tráfego de veículos na BR-230, mais conhecida como Rodovia Transamazônica, que foi completamente coberta pelas águas do Rio Roosevelt.
Muni Lourenço explica ainda que apenas na segunda quinzena a Federação deverá ter uma visão mais clara sobre o impacto que esta cheia vai ter na produção rural amazonense, mas ressalta que as informações dos órgãos meteorológicos garantem que o Estado não enfrentará cheia no patamar da cheia de 2012, que foi a maior já registrada, causando grandes prejuízos ao setor primário.
“Foi dito pela própria Secretaria de Produção Rural (Sepror) que foram aproximadamente R$ 130 milhões de prejuízos suportados pelo setor primário em 2012 por decorrência da cheia. E também segundo dados da Sepror, mais de 55 mil produtores atingidos diretamente pela subida das águas”, relembra.

Sepror

O Secretário de Estado de Produção Rural, Eron Bezerra, confirma que o setor agropecuário ainda não sentiu os efeitos da cheia deste ano. Mas apesar da preocupação das entidades de classe, ele afirma que a Sepror não trabalha com a possibilidade de uma nova enchente histórica.
“Nós temos 66 escritórios no interior que monitoram todo o ciclo de cheias e nós não temos relatório de nenhum escritório indicando prejuízos até agora. A maioria dos escritórios, especialmente os da região do Alto Solimões indicam a situação de cheia, mas não há nenhuma indicação que teremos uma cheia no patamar da que aconteceu em 2012 e, por conseqüência, não temos nenhum relatório de perdas”, confirmou.
Com base nessas informações, Eron Bezerra admite que não há um plano de ações específico para a cheia deste ano. Por enquanto, a Sepror trabalha com plano de prontidão tradicional já realizado em outras ocasiões, que consiste em três ações básicas: mobilização para a retirada de animais de áreas alagadas (na cheia de 2009 foram retirados mais de 20 mil animais em parceria com as prefeituras), mutirões para acelerar o corte de culturas agrícolas que possam ser colhidas e abertura de linhas de financiamento com redução de juros.
“Foi o que nós fizemos em 2012, quando colocamos R$ 200 milhões de reais a disposição dos nossos produtores para financiamentos com variações de até 40% de desconto para proteger esses trabalhadores que eventualmente tenham perdas. Entretanto -quero enfatizar isso -não trabalhamos com este cenário”, finalizou o secretário.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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