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Case de sucesso da Chilli Beans é apresentado em Manaus

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O sonho de Caito Maia era ser roqueiro famoso, tanto que nos anos de 1990 ele chegou a montar uma banda, a ‘Las Ticas Tienen Fuego’ da qual era o vocalista. Investindo na carreira, foi fazer faculdade de música na Califórnia. O destino, porém, queria que Caito fizesse sucesso, muito sucesso, não como roqueiro, mas como empresário.

Em evento realizado na sexta-feira, 14, em Manaus, no Teatro UniNorte, o dono da Chilli Beans, a maior rede brasileira de óculos escuros e acessórios, contou como o sonho de ser roqueiro ficou para trás.

“Numa das minhas viagens ao Brasil eu trouxe 200 óculos para vender e numa das lojas onde fui oferecer, o dono disse que queria 18 mil unidades. Eu não tinha condições nem de comprar mil. Ele disse que pagava antes, e assim aconteceu, e assim eu comecei com o negócio de óculos”, lembrou.

“Logo percebi que as pessoas não queriam óculos, elas queriam marca, então criei a Chilli Beans, porque gosto muito de pimenta e feijão”, disse.

“Como eu não tinha dinheiro para ter uma loja num shopping, comecei alugando um quiosque, depois outro, e outro até que pude comprar uma loja, em 1998, quando abri a primeira Chilli Beans, na Galeria Ouro Fino, em São Paulo”, falou. Atualmente a marca contabiliza mais de 850 pontos de venda, sendo 100 delas no exterior.

“Temos 25 lojas no Oriente Médio, inclusive Dubai; 19 em Portugal; oito no México; uma na Califórnia. A mais recente foi inaugurada na Bolívia. Das quase 900 lojas, conheço umas 800, e viajo sempre, visitando uma a uma”, listou.

“Só no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, eu tenho cinco quiosques e uma loja e um faturamento de R$ 1 milhão mensal”, revelou.

Convenções e bordo de um navio

“Lancei alguns conceitos na Chilli Beans, como por exemplo, deixar os produtos expostos, para o cliente poder pegar e examinar os óculos. Nada fica trancado. Tem uns expositores que ficam circulando e o cliente permanece no mesmo lugar, olhando todos os modelos passar na sua frente”, informou.

“Um empreendimento precisa ser cuidado permanentemente. Se não fizer isso, ele morre em cinco anos. Sabem como eu faço minhas pesquisas? Com crianças de dez, doze anos. Elas é que dizem que marca preferem usar, e elas serão meus futuros clientes daqui a poucos anos”, ensinou.

“Você precisa saber exatamente o que o cliente quer. Durante muito tempo ótica foi sinônimo de pessoas com deficiência na visão. E quem gosta de parecer doente? Na Chilli Beans as pessoas vão para ficarem mais bonitas com os óculos que escolherem e os vendedores são instruídos a ser sinceros com os clientes. Dizer se os óculos ficaram bons, ou não”, afirmou.

“Minha idéia e que as pessoas abram a gaveta e tenham óculos de grau para cada dia da semana, e se sintam satisfeitas com isso”, adiantou.

“Existem três segmentos onde ponho dinheiro: na moda, na arte e na música. Na loja da Oscar Freire (em São Paulo), por exemplo, acontecem shows ao vivo”, contou.

Anualmente Caito Maia promove a convenção da Chilli Beans onde reúne os colaboradores de todas as suas lojas e mesmo pessoas que queiram conhecer a marca. A convenção acontece a bordo de um navio e reúne cerca de 5.000 pessoas.

Na convenção deste ano foram realizados 25 shows e a próxima já está marcada para março de 2020.

“Este ano levei 250 influenciadores que, com seus blogs e redes sociais, atingiram cerca de 80 milhões de pessoas no mundo”, revelou.

Case de estudos em Harvard

“Somos o único lugar no mundo onde a Ray Ban perde em vendas, e perde para a Chilli Beans”, comemorou.

“Um dia a Rita Lee me contou que já tinha visto quatro discos-voadores. Pedi pra ela desenhar o disco-voador e lancei uma marca com o nome dela e o disco-voador do lado. Depois lancei outra marca com os Beatles, em seguida Faroeste Caboclo, da Legião Urbana. A marca mais recente, e que temos exclusividade para distribuição mundial, é do Harry Potter e Animais Fantásticos. E ainda temos uma do Lenny Kravitz”, explicou.

“Toda semana temos uma coleção nova nas lojas, sempre atendendo aos desejos dos clientes. Nossos óculos são criados e desenhados no Brasil, mas infelizmente produzidos na China. Se os impostos no Brasil não fossem tão altos, gostaria de produzi-los aqui. Até dezembro de 2020 as coleções já estão todas criadas e desenhadas”, disse.

Encerrando a palestra, Caito falou que só tem a agradecer o sucesso de seu empreendimento. Em 2022 sua história vai virar um filme e ele planeja abrir mais 400 lojas nos próximos quatro anos.

Atualmente o empresário apresenta o reality Shark Tank Brasil, no canal Sony, onde desafia empreendedores a apresentarem ideias de negócios para grandes empresários.

“Somos a única empresa brasileira a se tornar um case de estudos em Harvard. Mesmo que ninguém acredite em você, como eu que, inclusive fui humilhado no começo, acredite em você mesmo. Independente de Brasília, quem faz este país somos nós”, concluiu.      

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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