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Capital estrangeiro volta a fluir no PIM

Após a instabilidade que marcou a economia global ao longo do primeiro semestre e resultou em queda de 32,14% nos níveis de atração do capital internacional em relação a igual período do ano passado, a indústria amazonense dá mostra de acompanhar a tendência de recuperação dos investimentos fabris observada em nível nacional.
No comparativo mensal, o crescimento em relação ao acumulado do primeiro semestre é de 18,16% e mostra como tem sido crescente a atração de investimento estrangeiro no Amazonas. Pelo menos de acordo com a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), segundo a qual, dos US$ 3.44 bilhões apresentados em junho, a indústria local pulou para US$ 4.06 bilhões registrados até outubro.
Em relação ao total do ano passado, ainda de acordo com o estudo divulgado pela Suframa, o volume parcial de investimentos deste ano está apenas 16,54% menor, podendo facilmente alcançar um ‘empate técnico’ com o volume investido em 2008 (US$ 4.87 bilhões). Na análise da coordenadora-geral de estudos econômicos e empresariais da Suframa, Ana Maria de Souza, falta pouco para esse ‘empate técnico’. “Estamos falando de investimentos líquidos, o que, para um ano atípico (ano de crise), é um excelente resultado”, afirmou.
Entre os mais países que ampliaram seus investimentos em relação ao primeiro semestre, o Japão merece o maior destaque, pois dos US$ 1.34 bilhão aplicados até junho subiu para US$ 1.58 bilhão. Já nas indústrias com capital norte-americano (EUA), que obtiveram a segunda maior atratividade, o percentual até outubro foi 18,12% maior que o anterior, significando em US$ 656.02 milhões recebidos contra os US$ 555.37 milhões até junho.
Maior captação de dinheiro internacional pode ser sinônimo de novos investimentos nas linhas fabris de Manaus, embora as estimativas que a Suframa tenha com relação ao volume da produção industrial se voltem para um recuo de 20% no global em relação a 2008. Segundo Ana Maria de Souza, maiores promessas de investimento com capital estrangeiro são para 2010, quando mais de US$ 1.8 bilhões deverão ser aplicados em Manaus. “São projetos industriais já aprovados para implantação, diversificação e ampliação. Portanto, há franco potencial de crescimento da indústria para 2010”, assegurou.

Fluxo global

Países Baixos (US$ 459.65 milhões atuais contra US$ 393.02 milhões em junho), Finlândia (US$ 361.58 milhões atuais ante os US$ 306.11 milhões em junho) e Coréia (US$ 202.36 milhões até outubro contra os US$ 171.31 milhões em junho) mantiveram-se como os países que mais injetaram dinheiro em Manaus.
Na análise do professor doutor em economia industrial, Álvaro Smont, o fluxo global de investimento estrangeiro direto despencou em 2008 e no começo de 2009, em reflexo à redução da disponibilidade de crédito, recessão profunda no mundo desenvolvido e em muitos mercados emergentes, e da fuga em grande escala do risco nas bolsas de valores. Citando dados da “Economist Intelligence Unit”, o analista econômico estimou que o fluxo global de FDI declinou de 17% em 2008 em termos de dólar, para atuais US$ 1.68 trilhão. “Já se percebe claramente que o otimismo aos poucos retorna, mas esse fluxo de entrada declinará ainda mais no fim de 2009, caindo 45% para US$ 23 bilhões no mercado interno, como detalha a pesquisa. Usando a mesma metodologia, em Manaus essa retração pode chegar aos US$ 1,2 bilhão até o fim do ano”, considerou.

Investimentos ficaram abaixo do esperado

A análise de Smont está bem perto de ser concretizada, já que em outubro, o IED (Investimento Estrangeiro Direto) em ações brasileiras somou apenas US$ 13.02 bilhões, contra os US$ 18 bilhões previstos. Em nota ao Jornal do Commercio, o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, assegurou que, dessa cifra, US$ 8.76 bilhões foram atraídos ao mercado interno para a compra de papéis negociados exclusivamente no país, enquanto o restante dos recursos foi alocado em recibos de ações brasileiras (as chamadas ADRs) para serem negociados em mercados, como o de Nova York e Japão.
Lopes comentou ainda que o volume registrado em outubro foi ocasionado pelo lançamento de ações do banco espanhol Santander. “Mas, ainda é cedo para avaliar o impacto da taxação do IOF [Imposto sobre Operações Financeiras] sobre o capital estrangeiro na Bolsa. Vamos aguardar os números. Por enquanto, não há nada de novo após a medida”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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