O nível de inadimplência no comércio varejista de Manaus cresce a cada ano desde o início do monitoramento pela FCDL/AM (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Amazonas) há cinco anos, mesmo tempo de vida da campanha de recuperação de crédito. Hoje, existem 415 mil consumidores com o nome incluído na lista do SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e o número aumenta no ritmo de 3% a cada ano.
De acordo com informações da federação, o índice de pessoas com o nome “sujo” (impróprio para conseguir crédito no comércio) sobe a cada mês, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. “Apesar de termos valores crescentes, estamos uma média de 3,2%, abaixo da marca nacional de 5,2%”, comemorou o presidente da FCDL/AM, Ralph Assayag.
O dirigente afirmou também que, como o volume de compras não pagas pelos consumidores está dentro do aceitável, e considerando que o percentual é elevado como na média brasileira, o lojista tende a repassar essa diferença para os consumidores encarecendo o preço final do produto. “Felizmente não chegamos a este ponto de aumentar os preços para balancear com a falta de recebimento”, amenizou Assayag.
Já a crise econômica global não teria afetado o comercio varejista local, segundo entendimento de dois dos representantes do segmento no Estado. O presidente da Fecomércio/AM (Federação do Comércio do Amazonas), Roberto Tadros, disse acreditar que o empresariado do comércio manauense enfrentou bem a crise e conseguiu passar com poucas perdas. “Ao contrário das demissões da indústria que estamparam os noticiários, o comércio manteve os empregados, teve boas vendas nas datas comemorativas e espera crescimento de 10% neste Natal”, assegurou.
Na visão do presidente da FCDL, a crise esteve distante do comércio varejista de Manaus. “O aumento do nível de estoque em todo o ano e as 450 lojas que abriram na cidade no primeiro trimestre, juntamente com os 4.000 empregos criados no mesmo período mostram que praticamente não vimos a crise por aqui”, disse Assayag.
Pagando as dívidas
Uma das soluções mais práticas para quem possui muitas dívidas, segundo o presidente do Corecon/AM (Conselho Regional de Economia do Amazonas), Ericvaldo Vale, é concentrar o pagamento das contas em um único local, desde que seguidas algumas recomendações.
O especialista orienta que, quando a taxa de juro oferecida por um banco ou empresa que realiza empréstimos é menor que a soma de todos os encargos das dívidas acumulada, é recomendável emprestar dinheiro para quitar as dívidas de uma vez. “Antes de assinar o contrato o devedor precisa fazer uma simulação para ter certeza que poderá pagar a conta integralmente. Além disso, é imprescindível que a pessoa não contraia novas dívidas pelo menos enquanto paga o empréstimo”, ressaltou.
A campanha deste ano para diminuir a quantidade de pessoas com o nome no SPC recebeu o título “Limpe seu Crédito, faça seu nome brilhar” e está ativa há pouco mais de um mês. Lançada em 15 de outubro, com prazo pré-determinado para finalizar em 30 de novembro, esta edição tem 15 dias a mais que a anterior, devido a pedidos dos lojistas.
Em 2008, o número de empresas que integraram a campanha foi de 900, enquanto a mobilização atual conta com 1.500 lojas engajadas em reduzir o volume de devedores.
Os interessados em quitar suas dívidas devem procurar as lojas na qual constam os débitos. Os descontos sobre multas e juros são de até 80% dependendo da negociação entre empresa e cliente.
