Os embates públicos envolvendo lideranças políticas do PT e PSDB em todo o Brasil já marcam o início do ‘ano político’. Com brigas e troca de insultos de ambas as partes, o clima entre os dois partidos esquentou e a intenção dos dois maiores líderes dos partidos, o presidente Lula, pelo PT, e o governador de São Paulo, José Serra, no comando do PSDB, é medir forças e comparar os resultados de 8 anos com Lula e 8 anos com o Brasil nas mãos de Fernando Henrique, ex-presidente tucano.
Mais uma troca de acusações iniciou esta semana no Congresso Nacional. Como de costume, desde o início deste ano, petistas lançam notas e discursos inflamados contra os tucanos e a oposição, irritada, aumenta o tom de briga e devolve insultos. Líderes do PSDB e do DEM, partidos de oposição ao governo do PT, classificaram de “mentiroso” trecho do discurso da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) que foi aclamada pré-candidata, oficial do PT à presidência, no ultimo final de semana.
Ao defender uma participação forte do Estado na economia, ela deu a entender que o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) só não privatizou Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal por que não conseguiu. ‘Aqui, o desastre [econômico] só não foi maior, como em outros país, porque os brasileiros resistiram a esse desmonte’, afirmou ela.
O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio, disse que em nenhum momento o governo FHC cogitou privatizar essas empresas.
“O que ela revela com isso é a cabeça de alguém que não teria privatizado a Telebrás se fosse presidenta, e nós ainda estaríamos colocando linha de telefone no IR”, afirmou.
“Como boa aluna do mestre Lula, ela usa a mentira como arma essencial para a busca de popularidade. Ignorar os efeitos anteriores é desonestidade intelectual”, disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR).
Para Arthur Virgílio, a ministra se mostra confusa e revelou a preocupação do PT em inchar ainda mais a máquina pública. “Eu tenho que agradecer esse alerta do seu subconsciente. Eu espero que ela nem reconstrua o Estado velho nem aparelhe mais do que [o governo Lula] está aparelhando. Se não vão ter que aparelhar até as crianças”, afirmou o tucano, dizendo que seu trabalho é defender os projetos que foram, são e serão bons para o Brasil. “Faço pelo país o que procuro fazer pelo meu Estado, o Amazonas”, disse.
