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Bosque volta a receber o público

Evaldo Ferreira: @evaldo.am

Em outubro é comemorado o Mês Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovações e o Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) tem importantes motivos para comemorar. O primeiro deles é a reabertura do Bosque da Ciência para visitação pública, no dia 12 passado, depois de permanecer fechado desde o início da pandemia.

O processo de reabertura presencial do Bosque começou em maio deste ano quando passou a agendar e receber apenas solicitações de escolas para visitas guiadas pela equipe do PCE/Inpa (Programa Ciência na Escola), que continuará. Nestes cinco meses, mais de 2.500 estudantes, 240 professores e acompanhantes de 69 escolas visitaram o Bosque, um museu vivo dedicado à divulgação científica dos trabalhos realizados pelos pesquisadores do Inpa, um local de educação e lazer, com uma vegetação amazônica nativa, e animais vivendo livres, tudo isso em plena cidade de Manaus. Desde a sua inauguração, em 1º de abril de 1995, o Bosque da Ciência, com seus 13 hectares (equivalente a 13 campos de futebol), tem sido um polo de atração não só de manauaras, mas de turistas que visitam a cidade.

O outro motivo que o Inpa tem para comemorar neste mês é o aniversário dos 70 anos de sua criação, em 29 de outubro de 1952. Naquela época, o terreno onde hoje se situa a instituição era uma área de mata, muito distante do Centro, na estrada do Aleixo. Nessas sete décadas, graças ao pioneirismo de inúmeros pesquisadores e abnegados funcionários, conseguiu se transformar numa das mais importantes instituições científicas da Amazônia, referência mundial nos estudos de biologia tropical. Para comemorar a data serão realizadas, até novembro, diversas atividades de popularização da ciência, educação e sensibilização ambiental voltadas para os visitantes. 

Casa da Ciência  

E dando continuidade da abertura para o público, as visitas ao Bosque da Ciência começam nesta terça-feira (18), e seguem até domingo (23). Às segundas-feiras o espaço permanece fechado para manutenção. Atenção: as visitas precisam ser agendadas pelo https://bosquedacienciaam.wixsite.com/agendamento.

Para quem ainda não conhece o Bosque, vão aqui umas dicas do que visitar e quais curiosidades estes lugares guardam. Próximo à entrada fica o viveiro das ariranhas, mamífero que pode ser encontrado em vários rios da bacia do rio Amazonas e, na natureza, vivem em grupo. É difícil fotografá-las no Bosque, pois não param um instante entrando e saindo de sua piscina.

De volta à entrada, começam as trilhas rumo aos tanques dos peixes-bois, mamíferos que não são peixes e muito menos, bois. Existem três espécies no mundo, e o daqui é o peixe-boi-amazônico encontrado em toda a bacia amazônica. Os peixes-bois expostos no Bosque foram salvos, ainda bebês, após suas mães terem sido mortas. No Inpa são amamentados e cuidados até a idade adulta.

Em seguida tem a Casa da Ciência com a exposição ‘Tramas da ciência’. Neste espaço estão muitos animais e plantas curiosos: a gigante folha da coccoloba; o couro de uma imensa sucuri, a famosa cobra grande. Das quatro espécies de sucuri, três habitam lagos, pântanos e rios da Amazônia. A fêmea pode chegar a seis metros de comprimento; uma amostra de um tronco de assacu, árvore amazônica cujo tronco flutua e é comum sob flutuantes nos rios da região. O diâmetro da árvore exposta na Casa da Ciência é de dois metros. Esta é apenas uma parte das curiosidades apresentadas aos visitantes. 

Os vários quelônios  

Uma das maiores curiosidades, porém, vem a seguir e está na ilha da Tanimbuca. Nativa da Amazônia a madeira da tanimbuca possui alto valor comercial. Cálculos dos pesquisadores estimam a idade do exemplar existente no Bosque em 600 anos, ou seja, antes de o Brasil ser descoberto, aquela árvore já estava ali.

Após a ilha tem a Trilha Suspensa, o Paiol da Cultura, o Lago Amazônico e o Viveiro dos Jacarés, onde imensos jacarés-açus permanecem atentos aos visitantes. O jacaré-açu só é encontrado na América do Sul e pode chegar a seis metros de comprimento. Também proporcionam excelentes fotos. Nessa mesma área, preguiças e macacos podem ser vistos nos galhos das árvores e os mais ousados, os macacos de cheiro, se aproximam dos visitantes e posam para fotos enquanto vêm atrás das bananas servidas pelos funcionários.

Ainda na área do Lago está localizado o Cequa (Centro de Estudos de Quelônios da Amazônia) onde o visitante pode conhecer 14 das 20 espécies de quelônios da Amazônia brasileira (tracajá, tartaruga-da-Amazônia, perema, jabuti, cabeçudo, mata-matá, entre outros). Quem só conhece a tartaruga da culinária vai ficar sabendo que existem vários outros ‘bichos de casco’.

Mas além destes atrativos ainda tem a Maloca Indígena, a Casa Eco, o Chapéu de Palha, a Casa de Rolo Resto, Condomínio das Abelhas, e a Casa de Vidro. A Coordenação de Extensão lembra que alguns atrativos do Bosque estão em manutenção, mas aos poucos entrarão no roteiro de visitas. No momento, a lanchonete e a sorveteria não estão disponíveis. A recomendação é trazer garrafinha e abastecer com água nos bebedouros espalhados pelo Bosque, e usar calçados fechados.

Precisa agendar

As visitas ocorrem de terça a domingo, das 9h às 17h, mas a entrada na portaria será das 9h às 11h30 e das 14h às 16h30. O Bosque está localizado na rua Bem-te-vi, s/nº, Petrópolis.

Agendamento de visitantes: 
https://bosquedacienciaam.wixsite.com/agendamento

Agendamento de escolas: 
https://bosquedacienciaam.wixsite.com/agendamentoescolas

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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