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Balanço do comércio é positivo na primeira semana de reabertura

Divulgação

A primeira semana de reabertura gradual dos segmentos não essenciais do comércio de Manaus se encerrou com vendas mornas, embora acima do esperado pelos lojistas, com direito a aquecimento de vendas em alguns dias e em produtos específicos – especialmente os de consumo popular. Foi o suficiente para um setor que estava quase que inteiramente de portas fechadas e sem vendas, durante 70 dias.

A despeito da volta do otimismo e da proximidade da data, a maior parte das lideranças do comércio de Manaus ouvidas pelo Jornal do Commercio ainda não arrisca uma projeção para o Dia dos Namorados. Alguns estimam que a queda no volume de negócios chegue a 40% em relação ao mesmo período de 2019, dado que nem todos os setores ainda estão funcionando neste primeiro ciclo – restaurantes e salões de beleza ainda estão de portas fechadas. 

Um desempenho desfavorável já é mais do que esperado, diante da crise da covid-19 e das experiencias amargas do setor na Páscoa e Dia das Mães deste ano, quando apenas as lojas dos segmentos essenciais ainda estavam de portas abertas, limitando os demais subsetores a atender online ou por delivery. No caso do Dia das Mães, as expectativas já apontavam para um recuo acima dos 50% às vésperas da data. 

Com a diferença de que, desta vez, parte do setor já começou a atender o público. Estão nesta primeira fase de reabertura as lojas de artigos esportivos e de bicicletas (venda e reparo); de artigos para casa; de vestuário, acessórios e calçados; de móveis e colchões; e de variedades. Joalherias e relojoarias, assim como o comércio de artigos médicos e ortopédicos, óticas, floriculturas, bancas de revistas em logradouros públicos, petshops e concessionárias de veículos também estão na lista. A próxima fase começa em 15 de junho.

Quebra em série

“Tivemos vendas muito boas, nesta semana. É claro que as coisas variaram dia a dia. Na segunda [1º], tivemos muito público e poucas vendas, mas as coisas se inverteram no dia seguinte e, a partir de quarta [3], tivemos equilíbrio. Se continuar dessa forma, poderemos recuperar os empregos perdidos. E nove de dada dez empresas seguiram os protocolos de segurança. Quem não estav cumprindo, foi orientado a fazer isso”, asseverou o presidente da CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus), Ralph Assayag.

De acordo com o dirigente, os 70 dias de portas fechadas custaram 30 mil dos 390 empregos do comércio local. Em paralelo, 1.500 das 36 mil lojas encerraram as atividades em definitivo. Por esse mesmo motivo, e pelo fato de o programa de retomada das atividades ainda estar no começo, Assayag informa que fica difícil estabelecer uma projeção de vendas para o Dia dos Namorados.

“Tivemos uma quebra na série histórica com os números de 2020. É impossível fazer qualquer comparação com o ano passado, pois 70% das lojas ainda estão fechadas e, mesmo quando chegarmos ao final do mês, ainda estaremos com 20% das empresas sem poder abrir. Chutar um número diante dessa situação seria uma irresponsabilidade que prejudicaria o setor e muita gente”, desabafou.

Troca de presentes

Na mesma linha, o presidente da FCDL-AM (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Amazonas), Ezra Azury, assinala que muitos segmentos de serviços que atendem o mix do Dia dos Namorados ainda estão sem poder atender, prejudicando os números globais de vendas da data. “Tem o namorado que compra roupa para sair em um restaurante, que ainda está fechado. E tem a namorada que, antes de sair, gostaria de ir a um salão de beleza, que também não está funcionando, exemplificou. 

O dirigente pondera que, por atender potencialmente um público mais jovem do que o do Dia das Mães, o Dia dos Namorados pode compensar nas vendas online. “Mesmo assim, pela dificuldade de sair, tudo indica que a data vai acabar sendo limitada a uma troca de presentes, em festas com no máximo dez pessoas, para seguir as regras de segurança”, apontou.

Azury concorda, contudo, que a semana que se encerrou apresentou resultados promissores para o setor, especialmente para os segmentos de “variedades” e de “produtos para casa” e, em menor grau para os segmentos de calçados e confecções. “Tivemos vendas especialmente boas em lojas populares. Creio que isso se deve à liberação do dinheiro do auxílio emergencial. E o fato de muitos cidadãos estarem atentos aos protocolos nos ajuda muito”, opinou. 

Compensação e distanciamento

Em sintonia, o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens e Serviços do Amazonas), Aderson Frota, comemorou o retorno às atividades. Para o dirigente, os lojistas que costumam trabalhar com produtos para o Dia das Mães e que se viram frustrados pelo fechamento involuntário na época, podem até alcançar alguma compensação no Dia dos Namorados – em que pese a importância menor da data para o setor.

“É claro que não teremos números nem próximos aos do ano passado e devemos fechar uns 40% abaixo mesmo. Mas, a reabertura de parte das lojas ajudou o setor a sair do zero e entrar em um caminho que, esperamos, seja o da normalidade. No caso dos protocolos, por outro lado, as empresas estão sendo exemplares, com disposição de álcool em gel e pias, além de evitar aglomerações. Mas nem todo cidadão segue as regras e mantém o distanciamento social, por exemplo”, afiançou. 

Segurança aos colaboradores

Já o presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ataliba David Antonio Filho, reforça também que o fato de alguns segmentos comerciais ainda não estarem incluídos neste primeiro ciclo de retorno deve prejudicar o desempenho do Dia dos Namorados. “Temos joalherias abertas, mas não lojas de bijuterias, que são mais baratas e atendem a um público maior, por exemplo. Mas, para quem estiver atendendo neste período, o volume de vendas será bom”, ponderou.

O dirigente também avalia que a semana inicial de reabertura rendeu bons resultados e garante que os lojistas não descuidaram das medidas de segurança necessárias para evitar o contágio da covid-19. “Tivemos boas vendas, pelo menos para as lojas de rua, pois não sei dizer como aconteceu nos shoppings. E todos seguiram os protocolos, com o uso de luvas e máscaras, além da demarcação dos espaços. O caminho é garantir o envolvimento e a segurança dos colaboradores, para garantir também o bom funcionamento da empresa”, concluiu.

Fonte: Marco Dassori

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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