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Arte da confeitaria em Manaus

Arte da confeitaria em Manaus

Ganha um doce quem disser que não gosta de doces. Nosso paladar é capaz de distinguir cinco sabores: amargo, azedo, salgado, umami (uma espécie de sal), e doce. Qual deles você escolhe? Por esse motivo o Pátio Gourmet trouxe para Manaus um especialista em doces, o chef Lucas Pyetro, para assumir a coordenação da área de confeitaria do empreendimento. Lucas foi consultor da Nestlé e assinou a criação de novos produtos e cardápios de empresas como Kopenhagen, Brasil Cacau, Supernosso, Confitto Patisserie, Boca do Forno, entre outras.

“Estou trazendo a tendência da confeitaria francesa para Manaus: patachous, entremets, entre outros doces, e sobremesas criadas por mim, como o vatel de morango, em homenagem a François Vatel, criador do creme de chantilly. Esta sobremesa ganhou no programa Rota dos Chefs, e em outras competições das quais participou. O cliente irá encontrar na vitrine do Pátio um leque de sobremesas francesas, e italianas também”, destacou.

Lucas Pyetro fez cursos em várias escolas de gastronomia pelo mundo, como a Le Cordon Bleu, na França, e já atuou no Pátio Gourmet, na abertura do empreendimento, em 2014. Nos últimos três anos estava radicado em Belo Horizonte, mas sempre retornando a Manaus como consultor, assinando as novidades para o período da Páscoa.

“A culinária manauara tem uma identidade muito forte. Quando viajo pelo Brasil não vejo uma identidade como a daqui, os peixes fartos, tambaqui assado, a farinha, a farinha de tapioca, a tapioca, o tucupi, são tão da cidade, e as pessoas gostam do que é daqui, valorizam o que é daqui, chega a dar orgulho”, disse.

Brigadeiro da avó  

Em suas receitas, Lucas pretende utilizar cupuaçu, bacuri e outros dois produtos amazônicos que, segundo ele, quase só são encontrados em Manaus: o tucumã e o cumaru. O tucumã não precisa de maiores apresentações, apreciado por dez entre dez manauenses incorporado, em lascas, ao X Caboquinho, ou transformado em creme. Já o cumaru é uma semente, a baunilha da Amazônia, cujo sabor é um misto de baunilha e caramelo, utilizado principalmente por chefs.

“O tucumã é muito consumido aqui, mas não consigo encontrá-lo em outros lugares com tanta facilidade, e gosto demais de incorporá-lo a algumas receitas. Quanto ao cumaru, eu simplesmente amo essa semente. Uso o cumaru em todas as minhas composições e é uma ‘coisa’ que você não encontra em outras cidades, mesmo em Manaus, mas chefs do exterior querem e buscam esse condimento”, revelou.

Com idéias inovadoras, Lucas promete grandes novidades no cardápio, como a torta crocante preparada com uma base de pasta de kit kat, creme de leite ninho, baunilha e frutas vermelhas. Outro doce que fará parte do cardápio é o banana pudding, sobremesa composta por camadas de creme doce com sabor de baunilha, biscoitos e bananas frescas fatiadas, cobertas com chantilly.

“Acrescento ainda os doces que não podem faltar numa confeitaria fina: tarteletes de morango, leclair, verrine de morango, a brasileira torta de abacaxi com coco e o brasileiríssimo brigadeiro, o tradicional, e não aquele que alguns chefs querem gourmetizar, mas não deveriam porque brigadeiro é brigadeiro, é aquele feito pela ‘vó’ com chocolate, Nescau e leite condensado. Quero reavivar a memória afetiva de quando a gente raspava a panela na casa da avó”, adiantou.

Nas ruas de Paris

Agora, com a pandemia, Lucas presenciou um boom muito grande no consumo de doces, com a facilidade do delivery e as pessoas ansiosas dentro de casa, sem falar que, para passar o tempo, muita gente começou a preparar mais doces em casa mesmo.

“Espero que ninguém tenha passado da medida ou tido problemas de saúde por esse aumento no consumo de doces. Aqui na nossa vitrine vamos ter uma linha de tortas e sobremesas diety, zero açúcar e zero glúten, mas com sabor, que é o melhor de tudo. Quero que quem não possa comer açúcar, ou tenha restrição à lactose, coma uma de nossas tortas e diga: isso não é diety, está muito bom, muito gostoso”, adiantou.  

Viajado pelo mundo e conhecendo a culinária de vários países, Lucas pretende imprimir uma identidade à vitrine do Pátio Gourmet.

“Você pode viajar pelo mundo todo, mas nada encanta mais do que andar pela Champs Elysees, pelas ruas de Paris. Você fica de boca aberta diante das lindas vitrines. Os doces enchem sua boca de água e você os come com os olhos. Pretendo fazer o mesmo aqui, pois teremos doces dos mais variados chefs franceses. Quero que as pessoas não venham apenas fazer compras no Pátio. Quero que venham exclusivamente para a confeitaria e se sintam como se estivessem nas ruas de Paris, Roma ou Amsterdã”, afirmou.

E quem quiser aprender com Lucas, aguarde. O chef promete desenvolver uma linha de cursos. Aulas shows, no salão e no restaurante do Pátio, além de vídeos para as donas de casa.

“Pretendo trazer os clientes para dentro de nossa cozinha, para eles verem como tudo é preparado, terem uma experiência gastronômica e saírem encantados”, finalizou.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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