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Apesar da alta na gasolina, carros estão nas ruas de Manaus

Apesar das dificuldades por conta das elevações nos preços dos combustíveis a procura por aluguel se mantém alta. A informação é da entidade representativa do setor. De acordo com a Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), As mais recentes estatísticas da entidade apontam que, no primeiro trimestre, as locadoras emplacaram mais de 80 mil veículos novos –e a frota total de automóveis do setor cresceu de 1.136.517 para 1.173.357 unidades.

Ao contrário do que o mercado previa com receio do aumento no volume de devoluções por parte dos negócios voltados ao segmento de aplicativos, o cenário aponta estabilidade nesse movimento. O que traz alívio, já que a fatia desses clientes representa de 10% a 15% da frota alocada para as locadoras. Dados da Abla  apontam que  são 170 mil carros alugados para este fim em todo país.  

O diretor regional da Abla-Amazonas Sidney Reche Galdeano, afirmou que embora o item seja o que mais pressiona o custo nas operações, há um dinamismo no mercado de locações. “Nós achávamos que ia ter um impacto grande de devolução, mas estamos observando que não. As devoluções que tiveram em sequência já foram novamente alugadas, pois tem sempre uma fila grande de clientes dessa modalidade aguardando carro. Na minha empresa, por exemplo, as devoluções que houveram não foram grandes. Estimávamos  um efeito maior, porém na prática a gente não está tendo esse movimento tão expressivo, ao contrário, temos clientes que já atuam na atividade e também profissionais liberais que têm algum tipo de atividade paralela e precisam de um veículo para se locomover todo dia com pagamento semanal”, garantiu ele.  

Outro aspecto que vem favorecendo o mercado, segundo ele, é que os veículos novos, continuam subindo de preço, e a taxa de juros muito alta, passa a valer muito a pena investir em carros por assinatura que vem garantindo 20% de incremento por trimestre. “O mercado de venda de carros tem esfriado. As revendas de veículos conseguiram encher o estoque e a demanda de clientes por compra tem reduzido”. 

Representantes da Abla nacional afirmam que o  patamar de preços do álcool e da gasolina não diminuiu a demanda pelo aluguel de veículos

“Indo além do atual patamar de preços dos combustíveis, as empresas de aluguel de carros estão contornando adversidades que sequer são suas, como também é o caso da falta de peças e chips para a produção de veículos novos”, diz o conselheiro gestor da Abla, Paulo Miguel Júnior. Apesar de tais entraves, a atividade deu um salto de 33,5% no faturamento em relação a 2020. “Foi o maior crescimento registrado nos últimos 5 anos”, acrescenta o presidente da Abla, Marco Aurélio Nazaré.

Ainda conforme a avaliação da entidade, no âmbito do turismo os aumentos nos preços das passagens aéreas provocaram, mesmo que “por linhas tortas”, estímulos às viagens rodoviárias. “Aqueles mais habituados a voar passaram a levar em consideração a opção de locar veículos, como bem mostrou o significativo aumento de 12,3% no número de usuários do nosso setor no ano passado”, lembra Marco Aurélio Nazaré.

“O que está aumentando é a conscientização de que pagar apenas para usar um carro é bem melhor do que gastar muito mais para comprar. Trata-se de uma mudança comportamental que até mesmo os preços nos postos de combustíveis não estão sendo capazes de inibir”, continua o presidente da Abla.

Crise intensificou ainda mais 

O volume de aluguel de carros para motoristas de aplicativos é visto como uma opção vantajosa para locadoras, mas a crise sanitária paralela a alta no preço da gasolina, esfriou o mercado. 

Em outra ocasião, representantes do setor relataram ao Jornal do Commercio os prejuízos registrados com a devolução de carros por parte da categoria, números que totalizavam 40%. 

Segundo a CoopMasterManaus (Cooperativa dos Motoristas por App do Estado do Amazonas) o pico da Covid-19 em 2020, levou mais de 9 mil motoristas a devolverem os veículos. Levando a cooperativa a suspender o pagamento das cotas mensais dos motoristas.

Nos últimos anos a procura pela locação de veículos no Amazonas para atuar como motorista de apps, aqueceu o segmento aumentando a rotatividade nas locadoras da capital.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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