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Amazonidades – Os fins de semana em Manaus

Manaus é uma cidade com poucas opções de lazer. A concentração de salas de cinema em “shoppings” dificulta o acesso de pessoas das camadas mais carentes que não têm dinheiro suficiente para o deslocamento, para a entrada (cara) e para o sanduíche tentador nas coloridas lanchonetes.
Pessoas de baixa renda não podem ir aos “shows” de artistas famosos porque o preço do ingresso é muito alto, nem levar a família para um restaurante porque os preços são exorbitantes, ou se reunir em locais públicos porque esses espaços foram tomados por vândalos, traficantes e lixo.
Com isso a única opção de lazer é a televisão que tem múltiplas e criativas formas e fórmulas de criar fantasias para amenizar a frustração resultante do abismo que separa os afortunados dos carentes. O poder público, criminosamente, está deixando a educação formal, informal e não formal, na mão dos órgãos de comunicação de massa que não têm qualquer compromisso com o futuro nem com a cidadania. O resultado é que o Estado freqüenta os piores lugares no “ranking” da educação no Brasil.

Ricos e pobres
Pessoas com maior quantidade de neurônios funcionais sabem que a diferença entre ricos e pobres não se limita à quantidade de dinheiro no bolso ou na conta bancária, mas abrange outros fatores como consumo de energia, opções de lazer, qualidade de vida, etc. Em Manaus, como em todo o mundo os ricos, além da vantagem econômica, ainda são consumidores intensivos de energia, têm muitas e excelentes opções de lazer e desfrutam de uma qualidade de vida similar a dos países desenvolvidos, cujo padrão pode ser demonstrado pelo tipo de moradia, nível de saúde e de escolaridade, salubridade dos ambientes que freqüentam, etc.
Nos finais de semana os endinheirados se reúnem em luxuosos condomínios, mansões, sítios e fazendas situadas às margens de rodovias federais e estaduais ou saem em iates que propiciam um excelente lazer. Já as famílias pobres têm que se contentar com o Faustão ou Gugu, essas imbecilidades ambulantes valorizadas pela incultura.

A juventude
Para os jovens de renda mais baixa a única opção de lazer são as casas noturnas onde o som muito acima dos níveis permitidos pela lei e pela medicina, sinaliza problemas futuros com a audição. Além disso, como esses locais estão situados em áreas sem saneamento básico com muitos criadouros de mosquitos, ao divertimento deve se acrescentar a transmissão de doenças metaxênicas como dengue, malária e todas as arboviroses que infestam a cidade.

O lazer dos finais de semana
O lazer modesto dos finais de semana só encontra espaço e oportunidade nos “banhos” que permitem, a baixo custo, reunir a família, brincar com os filhos, fazer exercício e, claro, afugentar o calor com um mergulho nas águas frias dos igarapés ou com uma cervejinha gelada.
Pois agora o poder público federal resolveu proibir a venda de bebidas alcoólicas nos bares das rodovias federais, uma decisão que evidentemente vai ser copiada pelo cadelismo dos subservientes governadores e prefeitos. A incompetência deste governo no campo social é de tal magnitude que o país só não convive com graves confrontos porque o povo vem sendo amaciado por mecanismos humilhantes como bolsa-esmola, bolsa-voto, bolsa-floresta e outras agressões à cidadania.
Na realidade o que está por traz dessa proibição absurda é a falta de autoridade para conter e punir a criminalidade cuja origem é muito mais educacional do que alcoólica, pois se a bebida fosse a única origem da violência algumas autoridades estariam confinadas. A verdade é que o governo por não ter força para modificar as leis que foram feitas para proteger os desvios de conduta de quem as aprova e as sanciona, resolveu penalizar a sociedade como um todo.
É um absurdo que os bares dos “banhos” não possam vender “aquela cervejinha gelada” e que essa restrição não se aplique aos bares das regiões urbanas, pois esse viés sinaliza a chegada de um outro atentado contra a sociedade. Muito brevemente, tenho certe

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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