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Amazonas tem redução em empregos, aponta Novo Caged

A revisão de dados de demissões contabilizadas pelo Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) no ano passado, fez o Amazonas perder 6,52% do saldo de criação de postos de trabalho com carteira assinada contabilizados no período. Conforme os números revisitados e disponibilizados pelo Ministério do Trabalho nesta quarta (3), o Estado criou 9.540 vagas celetistas. O novo número equivale a um corte de 665 empregos formais da estatística oficial divulgada anteriormente (10.205) – e incremento de 2,46% sobre o exercício anterior.

O novo cálculo do Ministério do Trabalho gerou uma baixa ainda maior nos números globais de novos empregos com carteira assinada, na média brasileira, com o saldo anual de 2020 caindo praticamente pela metade. Pelas novas estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, foram abertas 75.883 vagas em todo o país, no ano passado. O novo montante aponta para uma queda de 46,8%, em relação ao dado anterior, de 142.690 vagas.

Inicialmente, o indicador apontava que haviam ocorrido 156.990 admissões e 146.785 desligamentos, ao final do ano passado. Com as revisões, o número de contratações subiu 3,74%, para 162.868. A quantidade total de demissões, no entanto, aumentou com mais força (+4,46%), e foi para 153.328. A mesma dinâmica se deu na média nacional, com os ingressos no mercado de trabalho (+15.361.234) sendo 1,8% mais encorpados e as saídas (-15.437.117) ganhando uma gordura de 2,2%.

Matéria da Agência Brasil informa que o Ministério do Trabalho e Previdência – responsável pelo “Novo Caged” desde a recriação da pasta, em julho – atribuiu a redução do saldo ao envio de declarações fora do prazo, em meio à pandemia e à adaptação para o novo modelo de declaração eletrônica. Até 2019, as contratações e as demissões eram informadas manualmente. Em janeiro de 2020, o processo passou a ser realizado de forma eletrônica, por meio da eSocial (Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas).

Indústria na frente

No Amazonas, a revisão manteve a indústria em geral em destaque, com o maior saldo de vagas celetistas (+4.757) e maior variação em relação ao ano anterior (+4,69%), totalizando um estoque de 106.278 empregos formais o destaque veio da indústria de transformação (+4,7% e +4.389 ocupações) e da atividade de água, esgoto, gestão de resíduos e descontaminação (+18,6% e +735), em detrimento de eletricidade e gás (-7,5% e -259) e das indústrias extrativas (-6,1% e -108).

Na sequência vieram construção (+3,38% e +714) e comércio (+3,24% e +3.191). A primeira foi alavancada pela construção de edifícios (+16,16% e +1.129) e pelos serviços especializados para construção (+5,91% e +614). Reflexo da pandemia e da prioridade dos gastos públicos na saúde, as obras de infraestrutura (-27,52% e -1.029) andaram para trás e contrataram menos. O comércio, por sua vez, ganhou impulso no atacado (+5,93% e +950) e no varejo (+3,33% e +2.497), mas não nas atividades de “reparação de veículos” (-3,40% e -256). 

Responsável pela maior fatia (44,65% ou 187.968) do estoque total de empregos com carteira assinada no Estado (421.002), o setor de serviços foi também o que obteve o menor crescimento (+0,57% e +1.068 vagas), em sintonia com os impactos da pandemia em seus segmentos mais dependentes de atendimento presencial. Em contraste, a agropecuária (-5,54% e -190) foi o único setor econômico a experimentar  saldo negativo de empregos formais, em 2020.

“Fora do prazo”

A matéria da Agência Brasil informa que, em março de 2020, pouco depois do início da pandemia de covid-19, o Ministério da Economia, na época responsável pelo eSocial e pelo Caged, suspendeu a divulgação das estatísticas por dois meses. Na ocasião, a pasta alegou que, durante o processo de adaptação ao novo sistema, diversas declarações de demissões foram preenchidas de forma errada e que o processo de retificação foi comprometido pela pandemia.

Até aquele momento, apenas os dados do Caged de dezembro de 2019 haviam sido divulgados. Os números só voltaram a ser apresentados no fim de maio de 2020, com os dados de janeiro a abril do mesmo ano e uma nova metodologia que passou a incluir trabalhadores temporários e bolsistas, impossibilitando a comparação com o Caged de anos anteriores.

Em nota, o Ministério do Trabalho e Previdência, informou que, mesmo com a revisão dos dados, 2020 continuou a registrar desempenho positivo na criação de empregos formais. “Ressaltamos que, mesmo com a mencionada revisão, o saldo do Caged de 2020 se mantém positivo, em que pese o pior momento da pandemia da covid-19”, destacou a pasta. Segundo o ministério, o prazo para ajustes dos dados do ano passado acaba no fim de 2021.

“A entrada de dados fora do prazo acontece quando as empresas declaram as informações de admissão e demissão após a competência em que a movimentação se realizou. A possibilidade de realizar esse tipo de declaração já existia no antigo Caged, havendo uma ocorrência um pouco maior neste momento devido ao processo de transição para a declaração via eSocial, que ocorreu para um número significativo de empresas ao longo de 2021”, acrescentou o Ministério do Trabalho e Previdência.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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