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Amazonas deve ter centro de prevenção ao câncer de colo uterino

O Amazonas terá um centro de prevenção ao câncer de colo de útero, hoje um dos mais incidentes no Estado, vitimando principalmente mulheres que não têm um atendimento adequado nas redes primária e secundária de saúde, onde os problemas deveriam ser detectados precocemente, segundo anunciou o diretor-presidente da FCecon (Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas), o médico mastologista Gerson Mourão.  

Ele disse que a vacina contra o HPV pode prevenir a doença, mas os pais nem sempre têm consciência sobre a importância de vacinar os filhos ainda na adolescência, permitindo a imunização das futuras gerações. Mourão foi entrevistado pela live do programa ‘JC às 15’, comandado diariamente pelos jornalistas Caubi Cerquinho e Fred Novaes, diretor de redação do Jornal do Commercio.

Hoje, o câncer de colo de útero representa pelo menos 40% dos casos registrados no Amazonas. Só fica atrás do câncer de mama, que lidera com mais de 50% das ocorrências no País, informou Mourão. Segundo ele, o novo centro representa o maior legado da FCecon para o tratamento do câncer na região. É uma luta de muitos anos de quem se dedica todos os dias para evitar a morte de milhares de pessoas no Estado..

Inicialmente, a nova unidade tem um investimento superior a R$ 4 milhões. E reunirá equipamentos de última geração com condições de realizar biópsias no mesmo aparelho, além de contar com especialistas treinados para fazer cirurgias simples e procedimentos de alta complexidade.

A ideia é promover a ‘ambulatorização’ do tratamento do câncer, encaminhando os casos mais complexos para a FCecon, corrigindo as falhas observadas nas redes primária e secundária da rede de saúde, incentivando ainda a vacinação contra o HPV do público adolescente.

“É uma vergonha. Um quadro de tragédia. O Amazonas é conhecido hoje como o Estado onde existem mais casos de câncer de colo de útero. Existe vacina, mas a campanha é negligenciada. Por isso, estamos lutando para que os estudantes voltem a ser imunizados nas escolas desde cedo”, afirmou o médico.

De acordo com Gerson Mourão, existem muitas falhas nas redes de saúde primária e secundária que contribuem enormemente para o aumento do câncer de colo de útero no Amazonas. Muitas vezes, uma mulher que descobre um nódulo no atendimento clínico espera, em média, até oito meses para ser assistida na FCecon.

“Até lá, o nódulo cresceu muito, evoluiu tanto, que não dá pra fazer mais nada. E a paciente acaba morrendo”, lamenta o médico. A ‘ambulatorização’ que virá com o centro de prevenção evitará esses casos recorrentes, permitindo que as pacientes tenham uma assistência a tempo de impedir a evolução do câncer.

De acordo com Gerson Mourão, o centro vai treinar novos profissionais que, além de Manaus, também vão atender pacientes no interior. “Queremos mudar a ideia de que a FCecon é um cemitério. Podemos ser tão eficientes ao nível de um Albert Einstein e Sírio Libanês”, disse ele, referindo-se aos dois hospitais que oferecem um tratamento muito avançado em São Paulo, hoje uma das principais referências para intervenções de alta complexidade.

Mourão disse, ainda, que o novo centro vai evitar um gasto anual de R$ 20 milhões aos cofres do Estado. “Estamos lutando pelo processo de ambulatorização. Mas que isso aconteça, os sistemas primário e secundário vão ter que trabalhar muito bem”, afirmou. “Só assim, poderemos dar mais esperanças à população”, acrescentou o médico.

Marcelo Peres

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