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Amazon fica para trás no Brasil

Amazon fica para trás no Brasil

O coronavírus não fez pela Amazon no Brasil o mesmo que fez pela gigante nos Estados Unidos. Na Nasdaq, o valor da empresa foi catapultado a US$ 1,5 trilhão, com uma valorização de 70% no ano — sozinha, ela vale duas vezes o valor somado de todas as companhias abertas brasileiras. Mas, por aqui, o desempenho comercial não teve esse mesmo ritmo. A empresa perdeu participação na preferência dos consumidores quando se avalia os downloads de aplicativos entre varejistas. A lógica de que as vanguardistas do comércio eletrônico seriam beneficiadas na crise não valeu para ela no mercado local na mesma intensidade. Na briga com Mercado Livre, Magazine Luiza, B2W e Via Varejo, sua fatia caiu dos 7% registrados em fevereiro  para 5% em abril.

O levantamento leva em consideração as movimentações no Google Play e foi feito pelo time de analistas do Itaú BBA liderado por Thiago Macruz. Todas as empresas tiveram aumento no total absoluto de downloads, a distribuição entre elas é que mudou. Magazine Luiza e Via Varejo comeram a fatia da americana. Mas ninguém sabe se o comportamento é definitivo. Quem também perdeu com a redistribuição causada pela pandemia foi o Mercado Livre, que saiu de 29% dos downloads em fevereiro para 23% em abril.

Como parte da análise de valor das companhias, a equipe estuda as redes sociais. Na opinião de Macruz, elas apontam tendências que, no fim das contas, se verificam nos resultados dos negócios e, portanto, em seu valor.  O levantamento aponta que a pandemia foi especialmente importante para as brasileiras. O aplicativo da Magalu, como é conhecida a companhia de Luiza Helena Trajano, subiu de 22% para 27%, na mesma comparação que as demais, enquanto a empresa tocada pela família Klein aumentou de 15% para 18%.

Macruz destaca que em uma janela de tempo maior, a Via Varejo teve maior evolução. Até a Black Friday, que acontece tradicionalmente em novembro, a companhia não alcançava dois dígitos na preferência, variando entre 6% e 8%. No mês das giga-promoções, essa fatia alcançou 12% e continuou subindo. Os downloads estão ajudando a empresa a melhorar a penetração de seus aplicativos neste ano. A presença nos aparelhos móveis do país subiu de 6,5% para 8,2%. A companhia ainda tem uma das menores participações, mas foi a que mais cresceu nesse quesito durante a pandemia.

Nem tudo são rosas

O analista também acompanha de perto as interações das companhias nas redes sociais. Em especial, a da Via Varejo, para verificar se a reestruturação que foi colocada em marcha a partir de junho está no caminho certo. Essa reviravolta é capa da edição desta quinzena Revista EXAME. Os indicadores avaliados por Macruz mostram um avanço expressivo da atividade na empresa, mas também que o caminho a percorrer na satisfação dos clientes ainda é longo. “Ainda não é hora de esperar resultado. Ele tem que vir, mas agora é preciso ver se a direção está correta. A empresa está no começo de um processo”. Quando se observa a atividade da companhia nas redes sociais nos últimos três anos, 56% está concentrado no último ano. E, segundo Macruz, neste ano o aumento é ainda maior.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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