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A vez do mercado plus size

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Nos últimos anos duas palavrinhas em inglês têm sido usadas com frequência, principalmente quando o assunto é moda: plus size, que significam ‘mais, ou maior, tamanho’. Nada de falar: roupa para gordinhos, ou gordinhas, mas sim, roupas plus size.

Levantamento realizado este ano pela Associação Brasil Plus Size mostrou que 49% das brasileiras usam manequim acima de 46 e apenas 5% do varejo atende esse público, ou seja, o mercado plus size ainda é pouquíssimo explorado pelos lojistas e os poucos empreendedores que perceberam isso, e já atendem esse público cada vez mais crescente, estão satisfazendo e satisfeitos com os resultados.
A Exclusiva Plus Size inaugurou em abril de 2014, no centro, na rua Saldanha Marinho e o negócio foi tão bom que o casal inaugurou uma filial da loja, no Shopping Parque Dez Mall.

“Eu e meu marido Raphael Araújo observamos que o mercado era extremamente carente para as ‘mulheres que usam tamanho maior’. É assim que elas devem ser chamadas”, falou Ingrid Vieira, proprietária, junto com o marido, da Exclusiva.

“Os fabricantes achavam que roupas para gordinhas eram roupas para pessoas velhas, aqueles roupões, aquelas coisas horríveis. Só agora estão descobrindo que podem fazer roupas bonitas, elegantes, que chamam a atenção, deixando as gordinhas muito mais bonitas”, disse.

“Nas nossas duas lojas temos roupas para crianças de 12 anos até senhoras de 70 ou mais anos, com numeração de 46 a 56. São roupas para o dia a dia, para vestir em casa ou sair. Não temos moda praia. Também temos acessórios. Nossos cintos são mandados fabricar em São Paulo por nós mesmos porque nem isso o mercado tem”, reclamou.

“Só atendemos mulheres. Penso que Manaus não tem loja exclusiva para gordinhos. E olha que o mercado é bom e está praticamente inexplorado. Só atendemos mulheres porque não queremos que haja constrangimento por parte delas por haver um homem na loja. Depois, esse segmento ainda tem muito para crescer, então preferimos focar somente nele”, explicou.

“Sim. Algumas mulheres ainda têm certa vergonha em vir comprar na loja, mas são poucas. A grande maioria já assimilou que não precisam ter vergonha disso”, afirmou.

Número só tem aumentado
Poucos meses depois da Exclusiva, em setembro de 2014, no Shopping Manauara, a Program Plus Size também abriu suas portas para esse seleto grupo de clientes.

“Desde que inauguramos, o número de clientes só tem aumentado”, contou Alessandra Souza, gerente da loja. “Sempre recebemos clientes que desconheciam haver uma loja exclusiva para plus size porque esse mercado ainda é novo em Manaus”, garantiu.

“Além das roupas para o dia a dia e de sair, ainda temos modeladores e maiôs”, revelou. “Numa loja plus size as clientes gordinhas se sentem à vontade, diferente de irem a uma loja onde o vendedor vai dizer que o número delas, 48, 50 ou mais, não tem. Para uma mulher isso pode ser constrangedor. Aqui na Program ela sabe que vai ter o número que desejar, de 42 a 54. Antes só tínhamos a partir de 46, mas muitas clientes emagreceram e quiseram continuar comprando aqui, então resolvemos atendê-las, colocando peças com o número 42”, contou.

Na Program, pelo mesmo motivo da Exclusiva, a loja é só para mulheres. Enquanto isso, os gordinhos aguardam algum empreendedor que olhe por eles.

Um mercado a se explorar

Mais da metade da população brasileira está acima do peso e, desse grupo, 17,9% das pessoas são obesas, segundo o Ministério da Saúde. São consumidores que demandam roupas de tamanhos grandes e aquecem um nicho em expansão: o de moda plus size. A procura por roupa extra grande é crescente e existem poucas empresas que atuam nesse mercado, criando uma oportunidade de negócio. Ainda de acordo com dados do Ministério da Saúde, 49% das mulheres brasileiras têm sobrepeso ou obesidade, e a estimativa é de que em 2020 esse número alcance 60%.

Em uma pesquisa quantitativa que a e-commerce Flaminga realizou com mais de 1,4 mil mulheres que vestem acima do tamanho 46, mais de 50% das entrevistadas declararam ter dificuldades no momento de comprar roupas. O estudo mostra que vergonha, estresse, desprazer, desrespeito por parte de vendedoras e problemas para experimentar nas lojas são situações que fazem parte das experiências de consumo dessas mulheres.

Quanto às poucas empresas atuantes no mercado, existe também uma questão financeira e comercial: investir no plus size significa apostar em uma grade muito maior de produtos e ter o dobro ou mais de tamanhos e custos para cada modelo, aumentando, também, os riscos de não acertar no mix de tamanhos, o que pode acarretar em sobra de estoque. Outro problema é a falta de padronização de tamanhos. Há peças 46 a 64/G, GG, extra G, extra GG, XXG/G1, G2, G3, G4, G5, entre várias outras nomenclaturas.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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