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A Manaus sem segurança

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Nunca o manauara viu uma Manaus tão violenta e sem segurança como nos últimos anos. Não existe mais local e horário onde o cidadão possa se sentir seguro. A situação chegou a tal ponto que, em entrevista recente o coronel PM Anézio Paiva, secretário de Segurança, considerou tudo estar sob controle num determinado dia, o fato de não terem sido registrados nenhum homicídio em 24 horas, ou seja, um dia sem mortes e a cidade já está tranquila.

Enquanto isso as pessoas vão evitando sair de casa, principalmente à noite quando, acreditam, estejam mais expostas e a simples aproximação de um motoqueiro já causa suspeita em muita gente.

Alyson Rocha abriu a Patrimonial Serviços Empresariais em 2011, empresa de segurança, e desde então permanentemente seus 40 funcionários, os agentes de portaria, vêm atuando principalmente em empresas do Polo Industrial de Manaus e canteiro de obras de construtoras.

“Os funcionários da Patrimonial não podem trabalhar armados, por isso não são denominados seguranças, mas agentes de portaria”, explicou.
“A área de segurança está crescendo muito, à medida que Manaus vai ficando cada dia menos segura. Até poderia ter seguranças armados na Patrimonial, mas fica muito mais caro você ter funcionários nessas condições. A Polícia Federal dificulta bastante liberar a licença das armas, e eu concordo, porque senão poderíamos ter seguranças atirando em todo mundo que eles achassem ser um bandido”, alertou.

“De 15 em 15 dias realizamos cursos de agente de portaria e fiscal de loja. Eles aprendem como agir numa situação de ameaça ao patrimônio. Dependendo da empresa, o agente tem os contatos da polícia naquela região. Ao primeiro sinal de ameaça, ele aciona os policiais. E não deve reagir nunca”, ensinou.

“Além dos 40 funcionários, hoje trabalhando na Patrimonial, tenho um banco de dados com os nomes de outros aguardando serem chamados. Trabalho com empresas porque é caro manter um agente. As pessoas bem que gostariam de ter um tomando conta de suas casas, mas como?”, disse.

Segmento em altas
Jorge Oliveira abriu a Pumma Service, no mesmo segmento da Patrimonial, há quatro anos e hoje emprega dez agentes de portaria, além de ter um banco de dados com outros nomes capacitados a atuar na função.

“Atendemos condomínios, indústrias e o comércio. Alguns dos clientes procuram por seguranças armados, mas preferimos trabalhar com os agentes desarmados para evitar maiores problemas. Eles passam por treinamentos exatamente para saber enfrentar uma situação de risco sem colocar a vida deles e de outras pessoas em perigo”, garantiu.

“Sim, é comum esses agentes terem em seus locais de trabalho, algum tipo de ameaça à integridade do patrimônio que protegem, mas eles sabem como agir. Temos os contatos da polícia da região onde determinado agente está atuando. Quando ele percebe algum sinal de perigo ou comportamento anormal de alguém, imediatamente entra em contato com a polícia”, esclareceu.

“É um segmento que está em alta já há algum tempo, tanto no número de pessoas querendo ser agentes quanto de empresas procurando por nossos serviços. A tendência será essa enquanto Manaus for uma cidade violenta”, avisou.

A clientela dobrou
Há seis anos Fernando Biváqua tem a franquia da Piquet Blindagem de Automóveis (empresa do ex-piloto de Fórmula 1, Nélson Piquet), no Norte, e disse que nesses poucos anos a sua clientela dobrou. “Não só porque ficou mais em conta blindar um automóvel, mas porque na atual situação em que vivemos, quem pode andar protegido em seu carro, o faz para se proteger”, disse.

“Qualquer carro 1.4 pode ser blindado e, tirando o piso, a blindagem do automóvel é completa. Com as blindagens modernas, os carros ficaram mais leves. Antes a blindagem aumentava em 300 kg o peso do carro, agora fica em torno de 140 a 180 kg”, informou.

“Esse tipo de material que nós usamos é 80% mais leve que o aço e cinco vezes mais resistente que esse metal. Ele resiste a todas as armas de mão, 9mm, 44 Magno, por exemplo. É a blindagem Nível 3ª, para civis”, esclareceu.

“O Nível 3 é permitido somente para autoridades militares. Ele resiste a tiros de fuzil ou até armas mais poderosas”, completou.
“A blindagem de um automóvel não é permitida para qualquer pessoa. Nós checamos a documentação do cliente. Tanto empresa quanto pessoa física precisam ser idôneas, senão não temos autorização para realizar o trabalho”, garantiu.

“O que encarece uma blindagem não é o valor do carro, mas sim da própria blindagem, que pode custar de R$ 30 a R$ 60 mil. Mesmo assim, tem muita gente mandando fazer o serviço”, concluiu.

Contatos:
Patrimonial: 9 9373-8489
Pumma: 9 9107-0815
Piquet: 9 9448-7806

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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