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A força árabe no comércio e indústria

Contribuintes históricos com o desenvolvimento econômico do Estado, os árabes são responsáveis por um percentual da geração de emprego e renda no Amazonas, com atuação expressiva nos segmentos da indústria e do comércio. O processo da imigração, que no Brasil, ganhou força no início do século 20, foi marcado pelas superações e conquistas de um mercado até então desconhecido para os estrangeiros. Hoje, a comunidade árabe comemora o retorno dos investimentos feitos e a consequente colaboração com o progresso da economia amazonense.
O proprietário do Grupo Sovel da Amazônia Ltda., o palestino, Ali Iacub, 77, chegou à capital em 1974, aos 19 anos de idade, em busca de melhores condições de vida. Ele relata que trabalhou por algum tempo como camelô na rua Marechal Deodoro, no centro da cidade. Após alguns anos, conseguiu certa estabilidade financeira o que lhe permitiu investir em um desafio que foi a compra da empresa Sovel, que na época, estava fechada por motivo de falência. O palestino comprou a empresa em sociedade com alguns amigos. A sociedade foi desfeita e hoje, Iacub é o proprietário da indústria, que é o Grupo Sovel. Ele ainda conta com a colaboração administrativa de dois filhos.
“A situação na Palestina estava muito difícil. Precisava buscar melhorias. Por isso, decidi vir para o Brasil e buscar trabalho no Amazonas. Trabalhei bastante e depois de alguns anos consegui comprar a empresa que já seguia o ramo da reciclagem. Era um segmento promissor, mas hoje, passamos por problemas por conta da concorrência com a importação dos produtos chineses”, relatou.
O empresário afirma que os investimentos feitos à Sovel estão estimados em quase R$ 6 bilhões. A empresa conta atualmente com aproximadamente 400 funcionários.
“Manaus é um bom lugar para viver e trabalhar. Não penso em sair da cidade. Fizemos fortes investimentos em maquinário e equipamentos”, disse. A empresa atua na reciclagem de papéis e na fabricação de embalagens.
Apesar da expansão e consolidação dos negócios ao longo das décadas, Iacub afirma que as atuais dificuldades econômicas que atingem o país, somadas ao elevado índice de importação de embalagens provenientes da China, tem impactado negativamente os negócios.
“Estamos perdendo mercado para a importação. Nos últimos 12 meses registramos queda de 30% na produção em relação ao mesmo período do ano anterior. As fabricantes de bem final deixaram de comprar embalagens de fornecedores locais para comprar de outros países”, reclamou.
Segundo Iacub, a produção local é absorvida por Manaus, pela cidade de Boa Vista (RR), e quando ocorrem pedidos, os produtos também são enviados à região Sul.

Imigrante forte no ramo do comércio de Manaus

Descendente de árabe, Khaled Ismail, auxilia o pai, que chegou ao Amazonas em 1980 em busca de oportunidades de trabalho. A família administra a rede de lojas Max Moll. Ismail relata que seu pai desembarcou em Tabatinga, onde iniciou os trabalhos com confecções em uma loja de pequeno porte. Após algum tempo, o empresário firmou residência em Manaus, onde investiu em uma loja no bairro Educandos, zona Sul. Novas lojas ainda foram abertas nas ruas Marquês de Santa Cruz e Marechal Deodoro. O empresário chegou a administrar seis lojas. Porém, devido à instabilidade econômica nacional, uma loja fechou as portas.
Ismail chegou a Manaus em 2009 com o intuito de auxiliar a família nos negócios. Ele considera a capital um local bom para trabalhar. “O Amazonas tem um comércio em crescimento. É um bom local para trabalhar e crescer. Ficamos felizes em poder contribuir com a geração de emprego e com a economia do Estado”, avalia.

História

A imigração árabe no Brasil iniciou com o desembarque de imigrantes árabes no final do século 19. No início do século 20 o fluxo migratório cresceu e ganhou expressão. Boa parte da população estrangeira é de origem libanesa, enquanto o restante é predominantemente de origem síria, além de palestinos e jordanianos.
Algumas cidades da região Norte chegaram a ser fundadas por imigrantes árabes como por exemplo, Marabá, no sudeste do Pará, que teria sido colonizada inicialmente por imigrantes transjordanianos. Outros Estados que receberam população significativa de árabes foram o Amazonas, o Acre, Rondônia e Tocantins.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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