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A energia que vem do Sol

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A história da energia solar é antiga, tão antiga que remonta ao surgimento do fogo. Depois o calor do sol passou a fazer parte da vida dos seres humanos e tem sido assim até os dias de hoje. Como fator importante para a geração de energia na produção de iluminação e funcionamento de objetos eletroeletrônicos, a captação de energia solar, através de placas de silício, é bem mais recente. A tecnologia foi anunciada em 1954, como resultado das pesquisas do químico americano Calvin Fuller e, até há poucos anos, bastante cara, a cada dia que passa, se torna cada vez mais acessível. É o que irá mostrar o advogado, biólogo e coordenador geral do Instituto Amor, Marcelo Casoni, durante o ‘Curso de Energia Solar – conceitos e aplicações’, que será realizado no Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), no dia 24 de fevereiro.

“É o que chamamos de tecnologia social, na qual transformamos tecnologias caras em tecnologias com um custo bem baixo, depois disponibilizadas para populações de baixa renda, dentro do conceito de economia solidária e empreendedorismo social. No curso, ensinaremos os participantes a construir um kit portátil de iluminação solar, com capacidade para acender duas lâmpadas. Para quem mora numa cidade grande, com tanta iluminação, pode parecer pouco, mas quem mora no interior, em locais onde durante a noite reina a completa escuridão, uma única lâmpada acesa significa dar vida ao ambiente”, falou.

O curso será ministrado por Marcelo, que atua há anos no setor. “O nosso objetivo é formar qualquer pessoa interessada em ser um técnico júnior de energia solar, capaz de atuar como fabricante, instalador, mantenedor ou empreendedor de energia solar”, disse.

“Os participantes irão aprender a construir um kit portátil de iluminação solar que atenda as necessidades de vários locais remotos e isolados do país sem acesso à energia, simples, de baixo custo e de fácil aplicabilidade. É um kit básico, somente para iluminação, desenvolvido por nós, do Instituto Amor. Trata-se de um painel solar, um carregador e duas lâmpadas. Ele custa R$ 350, vendido para quem, por exemplo, é proprietário de um sítio, mas é doado para quem não tem condições de pagar”, avisou.
“As pessoas ainda acham que os painéis solares tem um custo alto, mas hoje, morando numa residência padrão, sem ar-condicionado, se gasta cerca de R$ 6 mil reais para equipá-la com energia solar, e ficar independente pelo resto da vida dos custos com uma empresa fornecedora de energia”, assegurou.

Mesmo em tempo nublado

Na programação do curso constam: os fundamentos básicos da energia solar, os principais equipamentos, como dimensionar o sistema de forma correta, preparação e instalação. Para isso será cobrada uma taxa, que em parte será destinada à aquisição de materiais, no valor de R$ 150, (aula prática e teórica e confecção do kit portátil) ou R$ 350, (aula prática e teórica, confecção e aquisição do kit portátil). Parte da renda obtida no curso será revertida aos projetos e ações sociais do Instituto nas comunidades indígenas e ribeirinhas da Amazônia.

“Apesar de o kit ser artesanal, ele cumpre muito bem o papel a que se destina. É tão eficiente que a bateria é carregada mesmo quando o tempo está nublado, e sua carga tem a durabilidade de doze horas”, garantiu.

Durante o curso sobre energia solar, outra tecnologia social será mostrada aos participantes. Trata-se do Ecolágua, um sistema de purificação solar de água, desenvolvido por técnicos do Cots/Inpa (Coordenação de Tecnologia Social do Inpa), e ganhador de prêmio nacional e já bastante consolidado e reaplicado em várias localidades da região amazônica. No Inpa, o equipamento está instalado no Bosque da Ciência. “O kit do Instituto Amor é uma tecnologia social sustentável ao qual associaremos o Ecolágua”, concluiu a coordenadora de Tecnologia Social do Inpa, Denise Gutierrez.

Tecnologias sociais

Pelo Projeto de Lei 3329/2015, do Senado Federal, as tecnologias sociais são definidas como a união entre saber popular e conhecimentos científico e tecnológico, que devem atender a requisitos de simplicidade, baixo custo, fácil aplicabilidade e reprodução e impacto social comprovado.

Ainda de acordo com o projeto, as tecnologias sociais também devem ser voltadas para a solução de problemas básicos: suprimento de água potável, alimentação, educação, energia, habitação, renda, saúde e meio ambiente.

Sobre o Instituto Amor

O Instituto Amor é uma instituição socioambiental sem fins econômicos, formado por voluntários que dispõem de seu tempo, conhecimento e recursos em benefício dos menos favorecidos, aspirando a mudança para um mundo melhor. Tem a missão de promover a efetiva melhoria da qualidade de vida de comunidades da Amazônia em extrema vulnerabilidade social, por meio de projetos nas áreas de saúde, educação e empreendedorismo social.

O QUE?
Curso de Energia Solar – conceitos e aplicações

QUANDO?
Dia 24 de fevereiro, das 9h às 12h e das 12h às 14h

ONDE?
Inpa, na sala anexa à Casa da Ciência, dentro do Bosque da Ciência

INFORMAÇÕES?
99447-0962 ou pelo e-mail: [email protected]

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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