Andréia Leite
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Com o anúncio da chegada da internet 5G, considerada uma revolução para a Amazônia, pensar na instalação de infraestrutura e antenas para implementar a nova tecnologia será um desafio para o Estado, isso porque o aspecto geográfico ainda é gargalo, ainda mais, em termos de distribuição via transmissão em fibra óptica para todos os municípios.
A fibra óptica e as redes neutras têm grande importância para viabilizar o 5G no Estado. Novas capacidades e recursos de rede serão fundamentais para garantir a exploração de todo o potencial de oportunidades trazidos pelo 5G. As redes neutras trazem benefícios importantes para que as operadoras possam viabilizar a implementação destas redes de forma mais ágil, com menores custos e de forma mais sustentável. Além disso, podem oferecer soluções de infraestrutura escaláveis e flexíveis para atender todas as novas necessidades para as redes de acesso, fronthaul, midhaul, backhaul e core do 5G. E também garantir um ambiente de integração pleno para que as operadoras possam operacionalizar o uso dos recursos da rede neutra de forma simples e ágil.
Segundo o vice-presidente de Engenharia da V.tal, empresa de soluções de infraestrutura digital, Cícero Olivieri, uma rede neutra pode suportar soluções para toda a cadeia de serviços do 5G, como: soluções de RAN-as-a-Service, conectividade de sites, rede de transmissão, rede de sincronismo, infraestrutura para virtualização, colocation, serviços profissionais e gerenciados, etc. E tudo isso para atender a novas demandas de velocidade, capacidade de processamento e baixíssima latência que a nova tecnologia vai exigir, que poderão ser aceleradas pelas operadoras com o uso de redes neutras fazendo a conexão das antenas e suas bases operacionais, de forma mais otimizada e sustentável.
As novas necessidades de infraestrutura para atendimento ao suporte aos serviços de baixíssima latência e altas bandas a serem oferecidas pelo 5G, poderão ser aceleradas pelo provedor de rede neutra e oferecidas de forma mais otimizada e sustentável para as operadoras.
“Somos uma grande parceira das empresas vencedoras do leilão 5G ao compartilhar a sua rede neutra de fibra óptica para acelerar a implantação da nova tecnologia. A rede da V.tal oferece benefícios importantes para que as operadoras possam viabilizar a implementação destas redes de forma mais ágil, com menores custos e de forma mais sustentável”.
“A fibra óptica já era utilizada para conectar as antenas e estações de rádio base, usadas pelas operadoras para os serviços de 4G, porque esta tecnologia gera um grande volume de dados. Com a chegada do 5G, o que muda é a intensidade desse volume, que passará a ser de 5 a 10 vezes maior. E com outro detalhe importante: além do alto volume de dados trafegado, o 5G possui uma baixíssima latência (tempo de resposta), ou seja, quando o usuário clicar num vídeo, por exemplo, ele tem que baixar imediatamente”.
Para isso, ele diz que será preciso ter também no Amazonas de 5 a 10 vezes mais antenas, o que significa que toda essa infraestrutura vai precisar ainda mais dos cabos de fibra óptica para atender a esse aumento gigantesco de dados circulando.
Importante lembrar que não serão apenas os smartphones que terão sua capacidade de baixar e enviar dados aumentada, ou a velocidade com que as pessoas acessam sites, baixam vídeos e usam aplicativos. “O 5G vai viabilizar novas aplicações como os carros autônomos e cirurgias remotas, que precisarão de baixíssima latência para funcionarem com segurança. E a Internet das Coisas vai criar mais um monte de equipamentos conectados, produzindo e recebendo dados e utilizando as mesmas antenas. Imagine, numa geografia como a do Amazonas, oferecer a conectividade para as embarcações, os portos, as comunidades todas, que terão equipamentos conectados para serem usados a distância. Tudo isso contribuirá para maior produtividade e redução de custos nas empresas, assim como melhores oportunidades para a sociedade de uma forma geral”.
Outro desafio é que o Amazonas está entre os Estados que não possuem legislações para instalação de infraestrutura e antenas para implementarem a nova tecnologia. “A questão da legislação municipal das antenas é um tema importante que vem sendo amplamente discutido para a implantação do 5G, em virtude das restrições impostas em cada cidade, dada a necessidade de se instalar mais torres ou small cells (pequenas células que irradiam o sinal 5G). Além das atualmente disponíveis para o 4G”.
Estima-se que o 5G precisará de 5 a 10 vezes mais antenas celulares do que o parque atual, para a nova tecnologia ter uma cobertura móvel na mesma abrangência do 4G. O 5G vem acompanhado de uma grande demanda de volume de dados em alta velocidade que, por sua vez, exige o suporte de uma rede robusta de fibra óptica para sustentar todo este tráfego. “As redes neutras podem ajudar a aumentar a velocidade de implantação e alcance do 5G, mas, depende de haver legislação aprovada”.